Capítulo 9

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Acordei com a cabeça doendo, a mente atordoada. E uma sensação estranha de bem-estar e proteção.

Abrindo os olhos devagar, quase dei um grito quando vi que estava dentro dos braços fortes daquele homem.

Daquele maldito homem lindo. Ergui-me, encarando-o, com toda a confusão se desfazendo em minha mente.

As lembranças da noite anterior foram voltando, com força.

Jesus, eu realmente tinha feito aquele monte de loucura?

Sim, eu tinha feito, e pior, eu tinha gostado de cada segundo. Dancei e dei a noite inteira...

Minha santa protetora das ex virgens!

Todo o sabor e o prazer se misturaram ao meu corpo dolorido e marcado por aquele homem.

Pior que nem podia pôr a culpa na bebida, porque eu estava plenamente consciente sobre o que estava fazendo.

Ele dormia, esse demônio.

Satanás.

Satanás lindo.

Que vontade de pegar o travesseiro e tascar na cabeça do safado mentiroso.

Aproveitou-se direitinho da situação.

Um misto de raiva, indignação e atração me tomavam enquanto eu o observava dormir, inquietando-me.

Com cuidado, eu saí de dentro de seus braços. Ele se remexeu, e parei por um instante antes de me levantar da cama. Não queria que ele acordasse.

O safado gostoso até parecia inocente dormindo.

Dario. Dario Rossi. Nome de Imperador mandão.

Esse bandido me levou no papo, e eu tinha adorado cada minuto. Droga. Não podia acreditar que minha primeira vez foi com um homem que eu nem sabia se falava a verdade. Que eu nem sabia o nome direito.

Que me enganou sobre quem era e ainda se aproveitou. E ainda jogou na minha cara que eu tinha o enganado também.

O que eu fiz com ele era diferente. Muito diferente. Foi uma troca combinada. Não tinha culpa se ele era o homem errado. E não existia lei que exigisse experiência no emprego. Eu podia sim ser uma dançarina amadora.

E sobre eu ser virgem e não ter contado para ele, era só um detalhe, é claro.

Eu não tinha obrigação de dizer pra ele nada, oras.

No fundo, eu sabia que eu tinha errado. Mas me sentia com raiva demais para procurar ser justa.

Olhei para as minhas roupinhas todas jogadas no chão, completamente rasgadas e pensei no sexo selvagem que havíamos feito.

Um arrepio subiu por minha coluna e tive que por a mão em minha nuca, onde meus pelos já estavam eriçados com a lembrança sensual.

Eu tremia de raiva e nervosismo ainda. E, Jesus, eu estava toda ardida. Pior que mesmo ardida se ele acordasse e quisesse mais umas duas horas de sexo, duvido que eu negasse.

Era delicioso, e eu não valia nada, misericórdia.

De todo modo, houve uma enorme confusão e eu estava irritada.

Jesus, eu só imaginava o que Karine iria me dizer quando soubesse de toda aquela presepada que eu tinha feito.

Olhei para o Daddy e senti vontade de tascar uns tapas no seu peito, e depois beijá-lo.

Desgraçado.

Uma coisa eu tinha certeza sobre esse homem: ele sabia ser inesquecível. Mas eu o detestava naquele instante mesmo assim.

E me detestava mais ainda por ter cedido e dormido em seus braços.

Senti o impacto da lembrança de suas mãos fazendo carinhos em mim. A sensação de seu corpo forte e convidativo, que parecia tão protetor ao me abraçar. Sua voz suave e tranquilizante, fazendo-me dormir.

E engoli em seco ao perceber que tudo o que era bom, durava pouco.

Canalhas não deveriam fingir que eram tão gentis.

Culpei o sono por ter resolvido ficar para dormir na noite anterior, mas a verdade é que no fundo eu queria prolongar aqueles momentos com ele. Simplesmente não conseguia ir embora. Por mais que eu estivesse com raiva por ele ter mentido, eu havia vivido momentos incríveis com ele, até que o ouvi falar sobre " acertar as contas".

Eu sabia exatamente sobre que contas ele estava se referindo. Ele disse que queria conversar, mas com certeza só iria me passar um monte de conversa fiada como os homens sempre fazem, com indiferença, e em seguida me dispensar, depois de me oferecer mais dinheiro pelo tal "sexo".

Eu não queria me sentir ferida sendo dispensada depois de receber algumas notas ou um Pix.

Sim, eu tinha orgulho e não engoliria a ofensa.

Não queria que ele desse preço pela minha virgindade ou sei lá o quê. Acredito que eu ficaria tentada a arrancar aqueles olhinhos azuis que ele tinha se ele me oferecesse dinheiro por isso.

Não, eu já havia recebido o dinheiro adiantado de Karine pela dança, e ela me daria o resto depois.

Aquilo já seria o suficiente.

Karine tinha me dito que o pagamento pela dança tinha sido adiantado. Seja lá quem foi que pagou pelo serviço, o fato é que ele já estava pago.

Minha cabeça doeu só de pensar na confusão que seria explicar tudo para Karine.

Se o tal Pedro fosse querer devolução pelo serviço não prestado, bem, eu daria um jeito depois.

As coisas se arrumariam.

O fato é que eu não queria ficar mais um minuto naquele lugar.

Eu tinha sido feito de palhaça por um homem que me via apenas como um negócio, portanto, eu não podia mais suportar ficar ali.

Num impulso, saí do quarto devargazinho, na ponta do pé para não acordar o Daddy. Uma dor aguda brotava em meu peito, mas fingi que ela não estava ali.

Pegaria minhas coisas e iria embora o quanto antes. Tomaria em seguida um Uber até o metrô.

Tinha que ir correndo. Não queria correr o risco de acordar o Daddy, de ter que falar com ele, revivendo tudo.

Eu sabia que seria perigoso para meu coração. Não queria o sofrimento que eu sentiria se ele me oferecesse dinheiro ou fosse frio comigo.

E ainda estava morrendo de raiva dele por ter mentido.

Antes de fechar a porta, olhei para o Dario Daddy lindo dormindo. Um olhar daqueles que damos como se fosse uma última vez para alguém.

Sim, ele era definitivamente perigoso para meu coração. E eu tinha muito que me preservar.

Minha vida já era sofrida demais para colecionar mais essa decepção.

Fazendo o máximo de silêncio que eu conseguia, peguei um vestidinho que tinha dentro de uma das bolsas que trouxe e me vesti mais rápido que o Flash e pus o casaco vermelho por cima.

Tinha que sair realmente feito bala dali.

Fechei a porta decidida, ignorando as palpitações do meu coração destroçado.

Saí para a rua, tão louca que ignorava que horas seriam, dando suspiros longos e tristes enquanto eu chamava o Uber.

Fosse o nome dele Dario ou não, a única certeza que eu tinha é que jamais esqueceria aquele homem.

Algumas coisas são para sempre. Aquela era uma delas.

AMORES, COMO ESSE CAPÍTULO FOI CURTO O PRÓXIMO VAI SER POSTADO NO SÁBADO.
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O BILIONÁRIO E A DANÇARINA VIRGEMOnde histórias criam vida. Descubra agora