TENTAÇÃO

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Capítulo 4 — Tentação

Eu só podia estar surtando.

Eu nunca quis que Taehyung voltasse tanto para casa quanto quero hoje, porque eu sinto que tem algo errado. Eu só posso estar surtando.

Depois daquele momento constrangedor no café da manhã, Jungkook não saiu mais do seu quarto e eu entendia ele. Se ele realmente tentou me beijar, deve ter ficado constrangido com a minha reação, mas eu não esperava aquilo dele.

Nunca imaginei que em algum momento passou pela cabeça dele que seria coerente me beijar, mas agora que eu tinha a impressão de que ele queria aquilo, eu estava pensando no assunto e isso só poderia ser um erro.

Jungkook só deve ter confundido as coisas, eu tinha certeza de que aquilo só podia ter sido um surto ou algo assim.

Eu passei a tarde toda na sala me remoendo na minha própria agonia e nos pensamentos que não me deixavam em paz. E foi lá por volta das duas da tarde que ele saiu do quarto, com o cabelo molhado e bagunçado e o tronco nú.

Ele deveria ter acabado de sair do banho e não é como se eu não estivesse acostumado, afinal o Taehy sempre fica sem camisa pela casa e isso é algo normal, mas a forma como ele caminhou pela lugar como se fosse o dono do mundo, me ignorando enquanto procurava por algo na geladeira, me deixou arrepiado.

Eu não era idiota, Taehyung sempre que tinha oportunidade me lembrava que Jungkook havia crescido e eu sabia disso, agora ele era mais alto do que eu, tinha um tanquinho gostoso e coxas grossas. Ele havia crescido e eu sabia disso, mas acho que nunca havia olhado para ele como um homem.

Jungkook sempre foi apenas o irmão mais novo do Tae e era idiotice, mas depois do incidente de cedo era como se uma nova atualização dele tivesse sido desbloqueada e agora eu conseguia notar detalhes que antes eu não via.

Como a pele bronzeada pelo sol, uma cicatriz na altura do seu quadril, o brinco em suas orelhas, o rosto bem marcado e as mãos firmes.

Ele se sentou do meu lado, onde estava durante a manhã e sem dizer uma palavra, voltou a assistir tv e eu só conseguia sentir um turbilhão de coisas dentro de mim, que pareciam me comer por dentro.

— O Tae... — ele começou a dizer como se estivesse incerto se deveria ou não falar comigo. — Ele demora muito pra chegar?

— Não, ele chega por volta das 15 — respondi um pouco tímido. — A gente fica de boa até as 18 e depois vamos para a faculdade. — Expliquei nossa rotina. As aulas ainda não haviam começado, mas era assim que normalmente era.

— Entendi — Estralou a boca. — Podemos fazer algo enquanto ele não chega?

— Algo? Tipo o que? — perguntei um pouco chocado, já que não esperava por aquele tipo de proposta, não depois de tudo.

— Eu sei lá. Poderíamos jogar alguma coisa, ou quem sabe cozinhar algo.

— Você tá com fome? — perguntei engolindo em seco e ele deu de ombros.

— Acho que sim, eu tava arrumando as coisas e acabei não almoçando — ele disse normalmente e eu notei que talvez estivesse surtando sozinho então me levantei.

— Vou fazer alguma coisa. Quer frango, um sanduíche, quem sabe um lamen? — perguntei e senti seus olhos me acompanharem antes de se levantar e me seguir.

— Podemos fazer frango frito e lamen — Sugeriu. Aquela era a combinação favorita do Tae e o que ele costumava fazer pra gente quando os pais deles tinham que sair e ficávamos sobre os cuidados do Taehy.

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