Capítulo Cinco

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O asfalto está tão quente que, pela fricção constante, um rastro de sangue se forma por todo o trajeto

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O asfalto está tão quente que, pela fricção constante, um rastro de sangue se forma por todo o trajeto. A rua vazia é preenchida apenas pelos meus grunhidos de dor e gemidos agonizantes, enquanto bolhas se formam impiedosamente na sola dos meus pés. Apesar da noite fria e do vento que me arrepia o corpo, as pedrinhas parecem ter guardado bem o calor do dia. É maldoso e doído, mas parar não é uma opção.

Corro sem olhar para trás.

O aperto no meu peito parece desejoso em sair para fora e explodir através das minhas costelas. A despeito da vontade assoladora de gritar, há uma barreira quase física na minha garganta. Jimin, mamãe, Minji... Ninguém pode me ouvir.

Procuro desesperadamente pela minha casa. Eu tenho certeza que já passei na porta dela um milhão de vezes nos últimos minutos e me frustro ao chegar à conclusão que estou dando voltas sem fim no quarteirão. Entendo que não tenho para onde ir, então, mas continuo correndo mesmo assim.

Gotas de suor escorrem pela minha testa e fazem um trilho pelo meu pescoço, chegando até meu quadril. Minha respiração já passou de ofegante e agora está esbaforida, o ar desce queimando pelo meu sistema respiratório.

Em certo momento, quando estou no meu limite, sinto minhas pernas falharem. Meus joelhos tremem e se encontram em um ato que me leva ao chão, despencando meu corpo sobre o concreto candente. Um ganido sai da minha goela como um último suspiro e puxo as pernas lentamente até o dorso, abraçando meus joelhos.

Torço para que ele não me encontre e choro até sentir que minha dor foi embora com as lágrimas correntes.

— Yejin-ah? – uma voz conhecida me chama e meus músculos se soltam de imediato, como uma resposta ao seu chamado. Não estou sozinha, penso em alívio. Fito os pés de Jungkook se aproximando aos poucos. – Você está bem?

Tento me desvincular da posição, mas tudo dói tanto que a única coisa que consigo fazer é gemer. Ele não hesita em aumentar a velocidade do passo para me alcançar e servir de apoio para que eu consiga, ao menos, me sentar.

— Não – respondo em um fiapo de voz, passando o antebraço na bochecha para limpar a mistura de lágrimas e ranho espalhada ali. – Você precisa me esconder.

CAMPO DE VIDRO | JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora