𝐏𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐯𝐞𝐫 𝐚𝐬 𝐧𝐮𝐯𝐞𝐧𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐯𝐨𝐜𝐞̂?

002 - 𝐏𝐞𝐧𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐈𝐧𝐝𝐞𝐬𝐞𝐣𝐚𝐝𝐨𝐬.

❝você não gosta de chuva?❞

❝Bom...não muito.❞

.1913.

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SOLIDÃO É UM SENTIMENTO QUE ESTÁ CONSTANTEMENTE COMIGO. Esse vazio, como se tivesse faltando algo, eu aprendi a lidar com ele, com o espaço vago dentro de mim, afinal eu sempre estive sozinha. Assim como neste momento, eu tinha acabado de decapitar mais um oni, ele era bom em se esconder, demorei para achá-lo, quando o encontrei, parecia que eu lutava com uma criança, depois disso foi fácil derrotá-lo, porém como sempre os machucados no meu corpo e meu haori sujo de sangue eram bem visíveis.

Esse oni tinha um kekkinjutsu muito difícil de combater, ele mencionou algo de ver seu pesadelo se conseguisse "um pouco de você". Eu me surpreendi bastante com seu poder — não de uma forma boa— sua técnica me trouxe memórias e pessoas que eu não precisava pensar naquele momento, mesmo não tirando nenhuma delas do meu subconsciente não é algo legal ter uma lembrança física sobre.

— Eu espero que você nunca mais venha a nascer, você é completamente patética, sempre estará sozi-- -antes do mesmo terminar a frase seu corpo e cabeça já tinham virado pó que se espalhava no ar.

Eu olhava para as roupas que sobraram daquele demônio completamente exausta, mesmo acostumada com a rotina, as lembranças ultimamente tem acabado com minha cabeça, deixando o cansaço se alastrar de maneira mais fácil em meu corpo.

Faz muito tempo que eu não deito em uma cama, ou sequer vi uma recentemente, eu estava precisando urgentemente de apenas umas horas para descansar sem estar correndo para outra missão.

— CRÁ VÁ PARA CASA DE GLICÍNIA VÁ PARA CASA DE GLICÍNIA - Acho que o corvo sabe que estou precisando de um descanso. — CASA DE GLICÍNIA CRÁ.

— Eu ouvi! Obrigado... - Limpo minha espada em um movimento ágil e a deixo descansar em minha bainha — Mas pare de gritar, estamos bem perto de uma cidade. - a ave de pelagem preta pousa em meu ombro como o costume estranho de estar sempre em contato comigo. — Onde fica a casa de glicínia corvo?

— CRÁ para o norte, para o norte - Parece que ele entendeu o "pare de gritar" — para o norte, para o norte CRÁ.

Solto um suspiro cansado fechando meus olhos momentaneamente. — Está certo...finalmente um descanso.

"Eu espero que você nunca mais venha a nascer, você é completamente patética, sempre estará sozinha."

A voz esguia da criatura que matei a minuto atrás ressoa em minha mente, quando decido abrir os olhos novamente tomo coragem e começo a caminhar, porém sem deixar de entrar em um torturante loop de suas palavras.

O demônio estava certo, tenho total consciência disso, o sentimento de insuficiência e desprezo se faz presente no fundo de meu corpo, e mais um suspiro se escapa de meus lábios. O amargo gosto da repulsa se alastrava em meu ser, eu sou patética, minha própria voz me dizia dentro de minha cabeça, o tom carregado de ódio aversão a mim mesma.