— Pode escolher onde quer se sentar.
A voz de Payu Wittaya era tranquila. Realmente tranquila; a sensação que passava era que de fato ele não tinha pressa, nem ansiedade. Ele estava ali, mandava nas coisas e era isso.
Eu entrei naquela espécie de escritório e fui me sentar na cadeira confortável diante da escrivaninha. Escolhi aquilo porque bem, havia puffs espalhado pelo lugar e um divã baixo debaixo da janela ampla de vitrais bonitos e para mim parecia muito... Se lá, íntimo para aquele tipo de conversa.
— Uma mesa entre nós, é isso que prefere?
Ele disse de modo quase lacônico antes de vir para mim e se sentar na ponta da mesa, dois passos de mim e me olhar com curiosidade. Ele parecia realmente curioso sobre mim agora, diferente do jantar que ele prestava atenção ao Kai que contou o nosso dia fora da casa, a Lisa que estava empolgada sobre os filmes em cartaz no cinema e sobre a nova loja esportiva e ao Art que falava sobre precisarem de mais frutas para o dia seguinte por causa da 'visita ilustre' que viria e que gostava de salada de frutas com mel.
Eu jantei em silêncio, estava com fome e cansado, e ele não me perguntou nada, então ficamos quase que em um tratado de paz até o final do jantar quando ele se ergueu e me chamou para a nossa 'conversa' particular.
E agora ele me olhava com aqueles olhos curiosos e intensos que provavelmente me vasculhavam em busca de algo que eu não fazia ideia do que era. Mas estávamos ali, e eu sabia que o que fosse dito naquele lugar, pautaria minha vida naquela casa pelo próximo ano.
— Rain?
— Esse é um escritório. – Respondi dando de ombros e depois apontei a cadeira atrás da escrivaninha – Achei que ia se sentar aí.
— Você é péssimo em mentir. – Ele disse de forma quase divertida e então foi para o lugar que eu apontei, se sentou ali e me olhou de frente, cara a cara, e parecia que o tempo de coisas alheatórias terminaram. – Vamos, pergunte.
Ali estava, era isso. Suspirei e pensei no que eu realmente devia saber, o que eu devia ignorar e o que eu conseguiria perguntar de fato. O turbilhão das mudanças ainda estava sobre mim, dentro de mim, e eu não conseguia colocar em uma ordem que fizesse sentido, mas então meus olhos caíram voluntariosos sobre o relógio e acabei soltando sem filtro:
— Porque controlar os três com isso, afinal?
— Tenho muitos inimigos, é a maneira mais rápida de mantê-los seguros. – Ele respondeu rápido, sem pensar, totalmente franco. Aquele homem agora usava roupas de academia, a regata revelava que ele era mesmo esguio, mas tinha músculos e era bem malhado, e ainda conseguia ter um impacto grande sobre mim, mesmo vestido de forma despojada, era surreal. – Rain, a pulseira é uma garantia para ambos os lados, é importante usar.
— E se eu não quiser usar?
— Então, nesse caso, infelizmente você não poderia mais sair de casa. Hoje foi uma exceção, uma concessão, e foi Art quem pediu. Nenhum dos três saíram de casa sem rastreador, nunca. Ele estava preocupado com você ter desmaiado e achou que devíamos permitir que fosse passear, comprar coisas, relaxar e se acostumar com a casa e com eles antes de usar a pulseira.
Eu evitei de demonstrar surpresa, então... Aquilo foi uma concessão?
— Você é um executivo, de onde vem tantos inimigos que precise dessas coisas? Não faz sentido.
— Faz e muito, tem pessoas que matariam ou torturariam meus babies só pelo prazer de me afetar. Você ficaria surpreso em como existem pessoas cruéis nesse mundo. – Nisso ele me olhou de forma séria e eu quase estremeci. Ele continuou praticamente sem piscar. – A pulseira é um limite rígido, não tem discussão sobre usar ou não. É requisito obrigatório.
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O Garoto do poderoso chefão
RomanceRain foi comprado pelo lance mais alto e agora seria um garoto do homem conhecido como O Celestial senhor Payu Wittaya e as ordens eram diretas: 'Tudo o que tem de fazer é o que sabe, o padrão, fazer o que ele quiser, como ele quiser e em total conf...