𝐔𝐦 𝐡𝐨𝐦𝐞𝐦 𝐝𝐚𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚𝐬

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Capítulo 8

Sábado 17 de Setembro De 1977

— Nix, você sabe que eu odeio irritá-lo.— Remus diz deitado em sua cama enquanto eu faço uma maquiagem no mesmo.

— Mas não há como impedir. Essa é a minha motivação.— Digo encima do meu amigo, sentada em sua barriga com minhas pernas ao lado do seu corpo enquanto o mesmo está deitado em sua cama.

— Você me odeia...— O mesmo diz tentando fazer cócegas na minha cintura.

— Eu te amo, e eu já teria recusado participar dessas reunião idiotas. Se eu não tivesse um objetivo com isso. É claro.

— É claro.— O mesmo diz pegando o seu cigarro apoiado no cinzeiro e levando até a boca.— Você sempre tem algo por traz. Só não entendo porque eu tenho que te acompanhar. Por que não pode ser o Sirius?

— Eu preciso de você, minha outra metade, não só de cérebro mas de alma. Você sabe que quando trabalhamos juntos as coisas funcionam.— Digo tentando me concentrar em sua maquiagem.

— Eu sei, mas não sei se quero estar lá. Vai aborrecê-lo.

— Você não quer isso Remus? Ele é um preconceituoso.— Digo parando com raiva.

— Eu sei. Só Merlim sabe o quando me esforcei para entrar nessa merda de Clube...

— Você vai entrar lá comigo. Você tem o direito, você é o melhor da turma, o único que teria chances com você é o Severus...— Digo voltando a arte que estou fazendo no rosto do meu amigo.

— A culpa da droga da licantropia não é minha. Ele não entende?

— A culpa não é sua. Mas ele é total responsável pelo preconceito, aonde já se viu um professor fazer isso?— Digo voltando a me estressar.— Eu poderia matá-lo por te tratar assim.

— Eu poderia gostar disso.— Ele diz sorrindo.

— Eu penso em tantas maneiras. Eu poderia esfaqueá-lo.

— Enforca-lo.

— Afoga-lo

— Uh, eu tenho uma boa. Envenenamento. Por poção.— Remus diz sorrindo.

— Ui, assustador senhor Lupin.— Digo rindo.— É assim que fazemos com intolerantes.

— Mas ao invés disso, iremos a festinha dele.— Remus diz suspirando e apagando seu cigarro.

— Vai doer nele de qualquer maneira. E depois disso, daremos uma saída triunfal. Nunca mais farei parte daquele grupinho.— Digo sorrindo e meu amigo me devolve o sorriso.

— Afinal, oque você está fazendo no meu rosto?

— Confia Moony, você vai amar. Só falta uns últimos retoques, e...— Digo focando no desenho.— Prontinho, olhe no espelho.

Saio de cima do mesmo para que possa olhar seu reflexo.

— Ai. Meu. Merlim... Isso tá incrível.— Ele diz ainda se encarando sorrindo.

— Eu disse que ia amar.— Digo agora acendendo um cigarro e tragando.— Bowie meu caro.

Eu fiz a maquiagem de raio. Remus pega a capa do Vinil de Aladdin Sane e se compara.

— Slugh iria odiar se eu fosse assim?— Ele pergunta com uma sobrancelha levantada.

— Provavelmente, e isso faria a minha noite.— Digo sorrindo.

Me levanto da cama com o cigarro preso entre os lábios e paro ao lado de Remus, que ainda se encarava no espelho.

— Eu acho que a gente deveria dar uma noite inesquecível para ele...

— Estilo marotos?— Remus pergunta.

— Estilo O último ano dos Marotos. Sem punições posteriores, sem arrependimentos.

— Parece bom. Agora apague esse cigarro antes que a Minnie passe pelo corredor e sinta o cheiro.

— Você quem manda Moony.— Digo rindo indo até a escrivaninha aonde tinha um cinzeiro.— Deveríamos ir até o Hagrid. Visita mensal, você sabe.

— Devíamos mesmo. Já faz um tempo. Aliás aonde os idiotas estão?— Ele diz apontando para a cama do Sirius e do James.

— Você sabe. Agora que Jaime é monitor ele também foi chamado para o clube do Slugh, e Sirius vai ser seu acompanhante na reunião então... Sirius foi as compras junto com James.

— Ai meu Merlim. Você já tinha tudo planejado né?— Ele diz me encarando.

Apenas sorrio para o mesmo.

— E se eu não tivesse aceitado ser seu acompanhante?— Ele diz cruzando os braços com uma sobrancelha arqueada.

— Não existe essa hipótese, eu tinha certeza que você aceitaria...

— Eu aceitaria.— Ele diz e solta uma pequena risada.— Não só aceitaria como eu aceitei. É um saco sermos tão íntimos, você me conhece tão bem que não tem mais um ar de mistério.

— E você me conhece tão bem que já sabia que eu planejava isso tudo. Não tenho como me fingir de inocente com você.— Digo parando ao lado do mesmo que estava encostado em sua estante.

— Então é isso? Pegadinha de vingança hoje a noite?

— Pegadinha de vingança hoje a noite.— Digo para o mesmo e sorriamos um para o outro.— Um miserável quem ousar pensar que pode mexer com você e não enfrentar a fúria dos marotos. Tudo por você Monny.

— Os meninos já sabem?— Ele pergunta e eu aceno que sim com a cabeça.— Qual a chance de conseguirem nos pegar?

— Algumas... Espero que leve roupa de banho...

— Oque?— Ouço-o dizendo quando já estou no corredor em direção ao meu quarto.

Eu sempre quis quebrar os vidros da Sala Comunal da Sonserina.

Por que não a do Slugh?

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Título: Starman - David Bowie 1972

Contagem de palavras: 852

Espero que tenham gostado <33

Nix - The Night EraOnde histórias criam vida. Descubra agora