Dispositivo do lobo mau

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  No fim das contas, não consegui pregar os olhos durante toda a noite, contudo eu consegui tomar algumas decisões: Tinha que colocar a pulseira se quisesse sair e com certeza eu não tinha planos nenhum de ficar aprisionado naquela mansão, ou seja, pulseira era necessidade para agora.

A segunda decisão era não me deixar envolver muito com toda aquela situação, ser o mais parcial possível iria me manter são para o final do contrato, afinal ele ainda valia e se não fosse rasgado, não teria casamento para sempre, certo? E para conseguir isso, era primordial resistir e prosperar, nada de cair em tentação ou ficar muito próximo daquele homem.

Eu conseguiria, se tentasse com afinco... Daria certo!

Menos nervoso e mais consciente de que deveria ser calmo para sair inteiro de toda aquela situação, eu me ergui da cama onde acabei nem vendo nada das minhas séries, muito menos comer a pizza que me trouxeram e tomei um longo banho, vesti uma roupa confortável com tênis para caminhada, e sai do quarto antes do sol nascer.

Eu sabia que o quarto de casal e o quarto pessoal de Payu ficavam do outro lado da escadaria. Então fui para lá e esperei no pé da escada algumas das portas se abrirem e acertei no time, menos de meia hora depois uma porta se abriu e eu assisti Payu Wittaya sair silencioso e fechar a porta com cuidado indo para o quarto do fundo do corredor. Com certeza aquele era os aposentos pessoais do dono da casa.

Ele parecia sonolento e usava dessa vez apenas uma calça de pijama.

Art teria conseguido o que queria agora que eu estava ali, naquela ratoeira de ouro?

Pensei um pouco irritado antes de sacudir a cabeça e suspirar.

Não devia ir com meus pensamentos para aquele lado, não ia ser bom para ninguém...

Suspirei baixinho e fui em direção ao quarto em que Payu entrou e bati na porta de forma discreta. A porta se abriu segundos depois e eu recebi um olhar levemente surpreso dele ao me ver ali. Fui logo ao assunto, estiquei a mão direita e o encarei de forma firme:

— Imagino que a pulseira esteja aí com você em algum lugar, pode colocar em mim.

— Entre.

Foi tudo o que ele disse me dando as costas e continuando o que aparentemente ele fazia, que era colocar sobre a cama um conjunto de roupas.

Eu queria gritar um grande não, nem ferrando, mas já estava bem claro que ele não ia me agarrar no nada então fazer escândalo a essa hora seria completamente estúpido da minha parte. Eu entrei fechando a porta e olhei um pouco ao redor. Era um quarto clássico, com cores sóbrias e sem nada em exagero. Tudo era limpo, claro, e com móveis retos e básicos.

Não era bem o que eu esperava de um quarto de um poderoso chefão como ele...

— Desapontado? Esperava algumas grades e chicote?

A voz dele soou divertida e eu quase xinguei alto, aquele homem!

— É, algo assim - Disse entre os dentes e cruzei os braços – E então, cadê a pulseira?

— Seus seguranças estão de folga hoje então Tul irá com você já que Art ficará em casa providenciando o jantar, teremos visitas importantes hoje, não se atrase. – Ele disse de modo simples indo até um roupeiro de canto e voltando com uma caixinha de joias em veludo negro. Então ele veio para mais perto e abriu a caixinha na minha frente e a pulseira transparente estava lá, causando certo frisson em mim, era isso, era uma coleira discreta no final... – Eu sei que não gosta, mas vou providenciar um modo do dispositivo se tornar mais discreto, marquei uma reunião com o criador do projeto, veremos o que pode ser feito para você.

O Garoto do poderoso chefãoOnde histórias criam vida. Descubra agora