Arco 1 - QingHe Nie, captura do fantasma

0 0 0
                                    

Formatação:

"pensamentos, memórias ou falas de grupo"
-- diálogo normal
'Falas em memórias' ou função de intensidade


________-•》----•°.●.°•----《•-________



     Caminhava entre as montanhas de QingHe, sozinho e sem muito ânimo. Um suposto fantasma amedrontava o povo, estes contos eram realmente interessantes para o gato; fazia-se menos entediado assim que se enfiasse nas ruas, encontrando por si mesmo a diversão. Em alguns dias podia ver os cultivadores marchando entre os portões e periferias do Leste, seguiam uma rota semelhante quase todos os dias. Não tinha ideia do que eles buscavam com tanto propósito; mas eram bonitos, a pele marcada sob o sol, envolta das fardas molhadas de suor, ombros tensos e punhos fortes; uma boa imagem para seus olhos... 

     Carregava uma máscara branca, enfeitada de penas, que havia comprado numa barraca ao redor, apenas para flertar com a dama; pretendia deixa-la em algum canto, já que não teria uso para ele.

     Torceu o nariz e deu fim a caminhada. Havia algo ali, podre e forte, ao redor. Como um bom curioso, seguiu o cheiro. Mal poderia compara aquela pilha de carne com corpos. Alguns ossos e músculos de todas as partes foram retirados, de forma rude ou demasiadamente delicada; as sobras da pele e face que o levava a crer que as vítimas eram humanas.

     Com a curiosidade sanada, esperava sair para descansar o olfato sensível e ferido; então, descartaria a máscara emplumada num local adequado e voltaria para a cidade!

   -- Aqui!! – Ouviu o tom dum homem.

   -- Cerquem ele, é o fantasma! – Outro já apontava para sua máscara.

   -- ... – Sua mente estava em branco, vazia; confuso com a investida repentina. – Quem? – Levantou as sobrancelhas em dúvida, de sua forma preguiçosa; via-se cercado por homens vestidos de cinza, que empunhavam sabres contra si.

   -- Não tente nada, ou vamos revidar! – O general saiu detrás das árvores. – Apenas solte o que tem nas mãos e obedeça! – Ele largou a máscara, sem pensar muito. – Agora, levante suas mãos, em silêncio!

   -- Ah... com todo prazer meu bem! – O sorriso maldoso surgia em sua face, movendo-se de forma dramática. – Hm, hm...! – O gato divertia-se às custas do medo alheio, ria baixinho.

     O general marchava até o homem, ignorando-o. A expressão descontente no rosto do outro alertou o cultivador, que esperava conter qualquer brecha para outra cena de seu teatro; ainda assim, não o impediu de correr para trás das costas e amarrar os pulsos do gato com a corrente enorme.

     O fantasma Branco de QingHe já havia feito sua reputação entre cultivadores e civis, comportava-se de forma rude e descarada, acrescentando passos dramáticos à cena, seus planos surgiam em palcos, e também, ansiavam por um público. Os passos do homem a sua frente lembravam-no do ataque, o riso divertido e até mesmo seu olhar – ainda que a aparência peculiar desse fim às suspeitas, o sujeito era estranho; por qual motivo seguiria seus homens em patrulha por dias?!

     Não fosse este o fantasma, então, relacionava-se ao maldito. O teatro lhe pusera numa situação submissa, para agir como resignado, e então, divertia-se às custas de suas vítimas, num massacre piedoso!

     Mal haviam trocado golpes e sua força ainda era desconhecida, mas já o temiam...

     O gato se contentava com o pavor dos jovens, fazia birra entre os soldados, chamando o general, enquanto este se concentrava em acorrenta-lo. Parecia confiante quanto as ordens que dava ao outro, no entanto, atentava-se a qualquer detalhe que sua capacidade permitia.

Yin-yang - Benção Do ImortalOnde histórias criam vida. Descubra agora