Acceptance letter

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R — Mainha, eu acho que já decidi o que eu vou fazer...
  Falo meio nervoso, como eu vou contar que a faculdade é no Japão? Lá num fim de mundo.

M — E o que cê vai fazer filho?
   Ela fala um tanto curiosa, é uma emoção em tanto saber que seu filho já vai para a faculdade.

R — Fotografia! Mas tem um pequeno.. não, um grande problemão.
   Respiro fundo e digo, eu estava muito nervoso, vai que ela me dá uma bronca daquelas?

M — Para de enrolar menino, eu tenho mais o que fazer, sabia? que porra.
   Ela fala alguns palavrão quando minhas irmãs não estavam perto. Rio pela pressa de minha mãe e respiro fundo.

R — Eu vou querer fazer uma faculdade lá no Japão sabe?
    Falo rápido e várias vezes me embolando nas palavras.

M — Ah no Japão... 'pera NO JAPÃO!?
  Ela grita repentinamente, que faz eu dar um pulinho de susto.

R — Calma mãe, relaxa, fica de boa, infarta não.

M — Teu cu que eu infarto. Mas no Japão mesmo filho?

R — Sim mãe, no Japão, eu achei tão... Sabe tão foda a faculdade de lá, é simplesmente incrível, eu só tô esperando chegar a carta de aceitação. Eu tô crendo que vai chegar e vou ser aceito, eu tenho certeza, o pai aqui é incrível.
   Falo um tanto confiante, mas por dentro eu estava MUITO NERVOSO. Tirando isso tava tudo bem... Tá bom eu menti, tava nada bem.

M — Filho? Você tem certeza mesmo que quer fazer lá no Japão mesmo?
     Masae fala e para de pintar seu quadro para olhar seu filho.

R — Sim mamãe, eu tenho certeza absoluta.

M — Tudo bem então meu filho. Saiba que eu tô muito orgulhosa de ti, viu.
     Ela dá um sorriso simpático para mim e logo recebo um abraço apertado da mesma, retribuo o abraço e me aconchego nós braços de minha mãe.
     
M — Te amo muito, meu bebezão!

R — Para mãe!!
      Falo constrangido pelo apelido que minha mãe usou.

R — Não tinha um apelido melhorzinho não, mãe?
     
M — Tinha não.

R — Depois dessa eu vou até ir pro meu quarto. Boa noite mãe!
      Digo e desmancho o abraço, levanto e caminho até meu quarto.

M — Boa noite filho!!
      Masae grita e volta a pintar seu quadro.

      Me jogo de costas em minha cama e relaxo meus músculos, tiro minha bandana e a coloco em minha cômoda, pego meu celular, enseguida abro um jogo aleatório, acabo me irritando e desligo meu celular.

R — Jogo de idiota.
      Falo baixo e em um tom irritado. Olho para o suporte onde eu deixo meu stake.

R — E se eu voltasse a andar..? Não.. eu nem lembro mais como anda.. eu acho, vou nem tentar 'i 'si eu tentar amanhã?
      Desvio meu olhar do meu stake e encaro o teto, logo eu dormo.
      No dia seguinte acordo e olho para o meu skate, lembrando de quando eu era mais pequeno e as memórias boas de quando eu andava, era uma sensação tão boa... mas eu acabei parando por conta que eu não me achava melhor que os outros.

M — Filho vem comer.

R — Já já vou mainha!

R — E se eu voltar a andar de skate? Será que eu ainda sei? Bem não custa tentar.
      Digo baixo e determinado.

M — VEM LOGO!!
      Fala em um tom irritado.

R — TÔ INDO!
      Grito saindo de meu quarto e indo até a cozinha, para não levar uma bronca.

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