Hana e Chishiya estavam observando tudo do segundo andar, esperavam os milicianos acabarem de se matar para poderem pegar a última carta.
— Quem me contrariar será tratado como bruxa. - Aguni apontou uma arma para a cabeça de um miliciano que estava fraquejando em matar os sobreviventes.
— Parem com esse jogo. - Tatta gritou enquanto ajudava Arisu a chegar até o centro do saguão.
— Que impressionante, ele ainda tá vivo. - Hana disse se apoiando com os cotovelos no parapeito.
— Se você não for a bruxa não tem porque querer me matar, por favor colabora comigo, vamos procurar a bruxa. - Arisu começou com seu discurso tentando ficar de pé sem a ajuda de Tatta ou Usagi, mas foi para o chão quando Aguni lhe bateu com o punho da arma que segurava.
— É, mas pelo visto ele não vai durar por muito tempo. - Chishiya observa.
— Então você é a bruxa? - Usagi pergunta ajudando Arisu a se sentar no chão.
— É, eu sou a bruxa. Vai atira. - O mais velho se aproxima dos milicianos tentando fazer pressão para que eles atirem.
— O Aguni não é a bruxa, esse é o jogo de dez de copas, é um jogo do tipo que brinca com os sentimentos das pessoas. Você não vai vencer se matar o Aguni. - Usagi ajudava Arisu a se levantar.
— Ele é bem esperto. - Chishiya olhava atentamente do lado de Hana.
— A pessoa que você matou não foi a Momoka, foi o chapeleiro. - Hana prendeu a respiração e seu corpo se enriqueceu. — Eu descobri isso quando olhei para seus olhos, opacos, sem esperança esses olhos eram iguais os meus naquele dia. O dia que eu matei meus amigos.
— Takero. - Hana sussurrou enquanto lembrava do dia de seu aniversário, Takero e Aguni fizeram uma festa surpresa junto com Sunhee. Foi o primeiro que teve com pessoas que não eram sua irmã e seus ursos de pelúcia.
— Desde que cheguei a praia eu achei tudo muito estranho, com tantas armas de fogo os milicianos deveriam ter ganhado controle a muito tempo, mas isso só foi acontecer agora, é que na verdade você não tava em conflito com o chapeleiro, só queria ajudar ele não é mesmo? Você queria ter certeza de que as pessoas perigosas como Niragi não subissem. Você tentou sugura-las.
— Oque você acha que sabe? - Aguni pega Arisu pela gola da camisa e desfere socos consecutivos enquanto Usagi e Tatta tentam dete-lo. — Oque você acha que sabe? - Ele grita.
— Aguni. - Hana deixou uma lágrima solitária escorrer por seu rosto, e logo a secou com a mão.
— Se isso for verdade Aguni, você queria matar todo mundo aqui independente do jogo? - Um dos milicianos pergunta.
— Sempre é possível reconhecer as características do mestre de um jogo, um jogo de copas sempre manipula o sentimento das pessoas envolvidas. Talvez tivesse uma solução que ninguém tivesse que matar ou morrer, a única pessoa que podia ser a bruxa tá aqui, a bruxa é a própria Momoka. - Arisu apontou para o corpo da garota.
— Ele acertou. - Chishiya colocou a mão no ombro da garota como modo de dizer que estava ali, tinha visto suas lágrimas, e foi a primeira vez que a viu sem sua armadura, algo que sempre esteve com ela para que nada nem ninguém pudesse ultrapassar.
— Que piada sem graça, eu sou a bruxa, vem me pegar, quem é que vai me matar? - Aguni começou uma briga e Hana correu pelas escadas para tentar para-ló mas foi empendida por um sobrevivente que a puxou contra o corpo quando ela tentava empurra-ló.
— Shinji? - Ela o conhecia, era um dos jogadores que faziam parte do seu grupo de jogos que se desfez quando Aguni pediu para que o Chapeleiro deixasse que ambos formacem um time.
— Fica atrás de mim, é o mínimo que eu posso fazer por você. - Ele a empurrou para trás de si, Chishiya olhava se perguntando por que não foi com ela.
— Vocês que deixaram ele completamente louco. - Aguni se debatia quando mais pessoas tentavam lhe vencer.
— Escutem todos, eu sou a pessoa que dá as cartas aqui. - Quando a garota disse isso rapidamente teve sua cabeça perfurada por um dos modos de morrer ali, do céu.
— A Momoka se matou. - Ann chegou com a cabeça sangrando e sendo apoiada por Kuina que não estava em uma situação muito diferente.
— Sério? Está um pouco atrasada. - Hana falou com as mão nos braços de Shinji e se inclinando para que Ann visse seu rosto.
— O fogo está se espalhando. - Um dos sobreviventes disse olhando para trás, antes que qualquer um possa correr para o lado de fora tiros são deferidos aos sobreviventes que tentavam levar o corpos de Momoka para a fogueira do julgamento.
— Merda. - Hana puxou Shinji para o chão quando Niragi iria atirar em sua direção.
— Eu queria dizer uma coisa pra todo mundo aqui, eu devia ter usado a fogueira pra queimar essa praia da utopia. - Ele atira para cima antes de tentar acertar todos na sua mira, Usagi tenta derruba-ló para que ele não acerte Arisu que estava no chão. Ele a joga no chão e mira para mata-la, mas Arisu a proteje com seu corpo.
— Eu vou matar todo mundo aqui.
Hana não podia deixar isso acontecer, Aguni tentou proteger todos deles mesmos então ela tentaria proteger algumas das únicas pessoas realmente boas desse lugar louco.
Ela se colocou de pé na frente de Arisu e fechou os olhos apenas esperando sua pele ser perfurada e que sangrasse até a morte, iria rever a Sunhee, esse era sua recompensa por ter lutado até ali.
Os tiros foram ouvidos mas ela não sentia sua carne sendo dilacerada, gritou e tentou correr atrás de Aguni que levava Niragi para o fogo mas foi segurada por Shinji.
Ele não
Ele era tudo que restava para Hana, tudo que ela não podia perder.
— Tempo restante, três minutos. - Hana se levantou com a ajuda de Shinji.
— Não temos tempo. - Ela grita e todos pegam Momoka para levá-la para fora, em direção a fogueira do lado de fora.
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Eu sei que demorei para atualizar mas minha rotina virou de cabeça para baixo então ainda tô tendo que me ajustar.
