13- I'LL NEVER FORGET YOU AS LONG AS I LIVE

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Espalhei uns papéis na mesa de uma das salas de conferências, não seriam o suficiente, mas com certeza era uma forma de começar, também separei canetas e marca textos coloridos

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Espalhei uns papéis na mesa de uma das salas de conferências, não seriam o suficiente, mas com certeza era uma forma de começar, também separei canetas e marca textos coloridos. Ajeitei as cestinhas com comidas frescas vindas diretamente da cozinha como um favor, tive muitos almoços aqui e posso garantir que as chefes além de muito simpáticas sabem cozinhar as melhores coisas. Configuro a máquina de café e espero alguns minutinhos pra xícara branca com o símbolo merengue estampado estar lotada com o líquido negro fumegante, confesso que prefiro um café gelado, mas tem algo de confortável em uma xícara de café tradicional. Estou nervosa, mas nem sei porquê, acho que estou sentindo um ar quente na minha nuca me pressionando enquanto minhas unhas batem contra a madeira maciça em um ritmo caótico.

Deixo isso de lado e abro meu notebook, um aviso de prazo invade a tela e o ar fica preso na minha garganta, droga, me lembrei o porquê da minha ansiedade, preciso começar a coletar os objetos essa semana e até agora não recebi nenhuma resposta séria no post que fiz nas minhas redes sociais, acho que não explorar tanto meus privilégios familiares nas redes me custaram um engajamento e tanto. Refresco a página do meu tweet, nada, o mesmo no instagram, mas que droga até minha caixa de e-mails está vazia. Bufo desolada e apoio a testa na mesa, meu cabelo escorrega pelos meus ombros e me lembro que preciso cortá-lo,  mas sério, com que tempo?

Esse semestre da faculdade está corrido, muitas aulas de campo além desse estágio aqui. Escuto duas batidas secas na porta, levanto a cabeça e dobro o pescoço e a cena me faz arregalar os olhos. Matteo sorri e ajeita seu terno no corpo atlético, uma das suas mãos está no ombro do garoto loiro que sorri desajeitado, apesar de manter sua postura relaxada ao lado de meu irmão, o que é impressionante.

— Finalmente você tá aqui — digo animada me levantando da cadeira, Harry passa os dedos entre os fios dourados, já percebi que é uma mania dele já que os fios estão sempre caindo em sua testa.

— Ao vivo e a cores. Foi mal a demora, eu me perdi aqui dentro, esse lugar é enorme. — Seus olhos âmbar divagam pelo espaço da Ciudad Real Madrid e ele parece genuinamente impressionado. Estou prestes a contar a ele a história de quando me perdi também, mas Teo nos interrompe limpando a garganta.

— Então, posso confiar de te deixar aqui sem se perder no próximo corredor?

Ele tem a atenção em Harry, mas tenho a sensação de que a pergunta é para os dois. Na verdade, não entendi o que Teo está fazendo com minha dupla de trabalho, mas não deve ser nada de bom.

—  Fica tranquilo, não vou me perder mais. Agora tenho a Flora comigo.

Ele me encara pedindo uma confirmação, concordo com a cabeça e uma risada se prende entre meus lábios, mal sabe ele. Matteo sorri e pisca pra mim antes de sair de vez da sala, aperto as sobrancelhas confusa com o gesto que beira encorajador.

— Desculpa de novo por te fazer vir até aqui pra gente conseguir fazer o trabalho. Era o único tempo mais tranquilo que tinha e eu tenho que vir aqui uma vez na semana pelo menos.

Midnights•Pablo Gavira Onde histórias criam vida. Descubra agora