01. Lee Minho

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Narração




- Querido, onde vai? - Meredith perguntou ao garoto que passou correndo por ela assim que escutou o sinal tocar. - Sabe muito bem que hoje é dia de adoção e todos devem ficar juntos. - Completou quando o garoto de sete anos apenas a encarou.



- Eu estou... - Olhou para os lados e fez sinal para a mulher se abaixar. - Estou com dor de barriga, não posso segurar o que está para sair, acredite, não vai querer ficar por perto. - Apertou os olhos em uma expressão de dor e colocou os braços a frente da barriga.



- Sei que está mentindo, estava muito bem hoje de manhã e nem ao menos comeu nada para ficar passando mal. - O analisou com uma expressão desconfiada.



- É exatamente por isso que me sinto mal, senhorita Meredith! - Arregalou os olhos. - Café me deixa com muita dor de cabeça e...



- Não disse que era dor de barriga? - Arqueou uma sobrancelha para o garoto.



- Eu não serei adotado hoje. - Bufou e cruzou os braços. - Será como das últimas vezes, eles vão conversar com todos, vão oferecer doces e sorrisos gentis e no final escolherão a criança mais nova. - Revirou os olhos. - E adivinha? Não sou o mais novo. - Sorriu falso.



- Como pode ter tanta certeza de que vão adotar a criança mais nova?
Não pode ter plena certeza disso e talvez tudo pudesse ser diferente se fosse um pouquinho assim... - Fez sinal com as mãos. - Gentil com as pessoas e isso inclui não jogar chiclete na cara de uma senhora só porque diz que ela tem um péssimo hálito. - Fez uma careta.



- Mas ela tinha! - Insistiu.



- Se eu te obrigar a entrar vai aprontar como das outras vezes? - Estreitou os olhos e o menino sorriu e assentiu. - Ótimo, não deixe que as outras cuidadoras fiquem sabendo disso. - Piscou e entrou. - Só me dá trabalho. - Resmungou.



Minho ficou parado enquanto todas as outras crianças entravam apressadas e assim que viu o jardim ao redor do orfanato vazio, correu, empurrou a pequena cama elástica rasgada que tampava a falha da cerca e se esquivou para o outro lado.



O menino respirou fundo e entrou na cabana abandonada, seu único e maravilhoso refúgio de toda aquela baboseira de esperança. Lá ele criava um lugar melhor e mais feliz mesmo cercado de madeiras podres e mofo.



Pegou seu livro favorito e se deitou no colchão velho.



Quando Minho chegou no orfanato se recusava a fazer amizade com as outras crianças, então sentava perto da grande árvore do jardim e dormia encostado na cerca. Em uma dessas vezes uma única madeira da cerca cedeu e caiu do outro lado, Minho olhou para os lados assustado e puxou uma cama elástica velha para apoiar e esconder o buraco.



Esperou a hora da janta e correu para o jardim, empurrou a cama elástica e entrou. Analisou a cabana velha abandonada e deu um sorriso, pensou em como seria bom ter um lugar longe de todas as outras crianças, e seu sorriso aumentou ainda mais quando viu uma estante velha e caindo aos pedaços cheia de livros.



A partir daquele dia, Minho passou a considerar aquela cabana a melhor coisa do mundo, e passou a devorar todos os livros de histórias infantis. Ficou tão animado com o conto da "Bela e a fera" que decidiu levar para o quarto que dividia com as outras crianças alfas, para ler antes de dormir, mas no dia seguinte todos apontaram para a capa do livro e riram dele.



Minho se fechou completamente e passou a ignorar a existência das outras crianças, sempre rosnando para quem tentasse falar ou zombar dele.



Mesmo com todas as implicâncias que passou a sofrer depois daquilo não abandonou seu cantinho isolado e passou a gostar cada vez mais de estar sozinho.



O menino nem percebeu que muito tempo havia se passado desde que entrou na cabana e começou a ler seu livro, só pulou para fora do colchão quando o toque de recolher soou alto e estridente.



- Onde estava? - Meredith perguntou assim que viu Minho correr para dentro do orfanato.



- Me escondendo, oras! - Deu de ombros.



- Vá tomar banho, você é a único que ainda não se preparou para dormir. - Mandou.



...





Heey, espero que gostem dessa ❤

Por favor comentem para eu saber que tem gente lendo, okay?

Minho: 7 anos.
Jisung: 5 anos e meio.


I'll Protect You, Baby | Minsung + Changlix ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora