A CHEGADA

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Capítulo 2 — A chegada

Taehyung batucava os dedos na mesa enquanto me encarava de lado e eu, como um bom sonso, apenas fingia não ver enquanto bisbilhotava o cardápio.

Já havíamos feito o pedido e por mais que eu soubesse que iria demorar e que eu não conseguiria comer tudo o que eu pedi, continuava olhando as opções como se fosse a coisa mais original do mundo.

— Eu tava pensando — Taehyung começou a falar, mas eu não me dignei a olhar para ele porque sempre que ele pensava demais alguma merda acontecia. — Poderíamos fazer uma festa pro Jun no fim de semana, você sabe, antes de começar as aulas.

— Com quem? Não conhecemos ninguém da sala dele — rebati e ele murchou. — Nosso apartamento também é muito pequeno pra festas e ele não se sente muito confortável com pessoas desconhecidas ao redor.

— Tem razão, acho que eu só tô muito ansioso — resmungou pensativo. — Já faz um tempo desde que eu tive ele por perto todos os dias então quero que ele se sinta bem e queira ficar.

— Eu não sou mais o bastante? — brinquei o provocando, já que eu entendia sua linha de pensamento.

Estávamos morando juntos há um ano e Jun havia ficado para terminar o ensino médio. Agora que ele se juntaria a nós, voltaríamos a ser como antes. O que era bom, já que Taehyung e Jungkook eram muito ligados.

— Você sempre será o suficiente, Min — O sorriso cafajeste em seu rosto e o apelido que deslizou pelos seus lábios me deixavam claro sobre o que ele falava e se estivéssemos perto eu lhe daria um tapa ou um selinho.

— Cala boca. Você vai falar isso só até encontrar aquele calouro — eu resmunguei e ele suspirou, porque sabia que era verdade.

— Não é que você não seja o suficiente, você é e sabe disso, mas aquele cara tem tudo para ser o amor da minha vida — respondeu sonhador e eu ri.

Taehyung havia vindo em um bate e volta fazer a matrícula com o Jun e quando estava na secretaria, conheceu um dos alunos da sala do irmão. De acordo com ele o cara era um pitel dos grandes, com direito a mãos fortes e maxilar marcado, o que foi uma grande surpresa pro Tae, porque aquele homão estaria na mesma sala que seu irmãozinho.

Ele ficou paralizado e não conseguiu perguntar nome, telefone ou qualquer informação que pudesse garantir um futuro encontro, mas de acordo com Taehyung ele não precisava fazer nada porque "o destino vai trazer ele pra mim se for para ser meu".

E eu esperava que fosse, porque Deus, o Taehy parecia realmente apaixonadinho pelo cara.

— Eu quero só ver — provoquei, soltando de vez o cardápio. — Da última vez que você falou que um cara era incrível, ele parecia um sapo.

— O Yeonmin tinha uma personalidade de milhões.

— Só faltava perfume e desodorante — retruquei e ele riu, sabendo que eu estava certo.

— E você, quando vai tentar de novo? — perguntou ainda se recompondo e quase secou a água do corpo do garçom quando achou que era o nosso pedido, mas o cara passou reto para deixar uma coca cola na mesa do lado.

— Eu não sei. Eu esperava mais do Lee e ele aceitou tão fácil ir embora — Suspirei, me esticando para pegar um sachê de açúcar para brincar, apenas para não ficar com as mãos vazias. — E acho que se eu ficar com alguém, meu pai vai fazer tudo de novo.

— Teu pai é um corno mesmo, né? — ele brigou e eu ri, concordando. — Todos os chifres que sua madrasta põe nele é pouco.

— Também, quem que aguentaria aquele veio do inferno — Eu concordei. Yoora merecia muito mais do que o idiota do meu pai, um velho rabugento, egoísta, machista e ausente.

Always | Jikook |Onde histórias criam vida. Descubra agora