Seven

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- Está pronta, Enid? - Bianca bateu suavemente na porta do quarto. Enid ajeitou o gorro em sua cabeça e caminhou até a porta, abrindo-a vagarosamente e sorrindo quando viu a menina do outro lado.

- Pronta! - Enid assentiu uma vez. - A Wed vai estar aqui quando a gente voltar?

- Ela volta da aula em uma hora. - Bianca abriu mais a porta e fez menção para Enid segui-la. Enid tinha sua terapia semanal naquele dia.

- Eu não gosto de ir lá. - Enid confessou, enquanto seguia Bianca para fora até o carro. A garota levantou uma sobrancelha, se certificando de que Enid havia colocado seu cinto antes de sair para a rua.

- Por que não? - Bianca perguntou. Enid suspirou e balançou a cabeça.

- Eu não conheço ela. - Enid puxou suas pernas de encontro ao seu peito e encarou a janela. - Ela não me conhece. Estranhos não são amigos.

- Eu entendo o que você quer dizer. - Bianca disse, honestamente. - Mas ela é uma médica, você tem que  pelo menos tentar deixá-la te ajudar.

- Por que eu preciso de ajuda? - Enid levantou a cabeça e olhou para a garota ao seu lado. Ela não entendia por que precisava ir.

- Eu não tenho certeza. - Bianca batucou no volante comos dedos. - Tem apenas algumas coisas que você tem que trabalhar, só isso. Todo mundo precisa trabalhar emalgumas coisas. Você só precisa de uma ajudinha
extra.

- Mas nem todo mundo tem que conversar comuma estranha. - Enid suspirou. Isso a fazia sentir diferente. A fazia sentir-se estúpida. Por que ela era a única pessoa que precisava de ajuda?

- Isso é não é verdade. - Bianca encolheu os ombros. - Eu tenho que ir depois das aulas e pedir ajuda para meus professores às vezes. É praticamente a mesma coisa. A única diferença é que eu preciso de ajuda para dançar com saltos e você com emoções. Não há nada do que se envergonhar.

Enid assentiu vagarosamente. O que Bianca dizia começava a fazer sentido. Assim que elas chegaramno consultório, Enid foi guiada até a pequena sala. Ela sentou na mesma cadeira
vermelha que ela havia sentado múltiplas vezes antes. Haviam algumas cadeiras diferentes na sala, mas ela escolheu a vermelha porque era a que ficava mais longe da mesa da psiquiatra.

- Como as coisas têm estado em casa, Enid? - A mulher de cabelos escuros desviou o olhar de sua mesa. Enid abaixou a cabeça e começou a mexer comas suas mãos nervosamente.

- Bem...- Ela deu de ombros e ajeitou o gorro emsua cabeça. Wednesday havia dado o gorro para ela, lembrou-se. Era o seu gorro da sorte. Enquanto Enid vestisse-o, poderia fazer qualquer coisa.

- O que você tem feito desde que nos vimos pela última vez? - A mulher batucou seu lápis contra a mesa. O barulho apenas fez com que a ansiedade de Enid crescesse.

- Eu fui à aula com a Wed. - Enid se lembrou, sentindo um sorriso se formar em seu rosto.

- Você não quis dizer Wednesday? - A mulher perguntou. Enid assentiu.

- Foi o que eu disse. - A loira começou a ficar nervosa. - O nome dela é Wed. Só eu posso chamá-la assim. Ela é minha Wed.

- Oh..- A terapeuta anotou algo. Enid não gostava de suas expressões faciais, elas as preocupavam.

- Eu fiz uma amiga também. - Enid deixou escapar. Ela sabia que a mulher escrevia algo sempre que ela tinha dito algo errado. - Dois amigos.

- Você fez? - A mulher olhou para cima. - Conte-me sobre eles.

- Eles são da classe da Wed. Há uma garota chamada Maia e o namorado dela, Toby. Ele faz coisas com argila. - Enid olhou para seu braço, onde Maia tinha pintado uma flor. Ela havia lavado no chuveiro, mas ainda era possível ver uma leve sombra de tinta preta.

Blue - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora