Black in White.

04

"Não há segredos que o tempo não revele."
Jean Racine

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Desato o nó da canga de praia, a pondo estendida sobre a areia. Era a primeira vez que havia sol desde a minha vinda à Forks. Me sentia confusa com o novo universo e me sentia diferente, com o coração disparado e uma vez ou outra uma falta de ar... Podia ser asma, ou a ansiedade estava me corroendo por completo finalmente. Esperava amplamente que eu estivesse com alguma doença, aceitava tudo! Menos estar grávida daquele ser.

Deixo meus pensamentos de lado. Pondo folhas brancas sobre a canga, para enfim, entrar no meu universo favorito: desenhos de moda.

Depois de sentir minhas inspirações se esvaziaram, guardo os desenhos no carro. Voltando a deitar sobre a canga. Faço pequenos círculos na areia, enquanto minhas costas se esquentam ao sol.

Suspiro, ao ver um par de pés masculinos, os quais as unhas deveriam ser cortadas imediatamente.

- Cullen, Ridher ou Newton?- Resmungo, ponderando qual dos meus perseguidores estava ali.

- Os Cullen não vem aqui.- O dono dos pés, diz de forma áspera e ameaçadora.

Decido levantar meu corpo do chão e bato a areia do meu corpo.

- Por acaso, eu te perguntei alguma coisa?- Respondo no mesmo tom.

O homem em minha frente era bronzeado, como Jacob. Porém esse homem em minha frente me passava um sentimento ruim, perigo emanava de ser corpo e seus olhos me lembravam os de um peixe baiacu.

- Estou apenas comentando.- Ele diz, de braços cruzados, me encarando de cima a baixo.- Você é muito branca, muito magra e seus cabelos são esquisitos. Nunca te vi aqui.

- Está me diminuindo para que eu me sinta atraída por um cara tão feio quanto você?- Pergunto cinicamente, segurando o riso, enquanto o outro me encara com irritação.- Não diminua as mulheres porque seu pé é torto e pequeno, querido.

- Eu vim aqui numa boa, não me faça brigar com uma mulher.- Ele diz com irritação, tremendo como se estivesse com Parkinson.

Ignoro o moreno sem nome, explanado minha canga e a dobrando.

- Se não tem nada a dizer, me deixe em paz.- Digo, o dispensando com a mão.

- Não fique como a gay da Swan e decida qual dos dois lados você vai escolher.- O homem diz, me fazendo bufar confusa.

- Gay da Swan? Você é homofóbico?- Reclamo com irritação.- Sabia que a maioria dos homofóbicos são gays com medo de sair do armário? É isso? Você está com inveja da Isabella namorar uma mulher abertamente, quando você tem que comer sua própria bundinha com os dedos?

Os momentos no segundo a seguir, foram estranhos e nada comum. O homem em minha frente tremia imensamente, até que, de repente, seu corpo se contorce em direção ao chão. As roupas em seu corpo se rasgam e voam por todas as direções e então, pelos macios e negros dão início ao enorme lobisomem.

Perdi a fala por alguns segundos e me aproximo do homem-lobo, querendo ver de perto aqueles pelos... Que me dariam um ótimo casaco de pele. Outro lobo aparece, agora com outra pelagem. Ambos os animais rolam pela areia e um menino, aparentando ser mais novo, aparece ao meu lado.

- O segredo do lobo foi revelado.- Ele diz e me olha.- Preciso que me siga.

- Seguir você?- Pergunto com sarcasmo, logo rindo.- Posso saber porque eu faria isso?

- Porque você viu ele se transformando em um lobo?- O menino diz, aparecendo nervoso.

- Tudo bem. Mas só porque estou desocupada.- Respondo.

Não seria a primeira vez que eu vira um homem se transformar em fera, penso. Lembrando-me das pessoas da ilha.

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Cruzo as pernas, pondo um tornozelo sobre o outro, virando meu tronco levemente a esquerda, enquanto apoio meu cotovelo sobre o braço da poltrona.

- Como eu disse, esperamos que mantenha nosso segredo em... Segredo.- Billy, o ancião da cadeira de rodas fala, repetitivo.

- Só isso?- Pergunto retórica. Me cansando daquela pequena conversa.

- Devemos adicionar alguma outra coisa?- O ancião me pergunta com falsa curiosidade.

- Que tal o Paul me pedir desculpas por ter me atacado na praia?!?- Exclamo com ironia, o velho em minha frente suspira e concorda. Entrelaço minhas mãos frente ao meu colo e adiciono.- Quero ter acesso a matilha.

- Pra que exatamente?- Ele pergunta ansioso.

- Preciso de modelos masculinos.- Falo, omitindo a parte de que gostaria dos pelos dos lobos para um belo casaco de pele.- Só foto de corpo. Eu posso borrar a face deles na edição.

- Não sei se seria...- O velho olha para o lado e suspira, logo concordando.- Tudo bem.

- Billy... Sobre o imprinting?- Sam, quem eu descobri ser o alfa da matilha, pergunta com cuidado.

- Jacob vai falar com ela, não vai?- O ancião pergunta retoricamente ao garoto que se manteve em silêncio durante todo o acontecimento.

Capítulo sem revisão.