Capítulo 12 - Começou a Andar

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Depois daquele dia, quando Arari falou para irem embora juntos, a elfa ficou em dúvida.

Afinal, ir embora para onde?

Então, passado-se três dias, ela o questionou.

- Para onde vamos? - Olhou para o elfo na árvore. - Onde fica o mundo? - O elfo mais velho desceu da árvore rapidamente e parou em sua frente.

- O mundo, criança, é tudo que vem depois desse carvalho. - Ele apontou para o carvalho que continha o portal.

- Então, antes do carvalho não é mundo? - Ela disse inocentemente, mas Arari jogou uma maçã nela novamente.

- Você não entende nada. Enfim, podemos ir para qualquer lugar. Somos livres, quem iria nos impedir?

- Humanos, bruxas, necromantes, corujas estranhas... - Ele interrompeu ela.

- Pare, criança. Se você só pensar no que pode te parar, você nunca irá andar. - Ele se sentiu um idoso passando conhecimentos para um jovem, mas talvez fosse isso mesmo. - Nós podemos ir, é só não deixá-los nos descobrir. Já ouviu falar de disfarce?

- Não?

- Eu consigo esconder minhas orelhas com algum chapéu, mas você não pode... Seu cabelo branco é um problema. - Ele pensou por uns minutos logo parecendo ter uma ideia brilhante e sorriu. - Você quer pintar o cabelo?

- Eu não vou com você. - Ela disse séria e saiu andando.

- O que?! Por quê?! - Ele correu atrás dela.

Ambos ficaram nessa o dia inteiro, até que Arari conseguiu convencer a elfa sobre viajar.

E então, eles foram.

Arrumaram as coisas que não tinham e partiram.

Como o local em que estavam era mágico, qualquer árvore poderia levar para qualquer lugar.

Arari queria muito escolher uma em específico, mas era um salgueiro e a elfa não deixou. Por isso, ela escolheu uma aleatória, um ipê que estava prestes a florir.

- Espero que você seja uma pessoa sortuda. - Arari disse, vendo como ela escolheu aleatoriamente. A elfa o olhou de relance, quase dizendo que não tinha uma gota de sorte, mas decidiu ficar quieta.

- Vamos. - E os dois passaram através do portal do ipê.

Assim, a roda da vida deles começou a se mexer. Mas rodas te levam para algum lugar, o que eles encontrarão enquanto seguem a estrada?

O que conta na vida não é só o final dela, mas sim os caminhos que vêm com ela. Que caminhos passarão na vida desses dois?

[...]

Três anos se passaram, a situação do país não andava muito boa, a perseguição às criaturas mágicas aumentou consideravelmente.

Veridiana sempre foi um país com pessoas intolerantes, percebe-se no modo como tratam crianças humanas que nascem albinas.

Mas chegar ao ponto deles odiarem todos que não são humanos?

Isso nunca aconteceu...

Antes, as criaturas eram escravizadas e levadas para trabalharem em fazendas, sendo tratadas como objetos e obrigadas a fazer o que mandavam.

Durante esse anos, os humanos aperfeiçoaram o modo como prendiam as criaturas mágicas. Antes, eles somente os envenenavam com pequenas quantidades de petróleo, o que já os impedia de usar magia.

Porém, inserir petróleo como veneno neles estava os prejudicando demais. O petróleo os corroía por dentro, acabando por matá-los aos poucos. E como vários estavam morrendo, os humanos pensaram em outra forma de aprisioná-los sem os matar.

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