4❜ Kisses in the forhead 1975

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  Regulus não se sentia triste.

  Por um longo período de tempo ele jurou que aquilo que tocava o fundo de seu peito era apenas o amargor de ser quem ele era. Quem estava destinado a ser. Mas ele descobriu, que aquilo que ele sentia não era tristeza.

  Era dor.

  Doía e não era eufemismo. Doía como uma maldita surra.

  Ele não sabia realmente como havia começado. Se era um acidente, era extremamente inconveniente, mas era ainda mais inconveniente a forma com que ele se convencia de que era um por acaso. Mas é claro que era uma coincidência ─ que ele esteja sorrateiramente se espreitando para a torre de astronomia todas as noites. E não importa realmente, afinal, Regulus costuma estar lá todas as noites de qualquer forma. Não é algo especial. Mas se há algo que muda o rumo das coisas a partir daqui, é que por coincidência, James sempre está lá. 

  É assustadora a forma com que Regulus começa a achar isso normal. É estranha a forma com que ele percebe que James cava covas nas bochechas ao sorrir, e o quão fácil é o fazer sorrir, mas é ainda mais assustador que Regulus perceba que aquele garoto tem três tipos diferentes de risada. Que ele sempre cruza as pernas ao se sentar e que a partir das dez e vinte começa a bocejar. Regulus não faz ideia de qual é o significado de ele saber sobre tudo isso ─ sinceramente ele não quer saber. Talvez seja melhor assim.

  Talvez seja melhor que ele não saiba disso tudo, mas ele não pode lutar contra isso, é genuíno. Afastar James é uma vontade distante de suas reações, seu corpo não corresponde a este comando. E isso o assusta.

"Não tem como saber, são apenas os seus palpites na sua mão." James diz de onde está, uma mão erguida e ele parece fechar um olho. Regulus não tem a menor ideia do que ele está fazendo.

"Não é minha culpa a sua projeção. Desculpe, mas se uma floresta tem o nome de 'Floresta Proibida', eu certamente não vou desproibir apenas por- como você chamou isso mesmo?"

"Curiosidade. Vamos lá, você é muito curioso."

  Regulus arqueia a sobrancelha e teria sido uma boa resposta se James não estivesse encarando o céu. Então ele pigarreia para responder, James não o encara e aquilo o incomoda, mas ainda sim ele prossegue. "Acho que você está confundindo minha descrença com curiosidade. Eu só estou chocado que você seja tão cara de pau em acreditar que eu seria burro como você."

  James riu, suas costas vibraram.

"E além do mais," Regulus desviou seus olhos para as mãos, seus dedos se enrolando nos cadarços. "Eu não gostaria de ser pegue por lá e depois ter de limpar aquele chão imundo do terceiro piso apenas porque minha 'curiosidade' me levou até- oh, por favor! Vamos lá, que coisa mais Grifinória." Ele bufou.

  Parece que o insulto foi suficiente, James agora tinha as costas inteiramente no chão e seus olhos caíram sobre Regulus. O contato visual não foi retribuído, o mais baixo estava encarando o chão fixamente. 

"Uma coisa típica de Grifinórios ou você é apenas um seguidorzinho nato de regras?" Ele se mexeu, agora estava debruçado sobre o chão. As pernas balançando e o queixo apoiado na mão.

"Se chama bom senso, você deveria experimentar." 

  James riu, e foi sincero. Aquilo perturbou o estômago de Regulus, quase como se ele pudesse sentir a vibração do riso em suas entranhas. Aquilo era terrível. Ele odiava ver James rir.

"Não consigo acreditar que em 4 anos de escola você nunca fez nada fora do regulamento." Ele declarou, decidido.

"Por acaso fiz."

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⏰ Última atualização: Jun 29 ⏰

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