Arco 1 - QingHe Nie, sem origem

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Formatação:

"pensamentos, memórias ou falas de grupo"
-- diálogo normal
'Falas em memórias' ou função de intensidade

Eu dei uma polida nos capítulos anteriores, reparar meus errinhos que o sono não percebe... hehe <3


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     Meng Yao caminhava para a biblioteca do clã Nie em passos calmos, trazia uma salva de prata, um bule e par de xícaras de porcelana acinzentada e um vaso pequeno com folhas secas; sorria, as covinhas marcadas pela luz da lua – esta, que já se passava dos noventa graus. ChiFeng-Zun havia se recolhido logo após ordenar o general que avisasse familiares das vítimas para o reconhecimento de corpos noutro dia. Ele sabia que o líder de seita ainda estava acordado, ocupando-se com dúvidas.

     O som das duas badaladas no carvalho escuro ecoava entre os corredores silenciosos. O garoto entrou logo que ouviu seu nome, cumprimentou o homem e posicionou o tabuleiro que carregava sobre a mesa. Meng Yao colocou pouco das folhas secas numa xícara antes do chá. Nie MingJue prestava atenção enquanto a raposa servia-lhe.

   -- Líder de seita. – A porcelana foi estendida para o outro.

     Para Meng Yao, o estado do outro era deplorável, uma vista que nunca teve antes. O robe externo arremessado no chão, postura enviesada e o cansaço estampado na face bonita. A semana fora horrível, não apenas a suspeita teria desaparecido, mas o fantasma havia deixado de atacar em algumas noites, e então, voltou-se à seita Nie.

     O ocorrido deveria ser visto de várias formas. Os três sujeitos estavam encenando e manipulando o ataque; o fantasma enfiou-se na base do clã por capricho, sem pretensão alguma ou buscando por algo que ainda não haviam dado conta.

     O estresse era tanto, que a cabeça de Nie MingJue ardia e seu peito doía.

     Na mesa, um recipiente de vidro guardava as sementes, cuidadosamente recolhidas da cena; os livros sobre botânica e medicina antiga não eram muitos na biblioteca, e estes poucos estavam jogados ao lado das sementes e no chão.

   -- Não há nada aqui, sobre flores prateadas que se cultivam com sangue ou energia espiritual! – Disse. – Nada em registros médicos ou maldições...

     Arremessou sobre a mesa, um dos livros da pilha ao lado.

   -- Essa coisa não deixa rastros de energia espiritual. – Soprou a fumaça da xícara e tomou um gole de seu chá. – E ainda parece ter um núcleo baseado numa mutação entre água e terra...

   -- O líder de seita não encontrou algo sobre as sementes? – Pediu, levantando-se para recolher o robe amarrotado num canto da sala. – Os brotos podem ser recentes, mas não necessariamente de QingHe.

   -- O clã Lan tem uma biblioteca generosa, mas no momento, é apenas um caso local... – Deixou a mão vazia cair sobre a mesa, num estalo alto, murmurando.

   -- Bem, o homem tinha uma espada bordada com ouro, e ela, um sabre velho. Um deles pode ser de QingHe e o outro não! – Meng Yao procurava a imagem dos dois em suas memórias. – Vestiam branco, característico da seita Lan, mas, que também remete ao luto...

   -- Uma espada bordada de ouro... LanLing Jin tem o suficiente para bancar algo do tipo. – Massageava a testa. – O sabre e as roupas brancas... Talvez um fantasma antigo, mas que acabou de despertar.

   -- Sim, e há a máscara! Além, claro, da flor de lótus que ele trouxe. – ChiFeng-Zun olhou para a própria mão, enfaixada e dormente.

   -- GuSu Lan ou YuMeng Jiang podem ter algo sobre. – Ele deu outro gole no chá. – A lótus é símbolo dos Jiang, mas sendo uma planta espiritual, há possibilidade de ter sido registrada pelos anciões de GuSu...

     O Nie suspirou, encarava Meng Yao dobrar o casaco grande e cinza, com padrões da seita e deixar ao seu lado.

     As sobrancelhas da raposa se juntaram por alguns segundos. Assim que houvesse nota pública de tal erva, suas raízes não apenas seriam temidas por pessoas comuns, mas também por cultivadores, dos mais fracos aos mais fortes.

   -- O líder pretende insistir nas informações do Clã Lan? – Meng Yao voltou a se sentar ao lado de MingJue. Colocou algumas folhas no copo, depois, enchendo-o com chá novamente.

   -- Sim... – Soprou o topo da xícara e deu um pequeno gole. – Eu vou enviar uma carta para XiChen. – Suspirou.

     Ele deveria manter sua calma e juntar as informações que tinham, no entanto, depois de ter tocado a flor seu desempenho apenas caía no que empunhasse BaXia.

   -- Amanhã, tome conta de HuaiSang. Ele estará lá apenas para manter a imagem da seita. – Os ferimentos da mão foram abertos no dia do ataque, e sua pele já tomava o tom metálico dos outros defuntos. O braço inteiro estava marcado pelas veias em tom azulado. Ele não deveria sair, nem mesmo continuar em patrulhas noturnas.

     O remédio que a dama de preto havia jogado para HuaiSang podia segurar o efeito da flor, mas não curar. Encontrar um médico que soubesse usá-la ou do que se tratava não foi fácil, uma investida nublada e brecha de confiança aberta por um inimigo em comum. Ele não poderia aparece em público em tal estado, poderia causar mais tumulto do que o maldito fantasma já havia provocado

     A situação com a seita vizinha não era estável desde o assassinato do último líder de seita Nie. Eles não trouxeram as carcaças do povo de QiShan como ato de bondade, apenas jogaram numa terra em que fossem bem vindos.

   -- Já limparam os corpos, eu vou deixar o portão principal aberto para os familiares das vítimas. – Meng Yao enchia seu copo com chá novamente. – O reconhecimento não deve demorar muito.

     Era um pequeno ato, mas importante. Eles precisavam manter uma imagem forte e impotente, ainda que falsa.

   -- Me ajude a procurar pistas nos registros antigos, casos semelhantes a experiência daquela noite. – O líder de seita puxou uma folha limpa entre a confusão de livros e relatórios.

     Meng Yao se pôs para recolher a bagunça dos livros e devolvê-los à estante. Deixava aqueles que Nie MingJue pedia e retirava das prateleiras pergaminhos e livros extensos dos casos que a seita havia se responsabilizado, separando-os desde os mais graves aos mais leves.


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Yin-yang - Benção Do ImortalOnde histórias criam vida. Descubra agora