feelings

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Já se passavam das oito quando Minho, finalmente, saiu da empresa de onde trabalhava. Saiu mais tarde que o esperado e rapidamente entrou em seu carro saindo dali em direção a casa de Jisung. Parou em uma pequena loja de conveniência próximo ao prédio onde o menor morava e comprou algumas coisas para comerem. Entrou novamente no carro e, antes de dar partida, discou o número do acastanhado deixando em viva-voz e o deixando em cima do banco ao lado enquanto dirigia.

Han não o atendia. Ligava diversas vezes, mas nada de Jisung atender. A preocupação já havia tomado conta de todo seu corpo.

Assim que chegou ao edifício, saiu apressadamente do carro adentrando o prédio. Como já era conhecido, o porteiro apenas assentiu quando o viu entrar apressado. Lee subiu os sete andares rapidamente e não demorou para estar a porta do mais novo. Bateu algumas vezes chamado seu nome, mas ninguém respondia. O desespero era nítido. A sensação de culpa se fez presente. Implorava mentalmente para que ouvisse alguma resposta do mais novo. Mas nada se ouvia. Seu coração estava disparado.

Se afastou um pouco da porta pronto para arromba-la, mas, antes que pudesse tentar, suspirou aliviado quando o porteiro do prédio se aproximou dizendo que o viu, pelas câmeras de segurança, bater na porta desesperado. O porteiro retirou dos bolsos de sua calça as chaves do apartamento de Jisung. Agradeceu mentalmente por ele ter uma chave reserva. O reverenciou o agradeceu e o viu caminhar de volta para seu posto.

Minho se virou para a porta e a abriu com certa brutalidade adentrando o apartamento arregalando um pouco os olhos a cada passo que dava, vendo o garoto de madeixas castanhas, caído sobre o chão.

Deixou as sacolas em sua mão em cima do sofa e se aproximou rapidamente do menor. Checou seu pulso e suspirou aliviado vendo que o mesmo estava vivo. Pegou o pequeno em seus braços o colocando no sofá em uma posição que fosse confortável. Se sentou ao lado de Jisung e o observou por algum tempo. Seu peito subia e descia rapidamente demonstrado seu nervosismo e, ao mesmo tempo, alívio por saber que Han ainda estava vivo.

Se sentia culpado por ter demorado tanto e deixando Han no estado em que estava. Sabia como o garoto se sentia, sabia como seus pensamentos o conturbavam.

Sentiu uma pontada no peito por ver seu garoto naquele estado.

- Me perdoe Sung. Me perdoe por não ter chegado mais cedo...

Minho acariciava o rosto pálido do menor com certa delicadeza, como se tivesse medo que, Jisung, fosse quebrar a qualquer toque brusco.

Devagar, se aproximou um pouco mais do garoto de bochechas redondas, as quais tanto gostava, e deixou um selar demorado em sua testa. Voltou a encará-lo e, sem que percebesse, um pequeno sorriso se formou no canto de seus lábios.

...

Longos minutos se passaram. Jisung abriu os olhos devagar encarando a sua volta. Um barulho vindo da cozinha pôde ser ouvido pelo acastanhado, o garoto encarou confuso o homem de costas para si que parecia cozinhar algo.

- Hyung?

Sua voz saiu fraca e levemente baixa, mas em uma altura suficiente para que chegasse aos ouvidos de Lee que logo o encarou. Minho caminhou até Jisung com uma expressão aliviada em seu rosto. Se sentou ao lado do garoto acariciando seus cabelos e o encarou com um pequeno sorriso no canto de seus lábios.

- Me desculpe por ter demorado tanto a vir, eu não queria ter me atrasado.

- Você está aqui agora, por favor Hyung, não peça desculpas. - Lee assentiu ainda com um pequeno sorriso.

Jisung se aproximou descansando sua cabeça no ombro do mais velho. Ficaram em silêncio por um tempo, Han não sabia como encarar o moreno ao seu lado, se sentia péssimo por ter feito algo que o prometeu que não faria. Se sentia péssimo.

- Me perdoe... - Jisung disse tendo a atenção do mais velho. - Eu não resisti, me perdoe...

Han sentia medo. O medo de ficar sozinho novamente. Medo de não ter mais Lee Minho por perto. Medo de não poder desfrutar mais da companhia da única pessoa que o fazia se sentir vivo.

Minho se afastou levemente segurando o rosto do menor fazendo o mesmo o encarar. Mesmo que se recusasse, Han o encarou com um olhar preocupado e os olhos marejados.

- Está tudo bem, ok!? Eu estou aqui agora.

Lee envolveu o garoto em seus braços lhe dando um abraço caloroso. Jisung se aconchegou em teus braços escondendo seu rosto na curva do pescoço do mais velho sentindo seu cheiro. Minho acariciando os cabelos castanhos do garoto tentando o acalmar, enquanto o mesmo chorava sobre seus braços. Minho afastou um pouco o rosto do menor enxugando suas lágrimas e o encarando nos olhos.

- Precisa comer algo. - Han assentiu se levantando junto a Minho e indo até a cozinha. - Espero que não se importe de eu ter usado sua cozinha.

- Eu nunca a uso de qualquer forma, além disso, já disse que tem total liberdade aqui dentro, Hyung.

Lee serviu dois pratos colocando um a frente do mais novo e se sentando ao seu lado. Comiam em silêncio. Minho, vez ou outra desviava seu olhar até Jisung observando o garoto comer. Era lindo. A forma como as bochechas do garoto ficavam quando, Han, come algo, era lindo. Era oque pensava.

Jisung sempre gostou da presença do mais velho, mesmo que estivessem em silêncio, como agora estavam. Ter Minho ali, apenas ao seu lado, o fazia se sentir vivo.

Observar Lee Minho, era algo que Han adorava fazer quando estavam juntos. Observava cada traço e detalhe do rosto do moreno e sempre se questionando de como Lee, conseguia ser tão perfeito.

A aparência de Minho é, de fato, desconcertante. Seus olhos são como de um gato, seu rosto, extremamente fofo e angelical. Sua aparência delicada agrada Jisung de um forma inesperada.

Cada detalhe de seu rosto são como flores que se destacam por si. Sua risada e seus dentinhos de criança são um ponto bem delicado pelo fato de serem um conjunto muito fofo. Seu riso, era como música para os ouvidos do acastanhado.

Aos olhos de Han, Lee Minho era a obra de arte mais bela e encantadora que ele um dia já viu, e, mesmo que quisesse, não conseguia negar que o moreno fazia seu coração palpitar de uma maneira que nunca havia sentido.


[...]


"É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo."


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My Hope | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora