Em seguida se depararam com um segundo par de portas, desta vez de prata, onde havia gravado o seguinte:
Entrem, estranhos, mas prestem atenção
Ao que espera o pecado da ambição,
Porque os que tiram o que não ganharam
Terão é que pagar muito caro,
Assim, se procuram sob o nosso chão
Um tesouro que nunca enterraram,
Ladrão, você foi avisado, cuidado,
pois vai encontrar mais do que procurou.- Só um louco tentaria roubar o banco - lembrou James.
Lyra deu uma risadinha.
Dois duendes se curvaram quando eles passaram pelas portas de prata e desembocaram em um grande saguão de mármore. Havia mais de cem duendes sentados em banquinhos altos
atrás de um longo balcão, escrevendo em grandes livros-caixas, pesando moedas em balanças de latão, examinando pedras preciosas com óculos de joalheiro. Havia ao redor do saguão portas demais para contar, e outros tantos duendes acompanhavam as pessoas que entravam e saíam por elas.- Bom-dia - disse Lyra a um duende desocupado. - Viemos sacar algum dinheiro do cofre do Sr. Harry Potter e da Srta. Adhara Mackinnon.
- A senhora tem a chave? - ela concordou e o entregou duas chavinhas de ouro.
O duende examinou-a cuidadosamente.
- Parece estar em ordem. - acenou. - Muito bem! - falou. - Vou mandar alguém levá-los aos dois cofres, Grampo!
Grampo era outro duende.
- Quem vai com as crianças? - Lyra se virou para eles, ambos acenaram para ela. - Certo, vamos lá meninos.
Eles acompanharam Grampo a uma das portas que havia no saguão.
Grampo segurou a porta aberta para eles passarem. Harry, que esperara mais mármore, surpreendeu-se.
Encontravam-se em uma passagem estreita de pedra, iluminada por archotes chamejantes. Era uma descida íngreme, em que havia pequenos trilhos. Grampo assobiou e um vagonete disparou pelos trilhos em sua direção. Eles embarcaram - e partiram.
A princípio eles apenas viajaram em alta velocidade por um labirinto de passagens cheias de curvas. Harry tentou memorizar, esquerda, direita, direita, esquerda, em frente no entroncamento, direita, esquerda, mas era impossível. O vagonete barulhento parecia conhecer o caminho, porque Grampo não o estava dirigindo.
Os olhos de Adhara ardiam no ar frio que passava rápido por eles, mas mantinha-os bem abertos. Uma vez, pensou ter visto uma labareda no fim da passagem e se virou para conferir se era um dragão, mas foi tarde demais - eles mergulharam ainda mais fundo, passaram por um lago subterrâneo onde se acumulavam no teto e no chão enormes estalactites e estalagmites.
- Eu nunca sei... - gritou Harry para eles poder ouvi-lo. - Qual é a diferença entre uma estalagmite e uma estalactite.
- Estalagmite tem um "m" - disse Adhara. - E não faça perguntas agora, acho que vou enjoar.
O vagonete afinal parou ao lado de uma portinhola na passagem.
- Beba. - murmurou Lyra entregando a ela um frasquinho.
Grampo destrancou a porta. Saiu uma grande nuvem de fumaça verde e enquanto ela se dissipava, Harry ficou sem respirar. Dentro havia montes de moedas de ouro. Colunas de prata. Pilhas de pequenos nuques de bronze.
- É tudo seu - sorriu Lyra.
Tudo de Harry - era inacreditável. Os Dursley com certeza não sabiam da existência daquilo ou teriam tirado tudo mais rápido do que uma piscadela. Quantas vezes tinham se queixado do quanto lhes custava criar Harry? E durante todo aquele tempo havia uma pequena fortuna que lhe pertencia, enterrada no subsolo de Londres.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Phoenix
Fanfiction7 livros, um passado, um presente, um futuro, uma segunda chance e uma história para reescrever. Após descobrir que sua vida toda era uma mentira, Lyra Annora resolve tomar decisões importantes. Ajudar seu filho a salvar o mundo agora era sua priori...