Capitulo 1

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Era um dia comum.
Acordei por volta das 7:00 horas da manhã, tomei banho, escovei os dentes. Tomei um café preto. Não estava com fome na verdade, coloquei uma calça jeans de lavagem clara, uma camiseta preta surrada, meu allstar, (companheiro de todas as horas), dei uma ajeitada no cabelo.
Ia pegando as chaves do carro, quando lembrei de por o frango para descongelar.

Agora sim! acho que não estava esquecendo de nada.

Eu morava perto da loja, mas ia de carro porque sempre precisava resolver coisas na rua, era mais prático se ele já estivesse lá, também não era o cara de hábitos mais saudáveis do mundo. Nessa época era magro, magro, talvez por ser movido a café, comidas preparadas por mim e bolacha água e sal.

Cheguei na loja por volta das 7:35, havia planejado organizar o corredor 02 enquanto esperava um dos fornecedores me trazer mais livros de fantasia. Passei a manhã toda organizando esse corredor e realmente estava uma bagunça, era difícil achar qualquer coisa. Penso que a bagunça influencia diretamente no fluxo de vendas. Uma loja precisa ser organizada para que os clientes e vendedores encontrem o que precisam.

Era por volta de 11:30 quando o fornecedor chegou, eu estava muito empolgado, essa era uma das partes que eu mais amava. Via novas obras, descobria novos autores. Eu realmente amava meu trabalho.

Trouxe a caixa para trás, para analisar os recém chegados com cautela mais tarde.

12:00 fui para casa almoçar, lavei a louça, tirei o lixo da cozinha, (odiava o fato de deixar louça para depois, as vezes passava muito tempo na loja, esquecia dela e ficava nojenta quando voltava, mesma coisa o lixo), e lá por 12:30 retornei. Estava pensando em que corredor estava precisando ser organizado agora.
Quando a porta se abre, observo por cima da prateleira, uma mulher que eu nunca tinha visto, muito menos aqui, com certeza me lembraria se a tivesse visto antes, observei ela por alguns minutos, talvez uma hora, não sei ao certo.

Ela era o tipo de mulher que roubava olhares, era bonita, claro, mas era algo em seu jeito peculiar de se vestir, sorrir, olhar para o que aparentemente mais ninguém olhava, que me fez a ver, eu não pude passar os olhos rapidamente, era quase como se o mundo fosse cinza e ela tivesse tivesse um tom de vermelho, verde, amarelo, lilás, mas de uma maneira que combinasse, entende? Sabe quando você olha uma pessoa na multidão, e aquela pessoa parece carregar algo único, algo só dela? Então não é propriamente sobre a aparência que ela tem, mas é mais algo como ela olhava os livros, sorria levemente, conversando consigo mesma. Tinha um olhar que parecia curioso e ingênuo.

Me dei conta no dia que a vi, que ela era a pessoa que eu esperava da vida como meu par. Eu nunca fui muito romântico, místico, ou coisa parecida, mas hoje entendo que talvez eu só precisava conhece-la...

Luana, ou "Lua", essa foi a maneira carinhosa que sempre a chamei mas voltemos ao dia que meu céu mudou de cor.

Lua, usava jaquetas jeans, tinha um cabelo ondulado de corte reto curto, rosto lavado, e um brilho no olhar, carregado de curiosidade.

Eu não sabia o que dizer, mas precisava que ela me notasse, talvez essa fosse a última vez que a veria, e não poderia perde-la de vista. Queria muito a conhecer melhor.

- Oi, reparei que você é nova por aqui, precisa de ajuda com alguma coisa? Procura algo em especial? Tem namorado? Ah, desculpa por isso. A propósito eu sou o Nando, trabalho aqui. (Não quis falar que era dono não queria passar um ar de arrogante, já que de sem noção já teria passado com certeza a essa altura).

- Oi Nando, tudo bem? Eu sou a Luana, sim, sou nova aqui, mudei pra cá tem pouco tempo, estou conhecendo a cidade, vi esse sebo e vim conhecer, a principio não preciso de ajuda, mas se precisar eu aviso, obrigada!

Ela não respondeu se tinha namorado, isso me fez pensar que talvez ela tivesse, mas se de fato tivesse, talvez falaria logo para eu parar de encher o saco.

- Por nada, é, a propósito, como está conhecendo a cidade, se quiser companhia, me disponho, sou um ótimo guia turístico, modéstia a parte.

- Nossa, você está interessado mesmo em oferecer ajuda, gostei desse lugar, oferecem até serviços de guia turístico (risos).

- Na verdade não oferecemos, mas eu me disponho a fazer esse enorme sacrifício de ajudar uma jovem linda, nova na cidade.

- Aprecio sua preocupação, mas acontece que já tenho algumas rotas planejadas, e você parece um cara legal, (apesar de eu não saber se oferece esse tipo de serviço a todas), mas, em todo caso, quem sabe um dia. Então, vou indo nessa até mais Nando.

E foi na quele momento, que eu tive ainda mais certeza que precisava conhecer melhor a Luana.

Estamos falando aqui do início dos anos 2000, ainda não existiam redes sociais, tínhamos e -Mail, começávamos a usar celular, mas não era algo ainda tão popular e era extremamente intimo. Eu precisava esperar que ela não tivesse me achado um babaca, ou tivesse gostado de verdade da loja a ponto de ignorar a minha existência, e voltar, ou esbarrar com ela por ai, quem sabe.

E se ela tambem tivesse de alguma forma, não me achado um babaca? Dificilmente!
Mas eu precisava me apegar nisso.

Eu não tive muitas experiências com mulheres, de certa forma talvez tinha até um tipo de medo delas (risos), depois de alguns anos de bullyng a gente fica meio escaldado, mas disfarçava isso muito bem com um dose de senso de humor duvidoso. Eu realmente não sei o que deu na minha cabeça para ser tão ousado assim com ela.

Com Amor Eterno Te Amei  - ROMANCE CRISTÃO (Degustação) Onde histórias criam vida. Descubra agora