Formatação:
"pensamentos, memórias ou falas de grupo"
-- diálogo normal
'Falas em memórias' ou função de intensidade
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O mundo mortal já esteve ligado com os deuses, costumavam viver a baixo dos três reinos, protegidos por divindades e abençoados com prosperidade. Após tantos século, as criaturas mantiveram-se nos contos e cantigas infantis. Escondidos pelo tempo ou preservados em ruínas.
O pavilhão tinha mais do que cem ou mil anos, quase tão velho quanto seu solo. A madeira bruta e escura do chão, seus móveis e até mesmo o tapete rubro e fiapos de ouro que bordavam a seda ostentavam a energia espiritual das orbes elementares; a luz dos candelabros refletia, entre as pedras, da lua – eterna para o leste, inexistente ao oeste e contingente ao sul.
Uma reunião importante estava prestes a acontecer, o contrato de paz precisava ser renovado, as demandas mudavam rapidamente entre em poucos milênios, tantas almas novas e dispersas, gravadas em papel e madeira... Uma pena que houvesse de ser adiado.
O gato preto descia as escadas, curioso, o estardalhaço era interessante para ele! Num alto estalo a porta se abriu, demônios e criaturas da terceira nação despencavam por suas bordas. Estaria pronto para lutar, tratando-se duma investida hostil. O mestre se mostrou, detrás dos servos, seus olhos brilhavam em vermelho carmesim. Caminhava lentamente até a escada com seu sorriso cruel.
A lâmina gelada e pontiaguda fazia-se em gelo, manteve a guarda alta até que o sorriso lhe tivesse tom menos macabro. Sentiu a mão pesar em seu ombro direito, levantou seu olhar para o sorriso maldoso, agora suave, apavorando-se com o par de orbes reluzentes.
Seu abdome doía, sem razão aparente e preso aos olhos do outro, não poderia confirmar por qual razão.
Fechou seus olhos na residência do clã, abriu-os na cama. Um pesadelo, mau presságio. Os atos do terceiro mestre imortal jamais seriam permitidos sob os olhos da grande mãe e primeiro mestre!
Seus pontos de qi estavam tensos. Ele estaria pronto para lamentar sua fantasia sem sentido, até dar-se conta da presença alheia. Quando havia baixado tanto sua guarda...?
A mulher parecia apavorada, encarando-o; e, em alguns segundos, a confusão de seu rosto se esvaía. Levantou-se com o apoio da dama – parte por preguiça e parte pela dor – e bebeu da tigela de água que lhe foi oferecida, tudo sob os cuidados dela.
Ele não sabia em que lugar estava, ou como havia parado ali, sequer lembrava de se enfiar num bordel! Seu irmão o cortaria em pedaços se o encontrasse ali, fora do grande salão, durante a conferência entre imortais...
-- "Ah, tantos problemas..." – Teria de enganá-la. – Acho, que bebi muito...? – Ria baixinho.
Ela era apenas uma pessoa comum, sequer notaria sua energia espiritual, não seria difícil de conseguir um relato sem desconfianças ou cortesias desnecessárias e dolorosas para sua mente.
-- Eu quem deveria dizer isso! – O tom da mulher não era doce, como costumava ser. – Resgatei um filhotinho da rua, tive tanto trabalho para esconder ele do dono e assim que deixo meu gato descansando na cama, ele vira um homem?! – Parecia indignada.
-- ...
Ele poderia rir disso, não fosse ele a vítima das próprias confusões.
Mantiveram-se em silêncio por algum tempo. Assim que a mulher levantou, resmungando, a porta foi aberta num correr rude. O gato se arrepiou de susto, miou e deu um pulo alto; saltou para a janela em desespero e encarou o homem – que não parecia velho, mas também não era novo – vestido de azul.
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Yin-yang - Benção Do Imortal
Fiksi PenggemarArco um: O Sumiço de um vagabundo em QingHe se fez responsabilidade da grande Seita Nie. Inicialmente, cerca de quinze cultivadores do Clã estavam encarregados de encontrá-lo, contudo, este caso em especial era diferente. Sequer um único vestíg...