Isso com certeza é amor.

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Eu conseguia o que queria, e um sorriso insistente escapava no meu rosto.

No dia seguinte, Nami anunciou que ela e Robin ficariam fora por alguns dias, fazendo compras na vila. Concordei, tentando não deixar transparecer o desânimo de ficar só com aquele bando de idiotas. Quando elas partiram, preparei alguns petiscos para os menores e procurei Zoro para entregar o lanche.

Depois de rodar o navio, o encontrei com Law treinando intensamente. A cena deles lutando era de tirar o fôlego, então sentei-me para observar. Zoro percebeu minha presença e fez uma pausa, aproximando-se com sua expressão desinteressada de sempre. “O que foi?” ele perguntou, mas só apontei para os bolinhos, que ele aceitou sem mais perguntas. Deixei os dois comendo e voltei para a cozinha, arrumando a bagunça que mal existia — precisava me ocupar para tentar tirar aquele olhar intenso dele da cabeça.

Mais tarde, fui até onde Usopp e Chopper pescavam e, depois de conferir que estavam bem, decidi que era hora de tomar um banho para aliviar o calor. Enquanto tentava relaxar, os gritos de Luffy e Usopp ecoaram pelo navio, impossibilitando qualquer paz. Terminei o banho e voltei à cozinha, onde todos já conversavam animados. Peguei uma taça de vinho e tentei me concentrar, mas não demorou muito para que eu saísse em busca de um pouco de silêncio. Dirigi-me ao convés para ver o pôr do sol.

Zoro apareceu pouco depois e sentou-se ao meu lado, e, enquanto o sol descia no horizonte, eu sentia seus olhares furtivos. Tentei disfarçar, mas a intensidade do olhar dele me deixava sem saída, até que nossos olhos se encontraram e uma tensão silenciosa pairou. Meu rosto corou e, por um momento, senti que ele se aproximava, mas Law apareceu, quebrando o clima. Suspirei frustrado quando Law se afastou, e Zoro desviou o olhar.

Com o passar das horas, comecei a preparar o jantar. Sabia que só tinha os homens para alimentar, então dobrei a quantidade de comida. Mais tarde, a chuva começou e imaginei se Zoro já tinha se abrigado. Fui procurar por ele e o encontrei adormecido no convés, completamente exposto à chuva que agora caía com força. Tentei acordá-lo, mas ele estava profundamente dormindo. Só depois de um puxão de orelha ele abriu os olhos e me lançou um olhar irritado, mas eu o puxei para dentro, ignorando suas reclamações e servindo-o à mesa. Ele aceitou a refeição, e aos poucos, nossa conversa voltou à familiar leveza, cheia de piadas e risadas.

Mais tarde, a tripulação decidiu brincar de verdade ou pedido, uma versão improvisada de “verdade ou consequência”. A primeira rodada revelou o interesse tímido de Law por Ace, e as perguntas continuaram, entre risos e pequenas revelações. A cada rodada, Zoro continuava me observando de soslaio, o que fazia minha pulsação acelerar. Quando finalmente chegou minha vez contra ele, escolhi “pedido” com receio do que ele poderia perguntar.

Ele, no entanto, apenas respondeu que faria o pedido mais tarde, e seguimos o jogo até que o sono nos chamasse.

Na manhã seguinte, acordei cedo, suado e ofegante. Um sonho erótico com Zoro tinha me deixado com os nervos à flor da pele. Tentei ignorar, mas, enquanto preparava o café da manhã, sua presença me deixava inquieto. Quando ele chegou na cozinha, tentei não pensar no sonho, mas meu rosto entregava minha vergonha, e ele percebeu, segurando meu braço com firmeza.

Seus olhos, cheios de uma intensidade que eu nunca tinha visto, me prenderam. Senti seu toque em minha cintura e deixei que ele me puxasse para mais perto. O desejo era evidente no olhar dele, e percebi que eu não estava sozinho em meus sentimentos. Meu coração batia com força enquanto nossos olhares se encontravam, e soube que aquele sonho não estava tão distante da realidade quanto eu pensava.

"Amor Perigoso: A Espada e o Chef"Onde histórias criam vida. Descubra agora