Eu ficava me perguntando como cheguei a 50 dias de programa dentro de uma casa onde muitos me queriam fora. Eu sempre fui forte, porém ali tudo me testava. Os olhares tortos, os falsos amigos, as pessoas me excluindo de quase tudo (menos quando era pra votar no paredao), as mudanças repentinas de prioridade... Mas nesses 50 dias algo se tornou constante, tranquilo, verdadeiro e seguro. Era assim q eu me sentia sempre q olhava para meu parceiro Antônio Cara de Sapato. Eu, que nunca tinha escutado sobre ele fora da casa, (nunca me liguei muito em esportes), senti imediatamente um magnetismo poderoso por esse grande lutador. Sapato era lindo, doce, carinhoso e competitivo. Os 50 dias provaram o quanto ele era especial. E os 50 dias provaram o quanto eu era resistente. Nós possuimos o mais estranho tipo de amizade que eu já se ouviu falar. Se era algo inédito para ele, eu não sabia mas pra mim, nunca aconteceu uma relação de amizade com tanta sintonia, carinho e carícias. Sim, carícias. Era nesse ponto que eu ficava assustada e confusa. A necessidade de toque que nós possuíamos era surreal. Principalmente porque essa necessidade partia mais dele. Ele falava com voz de neném, fazia questão de sempre estar ao meu lado, sempre me incluía nos programas ao vivo de alguma forma, até mesmo de maneira um pouco vergonhosa, me defendia de todos, afirmava pra quem quisesse ouvir que eu sua numero 1, mas não passava daquilo para a minha frustração. As vezes eu me achava tão entregue a ele que enfiava a história de pai da cachorra ou brodiesister pra n ficar passando para o Brasil que estava apaixonada por um cara que ainda não avançou nada comigo. Sim, eu tinha quase certeza que as câmeras já registraram o quanto eu me perdia olhando pra ele, para boca dele, para corpo dele... Mas poxa, eu era humana e não era de ferro. Que corpo é esse do Sapato? Que peitoral. Braços fortes, barriga lisa, coxas grossas. Tudo que eu queria era me afundar naquele corpo, me colar a ele, cada pedacinho da minha pele ansiava por estar em contato com a pele de Sapato. Mas eu recuava, eu tinha que recuar. Ele já falou claramente que não "bateu com ninguém" naquela casa. Ele falou lá atrás que tinha alguém fora. Ele dava muito abertura pra Paula quando ela estava na casa. E agora da muita abertura pra Bruna. Bruna era linda e famosa, como não sentir ciúmes? Ele mesmo disse q ela era toda lindinha, disse q ela fazia parte do VIP dele, e a gota d'água: que se a visse na balada, investiria. Tenho certeza que meu brilho foi embora nesse momento. Percebi naquele momento que era mesmo só amizade e nao deveria esperar nada. E porque esperar? O cara era famoso, vivia no mundo das celebridades, quantas mulheres lindas nao deveriam acompanha-lo por ai? Pq ele sentiria algo de homem e mulher por mim? Nem fazia sentido. Ele não me queria... Por isso eu sempre insistia que éramos só amigos, afirmava sempre que pudesse para não passar uma história de apaixonadinha para o Brasil. Eu nao aguentaria essa vergonha...Somente meus amigos fora da casa poderiam sacar o quanto eu estava sendo mentirosa e me enganado sobre essa história amizade e pai da cachorra. Era a minha defesa e precisava dela. Sempre que Antônio me abraçava eu ficava tensa, excitada, nervosa, o pensamento voava para o local em que a mão dele repousava no meu corpo e eu ficava mais rendida. Antes de dormir eu sempre me lembrava de quando me deitei por cima dele na cama de solteiro, no quarto aquário, por baixo das corbertas. Ah eu lembrava... do meu braço quase em cima do seu pênis e a minha outra mão em cima do peito dele onde percebi q o coração dele batia mais rápido, seria ansiedade? Mas ele parecia bem alegre e relaxado naquele momento... Decidi demorar naquele contato, ver se o corpo dele dava mais sinais e comecei a perceber que ele mexia o quadril de forma que meu braço se encaixava melhor em cima de seu membro, por um momento imaginei que ele me queria fora da cama e fiz uma leve tentativa em sair de perto porém ele me segurou por baixo do lençol e ajustou meu braço para que ficasse exatamente em cima do pau dele. Eu tentava não me mexer mas o pau dele foi ficando mais rígido, o volume abaixo do antebraço foi ficando maior. Arrisquei apertar um pouco o braço e ele o segurou para que nao saísse. Então ele gostou. "É Claro Amanda, ele é homem né?" Assim eu pensava. Que era uma reação fisiológica masculina. Correram-se os dias, dias que ele grudava, dias que ele ficava mais desligado e dias que ele ficava com as mãos em cima de Bruna. Esses eram os piores dias. Se ele queria a Bruna pq não ficava logo? Assim eu não alimentava mais a minha micro esperança q ainda existia dentro de mim, aquela remota possibilidade dele estar interessado... porém aquela festa grega foi o fim da picada. A vontade q eu tive foi de correr pra bem longe dele e dela. Eu estava tão feliz antes dele falar aquilo. Ele tinha voltado de um paredão, a minha alegria nao cabia dentro do peito. Eu falei o quanto ele era especial pra mim. Eu escutei coisas lindas dele. Meu coração ficou tão quentinho, tão confortável em receber aquele afeto sincero. Aí ele vem falar na frente de todo mundo aquilo pra Bruna. Sei que pode ter sido somente uma brincadeira e sem maldade mas atacou a minha insegurança diretamente. Foi uma apunhalada. Mas eu não tinha o direito de me sentir apunhalada. Ele nunca me promenteu nada, nunca avancou, sempre disse que eu era sua AMIGA. Me conformei que os quase selinhos que ja tivemos foram somente abraços atrapalhados nao intencionais. "Burra Amanda, Burra" " Finge Amanda, entra na brincadeira, não pode agir diferente com ele"
A festa comecou, eu tinha que comer, me concentrei nisso, tinha que mudar o foco, eu tinha que comer e depois dançar e dançar pra afastar qualquer tristeza que teimava dominar meu coração... Sapato obviamente sempre dava um jeito de ficar perto, tomar bebida do meu copo, compartilhar comida, se aproximar quando alguem dançava comigo (se esse alguem fosse homem), parecia um cão de guarda mas eu ja nao tinha mais dúvidas, estava descrente, ele não me queria como mulher. Ele realmente me via como uma grande amiga e um porto seguro e essa aproximacao era porque gostava da minha companhia e tinha medo de perder nossa relação. E assim eu deveria agir com ele.
No outro dia a minha cabeça estava a mil, pior, não tinha como desabafar porque por mais que confiasse em Aline ou Larissa, eu falaria também com o Brasil interio, imagina o mico? Logo veio prova do líder, não ganhei, e nem a prova do anjo, continuei no zero a zero. Teve muitas tretas ,confusões, sentia cada vez mais um clima estranho e olhares julgadores pra cima de mim e sentia minha batata assando...
Fui convidada para o almoço do anjo. Eu nem acreditava que tinha sido escolhida para alguma coisa. Estava há 6 semanas na Xepa. Nem tinha mais vontade de comer. Estava emagrecendo, para mim essa era o único lado bom, mas a restrição alimentar era porque não aguentava mais o fraco cardápio da Xepa. Além do almoço decente vinha de brinde um lindo look da Riachuelo.
O almoço tinha por tema a festa do pijama, nossa como eu queria um pijama novo para fazer o raio X... Eu escolhi um conjunto branco, listradinho, bem a minha cara. Fui ao vestuário, mal fechei a cortina alguém abriu e levei um susto, lá estava Sapato olhando pra mim e segurando um conjunto de camisa e calça
- Posso? - perguntou com carinha de cachorro abandonado - temos q ser rápidos pra tirar as fotos da Riachuelo.
- Fica a vontade garotinho - eu não sabia onde enfiar a minha cara mas aí me deu um estalo, foda-se, ele já me viu de diversas formas e se ele me via somente como amiga, não teria porque ter vergonha dele exato?
Fiquei de costas e comecei a tirar o vestido de alcinha animal print que usava, eu estava sem sutiã, com esparadrapo somente cobrindo o bico do peito e uma calcinha de renda preta que encontrei na mala hiper baguncada que parecia um buraco negro... a calcinha era delicada, pequena e deixava minha bunda bem amostra. Quando tirei o vestido me virei novamente para o Sapato achando que estava concentrado em se trocar porém ele estava paralisado, olhando para meu corpo, o olhos vidrados em mim, as roupas q estava em suas mãos tinham caído, ele simplesmente estava estático. E eu estava de calcinha pequena e esparadrapo no peito na frente dele. Pq eu sempre me metia em situações vexatórias?
- Sapato se veste, Guime está chamando
- Eu juro q estou tentando me mexer...
- O que vc quer dizer? Pq está olhando assim pra min?
- Como não vou olhar pra vc assim?
Comecei a me sentir envergonhada e abracei meus peitos como se segurasse os últimos filamentos de dignidade do meu corpo
- Desculpe.. eu.. não... sa..bia q ficaria assim constrangido por me ver desse jeito
- A última coisa q tô sentindo agora é constrangimento Amanda... pô as vezes vc age como se eu não fosse um homem...
- como assim?
- como assim? Vc tem noção do efeito q esta fazendo em mim agora? Vc tá semi nua na minha frente como posso não reagir a isso?
- pensei q vc n fosse se ligar....
SAPATO, AMANDINHA, VAMOS
Gritou Guime. Voltei a realidade:
-Vamos logo, estamos perdendo tempo, troca de roupa...
Assim Sapato atendeu. Ele estava ofegante. Embaralhado. Nervoso. Suas mãos estavam trêmulas. Me vesti rápido e fui saindo do trocador, quando passei por ele, ele me segurou:
- Amandinha Amandinha, ou vc é muito ingênua ou vc é muito malandra... O toque ficou mais forte e sem perceber ele encostou levemente seus lábios nos meus. Rápido e quente. Rápido e delicado. Como pode isso? Na mesma velocidade que ele se aproximou ele se afastou. Respirei fundo e corri pra fora do vestuário, coloquei a máscara da indiferença, fiz a egípcia e simulei que meu corpo e minha cabeça não estavam fervendo.
Tinha que me concentrar mais uma vez no desenrolar do jogo, me atentar à conversa do Gui e Verdura e me forçar a esquecer o leve selinho que fez meu corpo ansiar por mais e, para não perder o costume:
disfarçar de Sapato que meu coração estava totalmente em suas mãos!
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Edredon Docshoe
FanfictionO q realmente passa na cabeça de nossos personagens e as camadas ocultas que as câmeras não captam!!! Uma fic Docshoe Sem responsabilidade alguma com a realidade Só uma história bonita de amor, com elenco fictício e situações fantasiosas.