O quase beijo

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Depois de um tempinho com muita música nós terminamos de lavar os pratos, não acredito que ele conseguiu fazer lavar os pratos ser uma coisa divertida.

— Finalmente acabamos - ele disse sentando no sofá.

— Acabou que dividindo o trabalho nem ficou tão pesado.

— É você tem razão haha, posso te perguntar uma coisa? Seu apelido é Jão? - ele perguntou.

— Ahh sim haha, é uma apelido bobo, só a minha  família que usa, porque quando eramos pequenos minha irmã só me chamava de Jão aí o apelido ficou.

— Eu não achei bobo haha, achei legal, você devia falar pra galera te chamar assim, mas eu também gosto de João. - ele disse.

— Eu nunca liguei muito pra esse negócio de apelido, então eu não ia ter problema se me chamassem assim, já tô acostumado mesmo.

— Ok, senhor Jão, tá afim de assistir alguma coisa? Um filme ou série... - ele perguntou pegando o controle da TV.

— Você curte comédia romântica? - eu perguntei.

— Quem não?? Qual você quer?

— Já assistiu 10 coisas que eu odeio em você? - eu perguntei sorrindo.

— Só umas 200 vezes, mas até hoje eu não supero a cena dele cantando nas arquibancadas. - ele diz fingindo limpar uma lágrima.

— É tão lindo, é literalmente uma das melhores cenas de declaração do cinema. - eu digo concordando.

— Antes de começar o filme você quer alguma coisa pra comer durante?

— Eu pensei em pipoca - eu falei rindo.

— Acho uma ótima idéia haha, eu vou lá colocar a pipoca no microondas - ele diz indo até o armário da cozinha e eu o acompanho.

[...]

A pipoca estava feita, então peguei o balde e fomos pro sofá, ficamos um do lado do outro mas com o balde de pipoca entre nós.

— Posso dar play? - ele perguntou pegando o controle.

Eu apenas confirmei com a cabeça pois estava com a boca cheia, ele sorriu e apertou o botão para dar play no filme.

[...]

A pipoca acabou então pegamos mais um pouco de sorvete, finalmente tinha chegado a cena que esperamos tanto, a cena da arquibancada.

— Todas as vezes que eu vejo eu surto nessa parte  - ele diz olhando pra mim.

— Se fizessem uma declaração dessas pra mim eu casava na hora - eu falei colocando um pouco mais de chantilly no meu pote.

— Se eu te contar uma coisa você promete não rir?? - eu perguntei assistindo o personagem cantar a música.

— Não prometo nada.

— Como você é chato, então não conto. - eu falei cruzando os braços.

— Conta logooo, eu prometo tentar não rir. - ele fala descruzando meus braços.

— Sempre quando eu vejo esse filme sozinho ou com a Gi eu subo no sofá e fico imitando o Patrick - eu digo rindo e como uma colher de sorvete e chantilly

— Hahahahahha, desculpa eu tentei mas não deu pra não rir.

— Ótimo vai ficar me zoando agora? - eu perguntei também rindo, não tinha como eu me chatear se até eu não conseguia não rir com essa história.

— Claro que não, é engraçado, mas eu também achei isso bem fofo - ele fala me encarando com um sorriso.

Eu fico sem reação e sem perceber meus olhos vão parar na boca dele, ela era incrivelmente linda. Saio do transe quando vejo ele aproximar mais seu rosto e colocar a mão na minha bochecha.

— Pedro para - eu falei levantando rápido do sofá,  por mais alguns segundos e aquele beijo teria acontecido.

— Me desculpa de verdade Jão, eu só... - ele fala levantando também e começa a se desculpar todo envergonhado.

— Eu sei, fica tranquilo, mas eu... acho que deveríamos ser só amigos - falei olhando pra ele e me arrependendo mentalmente no mesmo segundo.

— Ahhh nossa, bom... então vamos fingir que isso nunca aconteceu? - ele perguntou se sentando no sofá, dava pra ver a decepção no olhar dele.

— Eu acho que é melhor pra gente. - eu disse olhando pra ele.

— Se é o que você quer... então tá tudo bem pra mim, você quer voltar pro filme? - ele pergunta tentando mudar de assunto.

— Eu acho que eu já vou pra casa, meio que não tem mais clima pro filme e eu falei que ia ligar para os meus pais - eu falei usando como desculpa, mas na verdade eu não sabia mais como olhar na cara do Pedro. - a gente se vê amanhã?

— É, eu acho que sim - ele falou dando um sorriso super falso.

— Então até amanhã, tchau Pedro. - eu falei saindo o mais rápido da casa.

Eu me odiava tanto naquele momento, eu também queria, mas minha mente não me deixou, eu espero que ele não fique chateado, seria muito ruim conviver esses 2 meses assim.

[...]

Eu cheguei em casa e fui direto pro quarto, minha mente não parava por um segundo, uma parte de mim achava que eu tinha feito a coisa certa e a outra não parava de se arrepender. Umas horas depois a Gi chegou.

— Toc toc - ela falou através da porta. - oi, eu fui na casa do Pedro achei que vocês ainda estariam lá mas ele disse que você foi embora há alguma horas, ele tava meio calado demais, o que aconteceu lá? - ela pergunta sentando do meu lado na cama.

— A gente quase se beijou - eu disse olhando pro teto.

— Vocês o quê??? - ela quase gritou.

— A gente terminou de limpar tudo e fomos assistir um filme, a gente tava conversando e rindo, aí ele tentou me beijar...

— E o que aconteceu depois - ela diz me interrompendo.

— Eu me afastei e disse que devíamos ser só amigos - eu disse colocando o travesseiro na minha cara.

— Porque você fez isso? Qual o seu problema? - ela pergunta pegando a almofada e batendo em mim com ela.

— EU NÃO SEI! Bom na verdade eu sei, o Pedro é do tipo descolado que não fica com uma pessoa só, mas eu gosto dele, e não consigo ser do tipo é só uma ficada e esquece, e quando ele dissesse isso e continuasse a vida dele, eu não ia ficar bem tendo que ver ele ficando com outras pessoas, se for pra ser assim é melhor ficarmos só como amigos. - eu falei tirando o travesseiro do rosto e finalmente me explicando.

— Eu entendo o seu lado, mas o Pedro não é assim, bom é claro que ele é pegador e gosta de curtir, mas é porque ele nunca conheceu alguém que gostou de verdade, e acho que essa pessoa poderia ser você.

— Mas...

— Eu vi a felicidade dele ontem na piscina, vi ele sorrindo quando vocês concordavam em alguma coisa, ou quando finalmente ficavam sozinho, acho que ele estava realmente gostando de você. - ela disse me interrompendo.

— Eu não sei, eu preciso se um tempo pra pensar em tudo isso, só espero que as coisas não fiquem estranhas entre a gente.

As férias da minha vida (Pejão)Onde histórias criam vida. Descubra agora