Planos

56 7 0
                                    

Naquela noite, Margaery sonhou que estava novamente no banquete de seu casamento com Joffrey. Mas, para seu horror, era ela quem tinha tomado o veneno. Sentia mil mãos de ferro se fechando em sua garganta e torcendo seu pescoço. Ela rasgava a garganta, tal qual Joff fizera enquanto sufocava e morria, tirando tiras de sangue do pescoço pálido, sem conseguir respirar.

Ela sentiu o chão sumir e caiu em um abismo sem fim. Mas podia sentir os olhos de fogovivo de Cersei nela. E seu riso afiado; mas depois, viu se transformarem em olhos de cor púrpura....

Acordou com uma dor nas costas e um ataque de tosses. Rapidamente cerrou a mão em um punho e o levou para frente dos lábios, enquanto sentia sua garganta coçar. Saliva saltava de sua boca e grudava na pele da sua mão. Estava novamente em enorme sua cama na Fortaleza, coberta por cobertores de veludo e peles de animais mortos que aqueciam seu corpo.

Isso despertou Elinor que acordou assustada. Ela ajudou Margaery a se levantar e falou que ia pedir um meistre.

— Não precisa, coff — Insistiu Margaery, embora ainda tivesse a garganta irritada. —Eu estou bem... Coff, coff...

— Mas...

— É sério. Eu estou bem. Só devo ter dormido de mau jeito.

— Tem certeza que não quer um meistre?

— Tenho — Ela não queria chegar perto de qualquer meistre que eles tivessem; podiam fazer algum mal a ela. Ao sentir a tosse voltando ela levou um punho à boca novamente. Seu estômago doía, fazendo-a achar que iria acabar vomitando.

Sua prima bufou:

— Você está pálida como um fantasma — ralhou —, e agora, não para de tossir! Ontem mesmo estava quase um cadáver frio, seus lábios estavam quase azuis.

Apesar da seriedade da prima, Margaery esboçou um sorriso, sentindo um pouco de troça pela situação.

— Sou eu quem manda aqui, Elinor — Disse rindo pelo sermão da prima mais nova, embora isto fizesse a tosse voltar.

Margaery  se levantou e puxou uma corda e isso fez soar o sino, logo as jovens serviçais da fé vieram do quarto ao lado para atende-las. Todo o dia eram algumas diferentes.

— Vão para as cozinhas e tragam-nos vinho dourado e algumas abóboras; deve ter sobrado alguma da campina ou do Vale — Disse Margaery, enquanto duas serviçais de Essos trocavam a roupa de Margaery.

Uma jovem de pele ambar trouxe um vestido de seda.

 — Não, incompetente — Disse Margaery. — Eu quero um de lã, ou acha que quero morrer congelada? Sua rainha não lhe deu mais educação quando tirou sua corrente?

A jovem olhou para o outro serviçal confusa. Isso fez Margaery arrancar o vestido das mãos estrangeiras dela e gritar para saírem; por sorte, eles devem ter entendido pela expressão no rosto dela e o gesticulamento que fez com o braço e saíram correndo.

Ela nem sabia por qual motivo estavam ali, se era apenas pessoas da fé que a serviam. Deviam ter ouvido o sino e vindo, achando que era para eles o aviso.

— Nossa, Margaery — Disse Megga. — Nunca vi você assim...

— Não tenho tempo para essa escória — Disse irritada. Mais servia Daenerys dar eles para comida de dragão. Ela quase tinha pena dos mestres deles por terem aqueles serviçais como escravos. Eram mais burros do que um auroque.

De fato, devem ter merecido muitas das chibatas que já levaram.

Após as noviças da fé a colocarem em um vestido de lã, as outras trouxeram a comida. Uma delas colocou três panelas douradas com cabo de madeira polida na enorme lareira, apesar de ainda ser de manhã, para colocarem entre os lençóis da cama depois, para deixá-los bem aquecidos para quando Margaery e suas primas fossem dormir. A tampa era dourada e cheia arabescos e buracos, para permitir que o calor dos carvões aquecidos se espalhassem pela cama, e as brasas não se extinguisse de forma rápida.

Margaery Tyrell: A Rosa de Highgarden.🌹Onde histórias criam vida. Descubra agora