Rafe sentia todo seu ser se afundar em apreensão e medo, ele não pôdia negar que sentia um frio na espinha cada vez que se aproximava da sua casa, ou melhor do seu pai ... Era como se ele estivesse se aproximando de um vulcão em erupção, e as chances de ser queimado era inevitável.Ele admirava mais que tudo Ward, ele não pôdia negar. A maneira meio confusa e prática que o outro tinha de resolver os problemas, ou a capacidade de elaborar uma solução capaz de confundir qualquer um. Rafe sabia que seu pai errou várias vezes - exemplo claro de querer Sarah de volta a família -, mas sua lealdade com ele sempre seria a mais firme e sólida de todas, por mais que seu interior o avisasse que aquilo não era recíproco, e que a força vinha apenas de uma parte.
Mas o que ele poderia fazer?!
Nada.
Desacelerando aos poucos a moto, Rafe estaciona no jardim, sentindo as mãos suando de nervoso, fleches do dia anterior voltando em sua memória, o tapa ... As palavras que pareciam com facas o perfurando por dentro... Ele só queria que tudo aquilo acabasse.
Em passos lentos Rafe começa a caminhar em direção a porta de entrada, balançando a chave na mão como se o barulho de tilintar fosse o distrair do que viria em seguida, nada nem ninguém poderia mudar seu cruel destino, ele estava fadado a vivenciar tudo aquilo, e encarar de frente o que viria era a mais sensata escolha, por mais que evitar tudo fosse o mais plausível e tranquilo caminho.
Mas não era como se ele tivesse escolha...
Ele nunca tinha.
A casa se encontrava silenciosa, e por alguns segundos Rafe apenas se manteve encostado na porta se concentrando na calmaria que o local se encontrava - diferentemente da sua mente que trabalhava como louca naquele mórbido momento - ele se sentia quase que exposto naquele local, os olhos fechados tentando controlar a respiração falhada e descompassada, e naquele momento Barry veio em sua mente... O que era estranho e inegável, mas ele já não tinha mais o controle de seus pensamentos, já que ele sabia que só o outro era capaz de o acalmar e deixar ele quase em um processo de alívio instantâneo, como se os problemas que o rondeava fosse nada.
Porra! ele só queria sair dali o mais rápido possível e ir atrás do garoto!
E quando Rafe decidi por fim sair pela porta, a voz de seu pai soa pelo cômodo- que instantaneamente ficou mais abafado -, fazendo Rafe soltar a maçaneta instantâneamente, respirar fundo e se virar encarando o pai que tinha um olhar curioso, apesar de ser notório a face culposa em que ele se encontrava.
- Filho, graças a Deus, onde você estava? - Ward pergunta se aproximando de Rafe que ainda se mantinha estático no mesmo lugar, receoso com o que viria pela frente, e como seria a atitude seguinte de seu pai.
Ele era volúvel demais para poder ser decifrado.
- Eu tô bem pai... - Rafe responde sentindo os dedos ásperos de seu pai segurarem as duas partes da sua face, e ali estava o sentimento de vulnerabilidade que Rafe tanto odiava, era questões de segundos para ele cair e se manter quebrado, porque assim que ele era, completamente instável e indefeso.
Uma peça quebrada e irreparável, o poço de vulnerabilidade e fraqueza.
E ele se odiava por isso.
- Filho me desculpa, eu não sei o que me deu para dizer aquilo ... Eu nunca queria ter feito aquilo... - Ward se lamenta puxando Rafe para um abraço, e por alguns segundos ele se manteve imóvel no mesmo lugar, mas aquele momento era tudo para si, tão solene que ele então passou os braços pelas costas de seu pai, fechando os olhos por alguns segundos e apenas se deixando levar pelo breve gesto de carinho que emanava pelo ar.
- Tá tudo bem pai, você tem razão. - Rafe diz assim que se afasta do pai, se virando de costas para o mesmo, tentando controlar a vontade de chorar que o apossava pouco a pouco, ele já pôdia sentir seu sangue ferver em uma mistura de nervoso e tristeza, ele já se sentia a beira de um ataque.
- Não filho, aquilo tudo que eu disse é mentira, eu te amo! - Ward responde com a voz apreensiva, e Rafe se vira para olhar pro mesmo, tentando encontrar alguma mentira na frase do outro, por mais que sua mente jamais fosse enxergar algo ruim vindo de Ward.
Porque era assim como as coisas eram.
- Não precisa se explicar pai ... - Rafe diz querendo acabar logo com toda aquela conversa, aquele momento seria um dos inúmeros onde ele desmoronaria depois, e se manteria drogado tentando fazer a dor e a sensação angustiante passar.
Por mais que aquilo não fosse passar...
- É claro que preciso, eu não queria ter te batido - Ele diz passando a mão sobre o rosto ainda marcado de Rafe, pendendo a mão no alto em seguida, como se tivesse tocada em um campo minado - que fosse explodir com apenas pra um breve toque-.
O que não diferia de Rafe. Ele era um campo minado, um tnt prestes a explodir, ele era algo que deveria se manter longe de tudo e todos, mas sua mania de estragar tudo sempre falava mais alto e se destacava dentre qualquer que fosse a coisa.
- Tá tranquilo Pai. - Não. Não estava. Mas ele era covarde demais para dizer aquilo em voz alta, então apenas conviveria com aquela questão em sua mente, e pouparia qualquer complicação.
- Não está, você sempre tá aqui pra mim, eu sou muito grato por tudo que você fez, me perdoa filho - Ward diz com a voz quase em um sussurro, e Rafe não saberia dizer se aquilo era puramente sincero ou da boca pra fora.
Na verdade ele sabia, só não queria admitir para si mesmo ...
- Claro que desculpo Pai. - Rafe responde sentindo o gosto amargo das palavras o invadirem, mas sua mente não processava nada em sua frente, e aquilo era apenas detalhes da sua amarga vida.
...
Espero q tenham gostado ♥️
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You Are A Problem | Rafe Cameron x Barry | Rarry
FanficEra incrivel como aquelas roupas caras e estúpidas caiam perfeitamente no corpo de Rafe Cameron, Barry desejava que aquele Mauricinho fosse menos atraente para sua própria sanidade. E bom, Barry era o único capaz de fazer Rafe se sentir completo, e...