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⚠️Este capítulo pode conter gatilho: Estudo da anatomia de um animal, envolvendo sangue.⚠️




Seu sorriso é um Eletrocardiograma.

Quando as pessoas decidem ter filhos; não sabem nem de um terço da responsabilidade que irão de ter, além de que uma criança é uma tela em branco a ser pintada pelas experiências que os próprios pais vão a proporcionar, assim na adolescência já com consciência formada e uma personalidade própria… buscam seus caminhos e então vem a divergência com aqueles que acreditaram estar colocando sobre o filho sua melhor versão, esperançosos que sua criação vai tomar as decisões corretas da vida; tais que eles deveriam ter tomado… anulando o fato que o jovem tem suas próprias vontades, caminhos e seus erros a cometer, para só assim evoluir e conseguir se expressar da melhor forma.

Após presenciar através da chamada com o amigo; uma discussão entre ele e seu pai — tal que foi encerrada pelo Jung mais velho de supetão ao remover o computador da tomada — Jungkook enviou algumas mensagens ao platinado, o chamando para dormir em sua casa e passarem a noite jogando, como fizeram no início das férias, na tentativa de tirar o amigo do ambiente familiar que naquele momento não se encontrava nada aconchegante.

Queria distrair o platinado e lembrá-lo; que os amigos estão ali para exatamente isso, acolher quando não nos sentirmos seguros em algum lugar.

A tarde passou-se tão ligeira como uma chuva de verão e logo Jungkook já havia terminado de ajustar o ps5 com alguns jogos antigos, incluindo Mortal Kombat. Por um momento pensou estar excluindo Namjoon, mas logo se desfez desse pensamento ao cogitar que o outro iria querer transformar uma noite de amigos em algo mais quente, chamando garotas ou indo até elas.

Jeon até mesmo cogitou  a ideia que o Kim estaria querendo provar algo a si mesmo, já que ultimamente se demonstrava como um adolescente cheio de hormônios à flor da pele, principalmente na escola. A cada segundo aparecia com uma garota diferente, ou com uma mancha de batom em seu pescoço, era estranho pensar em Namjoon daquela forma, quando na verdade Jeon se tornou amigo dele justamente pelo rapaz ser calmo e não ter necessidade de se mostrar garanhão como os outros, contudo; a metamorfose mundana o apanhou o transformando naquilo que o trio sempre disse não querer ser.

O tatuado em questão também já havia tido uma fase semelhante, mas nada muito afundo, beijava para compreender melhor suas expectativas e rótulos, claro deixando as coisas transparentes para os envolvidos, de início para não ocorrer nenhum mal entendido envolvendo cartinhas de amor ou algo do tipo.

Jeon odiava tudo isso, cada sinônimos de amor ou afeto, cada detalhe bobo ou clichê demais. Até ter seu olhar sobre ele, Park Jimin.

Tomou um banho para se refrescar, lavando suas madeixas negras com um shampoo de chocolate — que ele ouviu por aí — e acabou acreditando que Jimin também o usava.

Parou, encarando o recipiente cor marrom, o cheiro era bom e a cor se assemelhava muito com nutella; quem teria tido a idéia de criar aquilo? Uma criança certamente comeria, Jungkook queria comer.

Lutou contra seus próprios pensamentos, ao ouvir a campainha da mansão. Havia um botão no interfone que ligava diretamente ao quarto do herdeiro, uma solução para seus pais não serem interrompidos no escritório, mesmo que houvesse uma governanta ali, para controlar quem visita quem ou deixa de visitar; era confuso estar em uma família que tinha tudo, como se tivessem desenhado o mundo.

Saiu do banho se enxugando pouco, deixando algumas gotas escorrerem por seu corpo, colocou uma cueca branca e logo em seguida um short moletom cinza, mesmo descalço o rapaz e caminhou até o início da escadaria com as mãos no bolso. Pousando seu olhar no amigo que lá no primeiro andar cumprimentava uma das funcionárias do lar que provavelmente havia o atendido à porta.

Sr. ursoOnde histórias criam vida. Descubra agora