Lua cheia

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Albus assistia a um filme com Scorpius. Era de noite, Lily estava fazendo as atividades atrasadas dela na cozinha e James estava dormindo. Tudo estava na mais perfeita harmonia, tirando os pensamentos de Scorpius.

Albus tinha um sorriso doce em seus lábios, a atenção perfeitamente voltada para o que passava na tela da caixa mágica. Scorpius olhava para seu corpo, as sobrancelhas franzidas enquanto analisava cada mudança de expressão.

Albus Potter era como um mistério, satisfatório de prestar atenção e desvendar.

--Por que tanto me olha?

Scorpius abana a cabeça rapidamente e volta a atenção para a tela, nem pensando direito ao dizer as palavras que estavam em sua cabeça a horas:

--Estou pensando no que você me disse antes de fugir do quarto.

Scorpius cora nos pés até a cabeça, nem sabia direito o motivo pelo qual estava puxando o assunto. Seria bem melhor se o enterrasse a sete paus embaixo da terra.

Albus de repente muda sua expressão e passa a fitar o chão, não falando nada para o loiro que tinha suas sobrancelhas arqueadas. Por que Albus tinha que rondar por todos os seus pensamentos a horas? Por que diabos ele tinha que estar bagunçando sua mente? Conhecia aquele garoto e sua família estranha a menos de três dias... Não era possível que se sentisse tão ligado a eles.

--Scorpius, é difícil de contar... Você vai achar que eu sou um tipo de aberração.

Scorpius arqueia as sobrancelhas. Por que diabos ele pensaria em Albus como alguma aberração? A Aberração era ele, que a cada lua cheia se transformava em um monstro.

--Você não é uma aberração, eu saberia se fosse.

Albus suspira e fita Scorpius com uma paciência genuína. Ele não sabia de nada. Não sabia como as pessoas o chamavam, não sabia que ele era constantemente humilhado e que gostava de homens... Não sabia de nada sobre sua vida.

--Promete não me olhar estranho?

Albus sabia que Scorpius muito provavelmente nem sabia que existiam diferentes tipos de amor, que provavelmente havia passado tempo demais preso naquela maldita mansão para saber sobre o que Albus era, então não era como se ele fosse o julgar como qualquer outra pessoa faria. Mas era um tiro no escuro, não queria assustá-lo, porque diria que sentia por ele algo que uma garota sentiria.

--Eu gosto de você... Bem, eu gosto bastante de você. Não um sentimento de amizade, mas um romântico. Tipo, eu acho você muito bonito, também gosto do seu jeito, a forma que sorrir e o fato de não conhecer a minha família, não ter olhado para mim e dito: Ah! É o filho gay de Harry Potter! Bem, isso fez eu me prender em você, sabe?...

Albus olha para a TV, incapaz de olhar para o garoto loiro totalmente confuso ao seu lado.

Era fato que Scorpius conhecia pouco sobre a vida e pessoas, passara tempo demais preso naquela mansão, sem conversar com ninguém, apenas saindo raramente para colocar os pés no chão, para saber sobre o que significava "viver" de verdade.

--Eu nem sei direito o que significava gay...

Albus pisca e olha para Scorpius. Bem, ele já sabia que o loiro não saberia sobre o que aquilo significava, mas não esperava que ele fosse de cara falar algo assim.

--Gay é como chamam as pessoas que gostam de pessoas do mesmo sexo, tipo, homem gostar de outros homens e mulher gostar de outras mulheres.

Scorpius meneia a cabeça, não parecia surpreso, o que Albus leva como o fato dele não saber que aquilo poderia soar como algo incomum e nojento diante dos olhos da maioria da sociedade Bruxa.

Cicatrizes-ScorbusOnde histórias criam vida. Descubra agora