- Vocês já ouviram falar de necromantes? - A elfa pareceu curiosa sobre o que a coruja dizia. Porém, Arari, que havia terminado o feitiço, se virou para a coruja irritado.
- Por que deveríamos? Não nos trará nada de bom. - A coruja o encarou e ele o fez também. - Já está pronto. Pode passar, garota.
A elfa olhou para a linha mágica e ela já não era mais uma linha, agora sua largura havia aumentado, aparentava ser uma ponte. Mas, a elfa ficou meio receosa.
- Ei, tigela, por que sua magia tem que ser vermelha? E se eu confundir o seu vermelho com o vermelho da água? - Ela disse, ainda sem pisar na ponte mágica. Arari virou na direção dela, quase pegando uma pedra e jogando nela.
- Quer mesmo que eu te responda? - Ele perguntou, totalmente incrédulo com a fala da garota. Quem afogaria alguém seria Arari.
A elfa fez careta e, com toda cautela, colocou seu pé esquerdo na ponte mágica.
- Se isso cair, eu te mato. - Ela disse, já colocando outro pé e começando a andar. Ficou surpresa com a resistência daquilo. - Ela nem balança, mesmo se eu andar mais rápido. - Arari, do outro lado, sorriu de lado, convencido.
- É claro, minha querida. Sabe a razão dela ser assim? - Ele perguntou e ela balançou a cabeça em negação. - Ela é assim porque foi essa bela criatura na sua frente que fez. - Seu sorriso aumentou, sua autoestima era bem elevada, mas quando olhou para a elfa, ela não estava nem ao menos o olhando. - Ei, presta atenção quando os outros estão falando.
- Por que eu deveria?
- Porque eu sou mais velho! - Ele gritou, irritado demais para ver que a garota já estava o alcançando.
- E? No momento, você se encontra no corpo de uma criança, então você é uma criança. - Ela estava de braços cruzados ao lado dele, Arari se assustou ao vê-la ali.
- Pelo menos andou rápido, garota lerda. - Eles quase saíram no tapa, mas a coruja os chamou.
- Vocês querem sair daqui mesmo? Lá embaixo não está mais como antes, está diferente.
- Só iremos para encontrar vinho. - Arari disse, despreocupado.
- Falando assim, você até parece um cachaceiro. - Disse a elfa rindo.
- Aquele lugar virou zona de guerra. - A coruja continuou, os seguindo com o olhar a cada passo dado.
- Quem está lutando? Os ogros? - A elfa questionou.
- Os ogros já se foram, quem está lutando é mil vezes pior.
- Eu acho que esqueci algo na árvore, irei voltar. - Arari ia correndo de volta para o carvalho, mas a elfa puxou seu cabelo. - Sua doida! Não se puxa o cabelo de ninguém, principalmente o meu!
- Cala a boca, temos que conferir. - A elfa falou, enquanto puxava o elfo pelo cabelo.
- Me solta! - Ele dizia, e ela o ignorava.
[...]
No caminho para os ogros, a elfa já tinha soltado o cabelo de Arari, e o mesmo resmungava enquanto a seguia.
- Na próxima, eu vou te deixar careca, sua idiota. Vou te abandonar na floresta dos vivos e sair correndo. Vou... - A elfa o interrompeu.
- Floresta dos vivos? O que é isso? - Ela o perguntou, trazendo-o para seu lado, deixando o vaga-lume ir na frente. Arari deu um tapa em sua própria boca, pensando no quão idiota ele devia ser. - Não vai responder?
- O que? Eu não disse isso, de onde você tirou esse nome? Acho que está ouvindo coisas. - Ela o beliscou. - Você gosta de agredir, não é? Vou te denunciar por maus tratos. - Ela riu.
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Leilão de Fortunato
FantasíaSINOPSE Uma garota não nomeada ao nascer A sorte apaixonada acabou por perecer Fadas e ogros vindo ao seu amparo Mas humanos e corujas os fizeram pagar caro Um anel estranhamente suspeito encontrou E um pequeno garotinho de vermelho libertou Por trê...