birthmark l.s

décimo segundo dia

— Harry, está fazendo algo importante aí?

— Não mesmo, estava torcendo para que você me livrasse desse tédio.

— Este sou eu salvando seu dia mais uma vez.

— Diga logo porque me chamou!

— Estava pensando em algo, mas você precisa confiar em mim.

— Oh céus… Lá vem. O que você está planejando?

— Nem todas as minhas ideias são péssimas, eu prometo. Hum… Senta aqui comigo.

— No tapete da sala?

— Sim, pare de fazer tantas perguntas.

— Okay, okay. Estou aqui, qual o próximo passo? Isso foi outra pergunta, não foi? Desculpe.

— Aquele dia que decidimos nos conhecer melhor, falamos apenas de coisas materiais e sobre outras pessoas, certo?

— Certo.

— Agora eu quero realmente conhecer você, Harry.

— Não entendo, você acabou de dizer que nós já- Agora entendi, está desabotoando a camisa, significa que nós vamos-

— Não! Não é nada disso. Me dê a sua mão, assim, pode tocar aqui, isso… está vendo essa manchinha perto da minha clavícula?

— Estou, sim, o que ela é?

— Uma marca de nascença.

— É bonita.

— Estou mostrando ela para que você me conheça de verdade, veja como eu sou e toque os detalhes que fazem parte de mim.

— Isso é tão… íntimo.

— Não precisamos fazer isso, hum? Apenas se você-

— Eu quero! Uh, sua mão está gelada. Vê aqui? Eu tenho uma covinha e acabei de afundar seu dedo nela. É um erro genético, mas isso não me incomoda.

— É um charme seu. Aspas que ficam no cantinho do seu sorriso, como um poema bonito.

— Você se tornou o principal autor dele.

— Pensei que eu fosse o único.

— Como você é convencido! Não é, Maya também me faz rir às vezes.

— Tudo bem, aceito dividir essa tarefa com ela. O que é isso no seu queixo?

— Havia esquecido de que tinha algo aí. É uma cicatriz, caí de bicicleta quando estava treinando para pedalar sem as rodinhas auxiliares.

— Que legal! Podemos ir ao parque qualquer dia desses e dar uma volta por lá, o que acha?

— Louis, eu nunca disse que aprendi.

— Oh… Nesse caso, eu posso ensinar você, se quiser. Prometo que não vou rir das suas quedas.

— Não é uma má ideia, vou pensar na sua proposta… O que significa essa tatuagem?

— Pense em It is what it is no sentido mais literal possível. As coisas são como devem ser e tudo o que devemos fazer é nos adaptarmos diante delas.

— Você fala bonito, pensava que fosse um esquisito introvertido de vocabulario limitado.

— Isso foi estranhamente específico.

— Eu tinha uma opinião formada sobre você, okay? Totalmente errada.

— Está tudo bem, eu também não busquei saber quem você era.

— É… Bem, fomos precipitados nisso.

— Sempre há tempo de mudar, sim? Estamos no processo.

— Sim, sim, claro. Estamos. Fico feliz que estamos, na verdade. Erm… Espere um segundo, também vou te mostrar a minha marca de nascença.

— Tudo bem, mas por que esperar um-

— Porque eu tirei a minha blusa, não se emocione. Está nas minhas costas, perto da coluna, é pequeno e tem formato semelhante ao de uma pequena folha.

— Harry, isso é… é incrível, uau, parece que foi desenhado na sua pele. Eu posso tocar você?

— Vá em frente. Uh, você é tão delicado… encosta em mim como se eu fosse quebrar.

— É assim que você deve ser tratado.

— Louis…

— Sua pele é macia e seus traços perfeitos, rudez não combina com você, não acha? Você não vai quebrar, acredito que seja forte demais para isso, mesmo assim o cuidado é necessário.

— Você- Oh, céus, Louis… Olhe para mim.

— Estou olhando. Por que seus olhos estão claros? Está com raiva? Eu fiz algo errado?

— Não! Você não fez nada errado, não se preocupe.

— Quer me contar o que está acontecendo?

— Eu só… É que… Você foi o primeiro que viu a minha marca.

— Mas você já esteve com outras pessoas, não é?

— Não, não desse jeito. Nenhuma delas se interessou em conhecer as minhas manchas e imperfeições. Acho que… Obrigado por me mostrar quem você é, e por querer ver como eu sou.

— Agradeço por ter me dado essa chance. Veja só, você está vulnerável agora, como se sente?

— Não me preocupo com isso há algum tempo… sinto que estou seguro aqui.

— Fico feliz por saber disso. É até engraçado se olharmos como éramos antes, não é? Acho que evoluímos.

— Tudo graças ao meu repouso!

— Okay, okay, deixo você com parte do mérito, mas não se gabe muito.

— Prometo que vou tentar.

— Tem mais alguma coisa que quer compartilhar comigo?

— Hum… Acho que não tenho mais nada interessante, e você?

— O mesmo.

— Okay, então. Obrigado pelo momento e me desculpe sair de repente, mas preciso ir ver se Maya não está aprontando nada. Gostei da sua ideia, mesmo, só acho que você precisa parar de me fazer chorar.

— Não é culpa minha!

— Aprenda que eu sou sentimental! Agora é sério, já volto, acho que ela está arrancando a cortina da janela.

— Espera aí!

— O quê?

— É um prazer conhecer você, Harry Styles.

— Oh… o prazer é todo meu, Louis Tomlinson.

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A fic se chama birthmark por causa desse capitulo!!

Pra mim ele é muito especial por causa
da intimidade que os personagens criam
enquanto se conhecem <3

Até a próxima ;)