Agarrado pelo lobo mau

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— Então foi isso, a gente levou bronca, mais do mesmo e ficou nisso. Eles deram fim nas evidências e para a mídia em geral foi um caos sem culpados encontrados. Fim.

Beo parecia bem relaxado deitado na grama do parquinho do condomínio resumindo o que aconteceu com eles depois que nos separamos, enquanto Yeo estava como eu, sentado e olhando para cima, para as estrelas. Hue e Tae estavam distraídos enquanto balançavam no balanço infantil e Soo estava de pé, empurrando e puxando o skate com os pés.

— O que mais me surpreende ainda é como eles conseguem...

Sussurrei, Soo respondeu de forma séria:

— Vegas disse que você é o mais novo amante dele, eu não acredito. O senhor Wittaya te roubou, não foi? Tipo aqueles caras do mau que roubam gente e somem com elas para sempre. De todo jeito ele pode, Vegas e ele e tem mais uns dois, acho, são tipos os donos da cidade, e meio que donos do país também, simplesmente são podres de ricos e influentes até a morte.

— Tipo o Batman, só que do mau.

Yeo completou rolando os olhos. Eu ri, de certa forma ele estava certo e ainda assim parecia totalmente absurdo e ridículo.

Era um enorme paradoxo, na realidade.

— Tem um cara que é do mau e é rico de morrer, Lex Ludor, não?

Hue falou pensativo, eu ri alto dessa vez:

— Vamos com calma, pessoal, primeiro eu não fui roubado, eu vim porque quis – Ok, isso era meio que só meio verdade, mas não vinha ao caso agora... – E o senhor Wittaya... Bem, é difícil explicar nosso relacionamento e de todo modo é coisa de adulto, então só pensem que eu estou na mansão porque quero e deixemos assim.

— Você quer? Não parece nadinha.

Tae me encarou e eu sorri o acalmando:

— Tenho um gênio forte, só isso.

— A gente também, por isso pensamos que se você quiser fugir, a gente foge, que acha?

— Nada de fugir, como eu disse a vida na rua é difícil e nenhum de vocês deveria pensar nisso.

— Vamos ficar na rua de todo modo em menos de um ano.

Hue deu de ombros, eu suspirei. Droga... Só em ouvi-los pensar assim já me deixava estressado.

Então a vozinha da tentação em forma do Art soou na minha cabeça:

"O amo e eu pensamos se não quer ficar com eles"... "O amo os assumirá para você se quiser" ... "Ok, vamos mudar para adoção se preferir. Com você eles podem se tornar menos caóticos, mais doceis, sempre há esperança para crianças problemáticas em um lar saudável e seguro".

Eu pisquei.

Não, eu não podia assumir isso, não seria bom para ninguém, eu não era tão responsável ou forte para isso, não mesmo...

— Essa não pode ser a única alternativa para vocês, gente, deve haver outra solução...

— Eu não sei de nenhuma...

Hue soou sem emoção.

— Relaxa, Rain, a gente sabe se virar...

Soo garantiu, eu quase bufei.

Claro, cometendo delidos, obviamente...

Resmunguei internamente, por fora eu me deixei cair na grama:

— As vezes a vida é cruel...

— E as vezes ela é legal, como agora por exemplo, é legal ter mais uma pessoa no nosso grupo.

Yeo disse animado. Eu ri de novo, eu sempre fui sozinho, meio 'isoladão', e agora eu sentia aquela coisa de grupo e de amigos. Era estranho, mas também era legal.

No fim ficamos jogando conversa fora até quase três da manhã e eu voltei para a mansão pensando sobre a possibilidade de realmente ajudá-los com a coisa dos dezoito anos.

Subi as escadas e antes de ir para o meu quarto, eu vi luz no quarto do Payu, a coisa era que até onde eu sabia ele dormia religiosamente no quarto de casal e não no dele mesmo.

Hummm...

A curiosidade praticamente fez meus pés mudarem de rumo e quando dei por mim eu já estava diante do quarto do 'senhor absoluto' daquela mansão.

Engoli em seco me dando conta de que eu estava louco. Dei dois passos para trás e tentei voltar para a escadaria, mas eu soube que era tarde demais quando dois braços cercaram minha cintura.

— Fugindo tão rápido?

A voz sussurrada no meu ouvido além do corpo que agora estava rente no meu por trás me fez congelar e estremecer.

Ele... Ele...?

— Curioso do porquê eu estou com a luz do meu quarto ligada? Achou que eu vim dormir aqui essa noite?

Não respondi, ao contrário, eu mordi os lábios e evitei demonstrar que aquela situação me afetava. Caramba... Eu realmente era gay, mesmo.

— Rain... Não quer entrar?

Ele disse ainda mais baixo enquanto uma das mãos acariciaram a lateral da minha cintura com suavidade e lentamente. Bem, bem lentamente...

— Por... Porque a luz... Er...?

Tentei falar e acabei desistindo, ele riu baixinho:

— Porque luzes atraem borboletas.

A resposta enigmática me confundiu, porém, minha cabeça estava sonolenta e meu corpo todo arrepiado, então não era como se eu estivesse com capacidade de pensar naquela situação.

E por fim eu suspirei e gemi baixinho quando ele mordeu de leve meu pescoço.

— Menino mal e teimoso... – Ele mordiscou minha orelha e eu quase perdi as forças das pernas – Deixe-se levar um pouquinho, o que acha? Entre.

— N-não...

Gaguejei com as poucas forças que eu não sei de onde surgiram e ele suspirou baixinho antes de me soltar.

— Então volte para o seu quarto e tranque a porta. É um conselho.

Ele me soltou e foi para o quarto de casal abrindo e fechando a porta bem lentamente enquanto eu corri assim que a porta se fechou.

Naquela noite eu não consegui dormir por horas e quando consegui, ao nascer do sol, eu sonhei que dormia na cama dele completamente nu. E ele... Bem... Eu só podia dizer que eu acordei totalmente chocado.

E era isso.



Continua...



Oi meus amores!

Sei que o capítulo de hoje foi bem pequenininho, mas foi o que deu para escrever, porém prometo que semana que vem tem algo maior, ok? 

E como eu prometi, eu voltei, não respondi o capítulo anterior porque não deu tempo, mas li tudo e obrigada pelas palavras de carinho de todos vocês. De coração! Eu organizei meu tempo e agora estou ficando mais tranquila para poder escrever então logo tem mais, e é isso!

Beijocas <3


O Garoto do poderoso chefãoOnde histórias criam vida. Descubra agora