AQUELA VEZ

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Capítulo 6 – Aquela vez

Ele sempre esteve ali.

Não me lembro com exatidão quando o conheci ou quando ele se tornou uma figura recorrente em casa, mas quando eu percebi, Jimin já fazia parte das nossas noites e dos nossos cafés da manhã.

Minha mãe costumava dizer que o pai dele era um cretino do pior tipo e que ele tinha sorte de ter a gente. Taehyung não ligava para quem o pai dele era, ele era todo apaixonadinho pelo novo melhor amigo e só queria saber dele.

Do dia pra noite eles criaram a melhor relação de todas e logo começaram a se denominar almas gêmeas. E claro que eu sentia certos ciúmes.

Taehyung era meu irmão mais velho, ele costumava brincar comigo sempre que possível e ter perdido aqueles momentos para Jimin foi um pouco difícil. Não que Jimin tentasse me afastar do meu irmão, mas ele roubava sua atenção de certa forma.

Aos 13 anos eu tinha certeza que odiava Park Jimin. Ele era estranho, irritante, falava demais, sorria demais e tinha um estranho jeito de se meter nas minhas coisas.

Sempre fazendo perguntas, me seguindo ou tentando me ajudar em coisas que eu não pedia ajuda. Ele me levava pra escola junto com o Taehyung e sempre me buscava quando o Tae não podia.

Ele fazia parte da minha vida, mas eu sentia que era estranho, que era falso, porque Taehyung era o seu amigo. Era com Taehyung que ele ficava acordado de madrugada conversando, era com Taehyung que ele chorava quando estava triste e era Taehyung quem recebia todos os convites para sair ou ir até a sua casa.

Eu era o irmãozinho deles, o mais novo e que às vezes vinha de brinde com a companhia do Tae. Se meus pais não podiam ficar comigo, então eles tinham que me levar junto e eu sabia que por Jimin ele não me queria por perto, porque eles já estavam naquela fase estranha, enquanto eu ainda queria brincar de videogame e colecionar revistinhas.

Então Taehyung começou a fazer um maldito curso de fotografia e Jimin passou a ter mais tempo livre, tempo esse que ele passava na minha casa, porque, de acordo com ele, sua casa era insuportável e ele preferia furar a própria perna com um garfo do que ser obrigado a ficar lá.

Ele passou a gastar seus dias comigo, ele jogava comigo, assistíamos filmes juntos, ele cozinhava e às vezes me ajudava com o dever.

No começo dos meus 14 anos eu já não tinha mais tanta certeza se eu odiava ou não Park Jimin. Ele era doce, sorria para mim e sempre me deixava nervoso.

Era estranho todas as coisas que eu sentia perto dele, desde os arrepios, ao coração disparado. Ele me deixava com as bochechas quentes e eu não sabia o que era aquilo, mas era esquisito e eu queria que parasse.

Eu tentei evitar ele, bater a porta na cara dele, o mandar embora e até mesmo ser grosseiro, mas ele era insistente e sempre voltava.

Então chegou o final do ano e ele descobriu que eu tinha um baile idiota. Minha mãe não ligou quando eu disse que não queria ir, mas ele disse que era um momento especial e que me ajudaria.

Eu aceitei porque... bem, ele queria que eu fosse e parecia ser alguma questão pessoal pra ele, eu não queria que ele ficasse triste, então se eu tivesse que buscar drinks para Kim Sun e dançar uma valsa idiota com ela, eu poderia fazer por ele.

Ele me ajudou com a roupa, cabelo e me ensinou a valsar no tapete da minha sala. E durante duas semanas, rodopiamos por toda a casa, treinando e treinando para um baile estupido, para uma dança que eu não queria.

Quando finalmente chegou o dia do baile ele parecia mais animado do que eu. Meus pais tiveram que ir visitar minha avó que estava passando mal e ele e Taehyung prometeram me levar até o baile.

Always | Jikook |Onde histórias criam vida. Descubra agora