┈─ ❲ 𝐒𝗐𝖾𝖾𝗍 𝐌𝖾𝗅𝗈𝖽𝗒 ❳ ،، 🍄𑁍 :
A maioria das pessoas desejam algo, sejam elas coisas como riqueza, fama ou sucesso. A diretora de marketing, Hope De La Fonteine, não é tão diferente. Embora sua carreira profissional esteja nas alturas, Ho...
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Uma mãe demasiadamente preocupada e emocionada, abriu a porta para receber sua filha mais velha. Assim que atravessou a porta, Hope retirou o casaco e o jogou no sofá.
— Filha, por que está assim? — Cecília perguntou cautelosamente ao reparar que Hope estava com o humor ainda mais estranho do que o natural.
Os demais membros da família vieram até a sala para acompanhar a chegada da aniversariante. Os olhos cansados de Hope passearam por cada membro. Seu tio e seu irmão estavam com semblantes preocupados, enquanto sua irmã mais nova lhe encarava com a mesma expressão desdenhosa de sempre.
— Filha, você bebeu? — Joey perguntou, segurando no ombro da mulher. Embora não partilhassem do mesmo sangue, ele ainda conseguia vê-la como sua própria filha. Hope o encarou, mas antes que pudesse respondê-lo, escutou uma risada zombeteira do outro lado.
— Viu só, mãe? — Célia olhou para a mãe. — Vocês tão preocupados e ela se divertindo por aí. — a garota desviou o olhar para a irmã novamente. — Deveria se envergonhar.
Célia virou-se de costas para eles com a intenção de retornar para a cozinha. Hope estava farta. Ela engoliu por anos o desprezo de sua irmã mais nova, embora pudesse compreender a dor que ela sentia, no fim das contas ela ainda era um ser humano e não merecia tal tratamento.
— Por que eu deveria? — ela retrucou, observando os passos da garota cessarem no momento. — É o meu aniversário. Por que eu deveria me envergonhar de beber nesse dia? Eu trabalho duro todos os dias, eu me dedico de corpo e alma ao trabalho que ajuda a manter essa casa. Então, por que eu deveria me envergonhar? Ahn?
A irmã mais nova virou-se para encarar a mais velha. Diante de suas palavras um sorriso divertido surgiu em seus lábios, o desdém espalhado por seu rosto como se tivesse acabado de escutar uma velha piada.
— É a sua obrigação. — ela respondeu como se fosse óbvio. — Está vivendo a vida de outra pessoa. Esse dia deveria ser triste pra todo mundo. Inclusive pra você. Você acha que merece viver assim? — ela zombou. — Era você que deveria estar morta.
— Célia, cale a boca! — Cecília a repreendeu, segurando em seu pulso. — Que besteiras está falando? Quantas vezes tenho que te dizer que sua irmã não tem culpa de nada?!
— Ela não tem culpa? — Célia se livrou do aperto da mãe, seus olhos encararam com desprezo sua irmã mais velha. — Pra mim, você é culpada de tudo que aconteceu. O seu aniversário pra mim é dia de luto.
Célia saiu para seu próprio quarto batendo a porta logo em seguida. Hope estava acostumada com tamanho desprezo, portanto, ela não estava tão emocionada como na primeira vez que a viu assim. Ainda assim, Cecília segurou as lágrimas. Ela não conseguia suportar ver suas filhas se tratarem de tal modo a cada encontro de família. Foram dez longos anos e nada parecia mudar entre elas. Cecília temia que Célia pudesse se tornar uma mulher amarga, enquanto Hope poderia se sentir culpada até a morte. Ela temia que no fim, nenhuma das duas pudessem conseguir alcançar a felicidade nessa vida, uma por estar tão cega de ódio e revolta enquanto a outra se consumia em culpa.