Capítulo 4.

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NATASHA ROMANOFF

Quando entrei em casa no fim daquela noite, meus lábios ainda formigavam devido ao beijo. Minha mente repassava uma e outra vez todos os momentos quase mágicos que dividi com Wanda durante aquelas horas que passamos no jardim do hospital.

Sorri para minha imagem refletida no espelho, o impacto que aquela garota havia causado em mim era claro e notório e eu não tinha mais como negar isso, mesmo se quisesse.

No dia seguinte eu estava mais do que empolgada para o plantão, cheguei um pouco antes do horário e cumprimentei Tony logo no estacionamento.

— Posso saber por que você está sorrindo antes das sete da manhã? –ele perguntou com um risinho irônico e fiz uma careta em sua direção.

— Nada que seja da sua conta, intrometido.

Andamos lado a lado em direção à entrada dos funcionários e quando adentramos no corredor, Maria Hill me encarou com pânico no olhar.

— Hill, o que aconteceu? –questionei preocupada.

Antes que a enfermeira pudesse responder, Nicky Fury se aproximou, seu rosto parecia furioso e ele direcionou seu olhar diretamente para mim.

— Romanoff, Hill e Stark, os três na minha sala. –sua voz era dura e aquilo me preocupou. — Agora!

Nós três seguimos o diretor pelo longo corredor que levava até sua sala e entramos sem dizer uma única palavra. Maria Hill continuava com a sua expressão de medo e eu queria muito perguntar o que estava acontecendo, mas Fury voltou a falar.

— Romanoff, vou perguntar algo a você e preciso que a resposta seja clara e objetiva. –ele disse, sentando-se em sua cadeira acolchoada. — Você levou a paciente vítima de overdose para a área externa do hospital ontem a noite?

— Sim. –respondi com a verdade, ainda que estivesse com medo.

— Você beijou a paciente na boca? –ele voltou a perguntar e senti como se meus pés estivessem sido varridos do chão.

Tony me olhou assustado, enquanto Maria baixou a cabeça. As palavras ficaram engasgadas na minha garganta e tudo que eu consegui fazer foi encarar o diretor, enquanto tentava processar como aquela informação havia chegado ao seu conhecimento.

— A ausência de resposta diz muito sobre essa situação. –Nicky disse furiosamente e bateu as mãos sobre sua mesa. — O que diabos você estava pensando, Natasha? E você Maria? Como você pôde permitir que ela levasse uma paciente com complicações pulmonares para a área externa para um tipo de encontro? O que vocês têm na cabeça?

— Fury a Maria não sabia de nada...-comecei, mas ele me interrompeu;

— Não adianta proteger a sua amiga agora, a casa caiu. –ele continuava com raiva e se levantou, caminhando para próximo de nós. — Os três estão suspensos por quinze dias. Sem remuneração.

— Eu sequer estava de plantão noite passada! –Tony reclamou.

—Mas sabia do comportamento antiético de Natasha. Além disso, mantê-lo aqui, é manter um canal de comunicação entre a Romanoff e aquela garota. –Fury explicou. — Sintam-se sortudos com a minha decisão, eu deveria demiti-los sem uma segunda conversa.

Maria parecia tão aterrorizada, que era difícil me concentrar no que Fury dizia. Tony resmungava baixinho ao meu lado sobre como aquilo era injusto, já que ele não tinha nenhum envolvimento com a situação.

— Fury, o erro foi todo meu, você não precisa envolver mais ninguém nessa situação. –tentei defendê-los. — Eu assumo toda a responsabilidade, mas por favor não os prejudique.

Waste (Short fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora