Prólogo

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Júlia- 4 anos antes.

Não acredito no que estou vendo e ouvindo, ele não pode está fazendo isso comigo. Não consigo acreditar que ele mentiu esse tempo todo pra mim. Fico escondida para que eles não me vejam, preciso saber de tudo. Não permitirei que continue me enganando.

- E aí, cara? Como é pegar Júlia e Angelina ao mesmo tempo?Você deveria liberar uma delas, de preferência a Júlia. -Provoca Pedro, um de nossos colegas de turma. Vejo a raiva surgir no rosto de Sebastian e ele levanta-se em um rompante e parte para cima de Pedro que já está em pé o encarando.

- Júlia nunca será sua, ela é minha. E eu vou arrebentar sua cara se você se aproximar dela. E Angelina não é nada minha, se quiser pode ficar com ela. Faça bom proveito. -Rosna Sebastian com a voz já alterada.

- Angelina não é nada sua? Bem, não era o que parecia a três noites atrás. Quanto tempo mais você acha que conseguirá enganar Júlia? - Rebate Pedro. Vejo as veias do pescoço de Sebastian sobressaltadas de tanta raiva.

Mas eu não consigo acreditar que ele esteve com a Angelina. A três noites atrás eu me declarei para ele, disse que o amava. Agora vejo por que ele ficou tão frio comigo nos dias seguintes. Procurei saber se tinha acontecido algo, não entendia sua reação. Claro que queria ouvi-lo me dizer que correspondia meus sentimentos, mas seria paciente. Esperaria seu tempo. Como fui tola!

Sebastian fecha seus punhos na gola de sua camisa de Pedro que o olha friamente, e depois lhe dar um sorriso sarcástico, cheio de deboche. Sua fisionomia volta a ficar séria e Pedro se desvencilha de Sebastian o empurrando.

- Você não a merece, se acha muito esperto, o fodão que pode ter qualquer mulher. Mas, a Júlia você não enganará e quando ela descobrir o merda que você é, eu irei conquistá-la, venerá-la como ela merece e a tornarei minha. - Tudo ocorre tão rápido e num momento vejo Sebastian desferir um soco no rosto de Pedro. Logo os dois estão se embolando no chão, desferindo golpes um no outro.

Permaneço no meu esconderijo, atrás de uma árvore. Henrique, meu amigo, tinha me chamado mais cedo para vir até seu condomínio, onde ocorreria uma reunião com algumas pessoas da faculdade. Assim que cheguei vi uma mensagem dele dizendo que ia demorar uns quinze minutos, pois seu pai lhe pediu para fazer algo. Aproveitei e mandei mais uma mensagem para Sebastian que mais uma vez não me respondeu. Quando o vi sentado próximo a Angelina e ouvi o que estavam falando, eu soube o motivo de seu afastamento repentino.

Outros colegas tentam separá-los e nesse momento vejo Henrique se aproximando. Ele para abruptamente quando me vê chorando e vem para meu lado saber o que aconteceu. Ouço Sebastian xingando e tentando se soltar dos rapazes que o seguram.

-Seu filho da puta, você nunca a terá. Antes eu te mato. - Vejo Pedro rir, o provocando mais ainda. Angelina levanta-se e resolve se manifestar.

-Eu não sei o que vocês viram naquela sem sal da Júlia. - Ela vira-se e me ver, dar um sorrisinho e volta a falar: - E Sebastian, o que tivemos foi lindo e especial. - praticamente sussurra. - Acho que está na hora de você se decidir. A Júlia não é mulher para você, ela não pode te satisfazer se não você não teria me procurado, querido.

É como se ela cravasse uma faca no meu coração. Henrique me abraça e enterro meu rosto em seu peito chorando. Não suporto mais, preciso sair daqui.

- Me tira daqui, Henrique. Por favor, me leva embora. -Imploro com a voz entrecortada pelo choro. Nesse momento, Sebastian me ver e corre para meu lado.

Eu não existo sem vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora