Chapter I

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''Eu fui matando os meus heróis aos poucos

Como se já não tivesse

Nenhuma lição pra aprender''


É engraçado pensar que a sociedade se mantém confiante de que podemos realmente ser salvos por heróis.

Pura bobagem.

Vocês podem pensar que eu não passo de uma pessoa amargurada, pessimista, fria ou uma ''aspirante a vilã''. Sinceramente? Heróis têm algo que vilões não costumam ter: hipocrisia.

Posso estar errada (oque não vem a ser o caso), mas um homem que desestabilizou uma família inteira por causa de seus ideais ridículos não tem nada de heróico em si, não importa de que ângulo você veja.

Posso afirmar tudo isso com segurança, pois sei de muitas coisas. Coisas que por sinal, eu nem deveria saber. Mas como isso é possível? Bom, acho que não me apresentei... Que falta de educação a minha.

Chamo-me Rubi... Sim, só posso me apresentar assim pra vocês. Perdão. Mas se a Comissão de Segurança Pública de Heróis me pega revelando meu nome verdadeiro não terei mais o privilegio de ver o nascer do sol novamente... Não que eu faça muita questão.

Agora que vocês sabem que faço parte dessa maldita organização, ou seja lá como quiserem chamar, provavelmente sabem que tenho algum envolvimento com o Hawks. E é justamente sobre essa galinha depenada que irei tratar.

Quando ele chegou eu já estava lá há pelo menos um ano. Presumo que seja um ano pelas minhas contas já que eles não me mantinham ciente sobre as datas. Tal ato deles tocava no fundo do meu coração, que transbordava de vontade de cometer homicídio.

Eu odiava aquele lugar e todos presentes ali:

-Yume, se esse seu comportamento não mudar eu terei que tomar medidas drásticas- disse a velha loira oxigenada que ironicamente era gentil ao extremo comigo.

-Essa não seria a medida drástica? Acho que estou perdendo o jeito da coisa... Senhora.

Ela suspirou e se aproximou de mim tocando no meu cabelo:

-Você é tão bonita...

-Acha que elogios fazem eu me sentir lisonjeada? Acho que quem está perdendo o jeito agora é você.

-Preciso que tome jeito Yume, vai fazer parceria com um rapazinho promissor futuramente.

-Estou pulando de alegria.

Ela sorriu pra mim.

Após esse dia eu passei pelo verdadeiro inferno.

Em resumo: meus treinamentos se tornaram uma tortura, tanto física quanto psicológica. Não estou criticando, sou oque sou hoje devido a eles, mas se tivesse a chance faria 10 vezes pior com todos os responsáveis exatamente da forma que me ensinaram.

E apesar dela citar uma parceria, esta só veio acontecer anos depois já em nossas adolescências, pois, segundo ela, eu ainda era potencialmente fatal para o garotinho. Antes disso só cheguei a vê-lo uma vez enquanto andava pelos corredores. Ele parecia um bocó. Era óbvio que não pertencia aquele lugar. Óbvio também que era inocente demais.

Eu estava sendo escoltada por um guarda para outro setor de treinamento quando ele passou por mim. Nos encaramos e naquele momento, ficou obvio que éramos pessoas totalmente diferentes. Mas aquele lugar consome oque há de melhor em você, então a probabilidade de nos tornamos a mesma coisa futuramente era grande.Toque aqui para começar a escrever

Repulsivo - Imagine HawksOnde histórias criam vida. Descubra agora