NATASHA ROMANOFF
— E por que eu faria isso? -questionei ao meu amigo que estava do outro lado do telefone. — Esqueceu que acabei de sair de um plantão de 12 horas?
Ele fez uma pequena pausa, parecendo analisar muito bem o que falaria a seguir para me convencer.
— Sua paciente favorita teve uma piora no quadro de pneumonia. Há um comprometimento maior do que esperávamos e a febre e infecção não estão cedendo. -ele disse com um tom sério. — O médico está estudando a possibilidade de entubá-la.
Bingo.
Tony sabia exatamente como me convencer a cobrir o seu plantão e era exatamente isso que eu faria. Wanda precisava de cuidados e eu estava muito disposta a fazer isso por ela.
— Estou indo, Stark. Você me deve uma! -joguei meu pijama hospitalar dentro da bolsa e corri para pegar minhas chaves.
— Você também, Romanoff. -ele disse com um risinho.
Eu estava no meio do meu dia de folga, Tony tinha pego um plantão de seis horas devido a algumas trocas que havia feito no mês passado, mas passou do ponto no happy hour após o plantão na noite anterior, então estava clamando por ajuda.
Ele havia tentado me convencer durante todo o dia para que eu assumisse o plantão em seu lugar e, agora que eu dirigia mais rápido que o normal para o hospital, cogitei a possibilidade dele ter mentido sobre o estado de Wanda apenas para me fazer ir.
Cheguei alguns minutos adiantada, troquei de roupa e amarrei o cabelo no topo da cabeça em um coque alto. Como ainda estava cedo, caminhei até o posto de enfermagem, checando no sistema o prontuário para saber o real estado dela.
Infelizmente Tony não estava mentindo, a infecção tinha avançado e as dosagens de antibióticos estavam praticamente no máximo. Suspirei profundamente, era mais grave do que eu imaginava.
A enfermeira que me entregaria o plantão chegou não muito depois disso e conversamos brevemente. Esperei ela sair e então corri para a enfermaria tão conhecida por mim.
Ela estava dormindo quando adentrei, seu sono, no entanto, não parecia tão sereno e seu rosto estava suado. Encostei minha mão e, mesmo sem um termômetro, eu podia dizer que ela estava queimando em febre.
Queria poder ajudá-la de alguma forma, mas a enfermeira anterior já havia administrando um antitérmico antes de sair, então tudo que eu podia fazer era monitorar e torcer para que a febre baixasse logo.
— Eu vou morrer, não é? -ela disse, chamando minha atenção.
Ela continuava de olhos fechados e tive dificuldade de saber se Wanda falava realmente comigo ou estava apenas delirando devido à alta temperatura do seu corpo.
— Você pode me dizer a verdade. -ela disse novamente, abrindo os olhos dessa vez. — Afinal, isso era tudo o que eu queria.
Encarei seus olhos por uma longa quantidade de tempo, eles estavam mais abatidos do que no dia anterior, mas continham ali uma beleza que parecia surreal para mim. Wanda me olhava em desafio, como se quisesse que eu confirmasse tudo aquilo para que ela se convencesse, mas eu não faria isso.
— Volte a dormir, Wanda. -disse em uma ordem, não dando brechas para seus questionamentos. — Se sentirá melhor quando acordar.
Ela deu um risinho fraco, balançando a cabeça negativamente, me desafiando mais uma vez.
— É difícil respirar...-fechou os olhos novamente, mas só por alguns minutos. — Mesmo com essa coisa no meu nariz.
Me virei rapidamente e ajustei a quantidade de litros de oxigênio no cateter, apenas para dar mais um pouco de conforto à ela. Seus olhos estavam abertos mais uma vez e ela vigiava meus movimentos atentamente.
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Waste (Short fic)
FanfictionQuando uma misteriosa garota torna a vida de Natasha mais interessante, tudo que ela pode fazer é se entregar.