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myriad.

NARRADORA

Já beirava por volta de meio dia numa quinta-feira, Giovanna corria com sua última sessão de fotos para então se dirigir ao seu hotel e se arrumar para a confraternização com sua nova parceria, os estúdios RG. Tal confraternização que estava agendada para começar às 15h em ponto. E Giovanna sendo Giovanna, jamais se permitiria atrasar. Nem que fosse por meros segundos.
Assim que terminou as fotos, se dirigiu ao hotel, tomou seu longo e amado banho de banheira, refletiu sobre suas escolhas e sentiu um alívio se instalar por pensar em suas decisões para o futuro. Estava animada, ansiosa, e todas essas novas janelas de oportunidades lhe deixava excitada pelo novo, pelo até então, desconhecido.
Terminou seu banho, arrumou seu cabelo em ondas, colocou um vestido curto, preto e que tinha alguns brilhos e uma sandália preta de salto fino. Fez uma maquiagem leve mas que marcava exatamente os pontos atraentes em seus olhos. Giovanna sabia como chamar atenção, mesmo com pouco, e ela gostava disso.

Quando já estava pronta, contatou seu motorista e se dirigiu para o evento. E por ter ficado tanto tempo imersa em seus devaneios e pensamentos na banheira, mal notou que, mesmo sem querer, e mesmo odiando tal qual, acabou não notando a hora. Pela primeira vez, Giovanna estaria atrasada.
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Por outro lado, Alexandre Nero tinha sido um dos primeiros a chegar, por motivos óbvios de um ótimo open bar e companhia dos amigos que tanto gosta. Vestia uma polo preta, calça azul marinho e tênis branco. Se encontrava com Rodrigo e Romulo perdidos entre risadas e fofocas sobre trabalho, mulheres e affairs. Mal notaram quando o CEO dos estúdios RG se dirigia à palavra aos convidados, atraindo toda atenção para o pequeno espaço em que se encontrava.
Quando então, no meio do discurso - na qual no atual momento, todos os convidados estavam focando 100% suas atenções - pela porta dos fundos, Giovanna entra em silêncio, como uma adolescente chegando de madrugada escondida dos pais, tentando chamar o mínimo de atenção possível pra si. E por sorte, conseguiu.
Giovanna se camuflou rapidamente entre os convidados ao fundo, encontrando algumas conhecidas e se sentando com as mesmas. Ali pôde respirar por um segundo, se sentindo péssima pelo seu atraso e agradecendo ao universo por ninguém ter notado ou feito um escândalo pela presença dela ali. Atrasada.

O resto do discurso foi breve e divertido, e então, todos poderiam curtir a festa, beber e dançar.

Giovanna se encontrava entretida com suas conhecidas, entre risadas e sorrisos, contando histórias bizarras e acontecimentos embaraçosos. Enquanto isso, Alexandre já se encontrava com seu copo vazio, pediu licença aos amigos para se dirigir ao bar e pegar uma nova dose de whiskey.
Alexandre andava calmante rumo ao bar, quando num súbito momento seus olhos se encontraram com os de Giovanna.

POV GIOVANNA

Eu estava imersa nas minhas conversas com as meninas, e de repente, em meio a uma risada eu subi o olhar, que em questão de segundos se encontraram com os olhos dele. E então, eu não soube explicar a corrente elétrica que passou pelo meu corpo. Eu estava acostumada com olhares vindo de várias pessoas, eu estava acostumada a ser desejada, a ser mimada, a ter tudo como e quando eu quero. A ter quem eu quero. A fama tem lá suas vantagens, e me sentir poderosa, amada, sentir toda a atenção em cima de mim, como mulher, me fez viver loucas aventuras mundo a fora. Romance não estava presente no meu vocabulário, pelo menos não nos últimos anos, após eu descobrir uma traição, pelo meu então noivo, 2 dias antes do meu casamento. Como que em um piscar de olhos - literalmente - me faz imaginar coisas com alguém na qual eu não sei nem o nome?

POV ALEXANDRE

Passava tranquilamente pelo salão em busca de um novo drink no bar, quando ouvi a risada mais gostosa que já presenciei nessa vida, meus olhos foram em busca, e no mesmo segundo se encontraram com os dela. Meu corpo entrou em combustão, eu não conseguia acreditar que via Giovanna Antonelli diante de meus olhos, assim, ao vivo. Estaria eu sonhando? Estaria eu já alcoolizado o suficiente pra imaginar coisas? Como que uma mulher à altura dela, se encontraria em um evento como esse. Não estamos falando de Oscar, Globo de Ouro, e afins, estamos falando de uma mera confraternização como essa?
Eu precisei de alguns segundos para me concentrar, e enquanto eu tentava desvendar o mistério dessa situação, eu via seus olhos encarando os meus, com uma pitada de curiosidade, como se tentassem me desvendar. Pisquei algumas vezes e saí do transe, caminhei até o bar e invés de whiskey optei por uma água, eu precisava me recompor. Caminhei até a área externa e me apoiei na sacada por alguns instantes, precisava de ar fresco e a vista também ajudava muito a me distrair. Quando que num sussurro, eu ouvi uma doce voz dizendo: