Lee Felix
Flashback
- Essa é a criança! - Ouvi uma voz feminina dizer e abri os olhos. - Foi desses moradores que te falei, não podemos deixar esta criança nessas condições, ela deveria estar em um orfanato e não na rua, é apenas uma criança pequena, não pode ficar exposta ao frio, fome e perigos da rua. - Franzi o cenho sem entender muita coisa até ver que um homem vestido com um terno olhava para Jisung em análise e o menino se encolhia mais contra o meu braço.
- Fez a coisa certa em me chamar, senhorita Calder. - O homem disse e eu me levantei rapidamente.
- O que está acontecendo? - Franzi o cenho e me coloquei protetoramente na frente de meu filho.
- Lembra de mim? Eu ofereci uma refeição para vocês ontem e conversamos sobre algumas coisas... - Disse e eu me forcei a lembrar já que o sono ainda me envolvia. Mas me lembrei do rosto da mulher e da refeição que tivemos ontem.
- Sim, eu lembro. - Analisei o homem atrás dela. - O que faz aqui outra vez e quem é ele? O que querem com a gente? - Dei um passo para trás e envolvi minha mão com a de Jisung, que até agora encarava tudo com o cenho franzido e um dedo na boca.
- Jisung! Lembra de mim? - A mulher me ignorou e se agachou em frente ao meu filho. Por instinto me afastei e o afastei junto. - Eu estive aqui ontem e nós conversamos sobre várias coisas, você se lembra de mim? - Perguntou mais uma vez para o meu filho que apenas a encarava com atenção. Ele sempre ficava calado quando estava envergonhado, com dúvidas ou com medo de alguém, e eu identifiquei a terceira opção como causa de sua timidez.
- Diga logo o que vocês querem conosco, Jisung está claramente desconfortável com a presença de vocês. - Disse e me afastei mais um pouco.
- Eu entendo que Jisung é seu filho de coração e que você não pediu para estar na situação que está, na verdade, eu acredito que não. - Deu uma pausa e eu neguei com a cabeça. - Mas Jisung é apenas uma criança e é alarmante o fato de ele estar exposto ao frio, a fome e a violência das ruas, ele deveria estar em um abrigo ou em um orfanato.
- Minha senhora, acha que eu já não tentei ir para um abrigo e levar meu filho junto? Acha que eu gosto que ele esteja exposto a tudo isso que me disse? - Arqueei uma sobrancelha e peguei Jisung no colo.
- Não tenho dúvidas que já tentou, posso ver que sofre com isso e iria querer um futuro melhor para Jisung. - Suspirou. - Já pensou em entregar ele para um orfanato? Seria o melhor a se fazer no momento, você não tem renda e nem um teto, o governo pode tirá-lo de você.
- Está tentando me persuadir a abandonar o meu filho em um orfanato qualquer e seguir minha vida? Eu o criei desde que ele nasceu, moça, ele tem todo o meu amor e não vou deixar ele em nenhuma porta de orfanato.
- Eu pensei que diria isso, Felix, e foi por isso que chamei um assistente social. Ele veio com uma permissão para tirar Jisung de você, e espero que colabore e entenda que Jisung estará melhor protegido e alimentado em um orfanato, e além do mais, pelo que me disse, Jisung não é verdadeiramente seu filho, ele é apenas uma criança que você encontrou na caçamba de lixo perto de onde dorme, não é sua responsabilidade, apesar de ser admirável que tenha acolhido ele, mas... Deveria ter entregado o bebê para as autoridades, sabe disso, não sabe? Poderia ser preso por ter escondido isso das autoridades, Jisung nem ao menos tem um registro de nascimento. - Disse e eu arregalei os olhos.
- Não pode tirar meu filho de mim, eu o criei com todo o meu amor! Quando veio oferecer comida para nós dois ontem pensei que estava apenas sendo gentil, quando na verdade você só quis saber mais para ter argumentos contra mim! Não acha que é cruel tirar a criança que criei por cinco anos e meio com todo o meu amor? Jisung está vivo graças a mim e não ao governo, nos falta muita coisa, mas ele está saudável e é amado! - Gritei e me afastei.
- Felix, não pense em fugir com ele, será pior se o fizer, sabe que podemos pedir para que encontrem a mãe, não é? Que poderemos te entregar para a polícia? Isso seria cansativo para Jisung, e traumático também, acredite em mim quando digo que é melhor entregar Jisung para que possamos levá-lo até algum orfanato.
- Não! Não encoste nele! - Gritei assim que um oficial se aproximou e tentou tirá-lo de meus braços.
- Vamos, Felix! Não temos o dia todo, entenda que será o melhor para ele! Ele poderá ser adotado por uma família estruturada, será alimentado, vestido e estará protegido de baixo de um teto.
- Quem vai amá-lo? - Murmurei e me afastei mais ainda. - Não toquem nele! - Exigi.
- Lix! - Jisung soluçou assim que o oficial o puxou com violência dos meus braços.
- Não! Solte! Ele não quer ir com você! Me devolva meu filho, não podem me tirá-lo! - Gritei e me debati nos braços do assistente. - Por favor não deixe que façam isso! - Olhei desesperado para Eleanor. - É a única pessoa que eu tenho, por favor, não faça isso! - Gritei mais uma vez e dei um olhar de súplica a ela.
- Felix! - Jisung gritou e eu me virei para ver ele se debatendo no colo do oficial. - Non! - Gritou.
- Me devolva meu filho! - Gritei. - Jisung, eu te amo. - Disse quando vi que a luta estava perdida e que já o colocavam em um carro.
- Lix! - Murmurou com olhos arregalados. - Felix! Non! Papai! - Gritou desesperado.
- Jisung!
...
- Jisung! Jisung! Devolva meu filho! - Acordei gritando e ouvi os gritos de alguns vizinhos pedindo por silêncio pois já era de madrugada. - Meu filho... - Murmurei e abracei meu corpo. - Me tiraram ele. - Repeti com tristeza e lágrimas nos olhos.
Olhei para o meu lado e vi o urso jogado na barraca de acampamento em que eu dormia. Flashes invadiam minha mente outra vez e a cena de Jisung jogando o urso roxo no chão e dizendo para guardar no coração me doía como o inferno.
Meu filho foi tirado de mim...
Esteja melhor que eu, bebê.
Deixei esses pensamentos tomarem conta da minha mente e me abracei ao urso.
...
Heey,
Capítulo um pouco pesado? Sim! Melhora? Sim haha ❤ Comentários?
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I'll Protect You, Baby | Minsung + Changlix ✔
Fiksi PenggemarJisung foi tirado de Felix, o ômega morador de rua que o acolheu ainda bebê, e foi mandado para um orfanato. Minho mora no orfanato desde os três anos de idade e já perdeu todas as esperanças de ser adotado, mas encontra refúgio em seus livros e em...