《 5 》

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Acordei com uma dor de cabeça latejante e uma sensação de náusea. Sentei-me em minha cama e esfreguei as têmporas tentando recuperar a memória da noite passada. Assim que recupero quero esquecer novamente.

- Ah que droga, Ryeon! - Resmungo comigo mesma.

Eu beijei Park Joong-gil. Quer dizer, ele me beijou. Mas eu aceitei muito bem.

Beijar é eufemismo, já que a mão dele estava em todo lugar.

Pego meu celular e vejo várias ligações não atendidas da Yeo-bi. Eu nem lembrei de avisá-la que estava indo embora. Escrevo uma mensagem de desculpas e aviso que passarei em seu apartamento mais tarde.

Enquanto faço minha rotina matinal de sempre, as memórias da noite anterior se repetem em minha mente de forma vívida. Eu ainda não conseguia compreender como uma simples saída para esquecer dos meus problemas tinha se tornado um novo problema.

Um problema alto, lindo, cheiroso e que beija tão bem...

Afasto o pensamento.

De todos os homens do mundo, Park Joong-gil deveria ser o último a ocupar minha mente.

Resolvo ir direto para Jumadeung, sem meu costumeiro café. Já estava uma pilha de nervos, o café só iria me deixar mais nervosa.

É domingo, um dia relativamente menos movimentado e atarefado. Iria aproveitar para resolver algumas pendências e passar alguns treinamentos básicos para o Jun-woong.

Park Joong-gil resolve quebrar nossa rotina diária e não o vejo ao cruzar o corredor principal no percurso para o escritório da GR. Me sinto aliviada. Não saberia como encará-lo depois dos acontecimentos de ontem.

- Bom dia, Sr. Lim! - digo ao entrar no escritório da GR.

Ele apenas faz uma leve reverência, mas não responde. Ainda parece chateado. Não estou com paciência para discutir sobre o assunto. Eu já havia me desculpado, levado toda a responsabilidade e ainda estava sem meus poderes. O que ele queria mais?

E minha cabeça está doendo tanto que parece que vai explodir. Que grande arrependimento de ter saído de casa ontem!

Felizmente só terão casos de observação para hoje, e considerando que é um domingo, pouco provavelmente aconteceria algum caso urgente.

Enquanto Jun-woong não chega, repouso a cabeça sobre minha mesa e fecho os olhos por alguns segundos.

Pelo menos eu achava que seriam alguns segundos.

Estou em um lugar desconhecido, mas que estranhamente me parece familiar. Um quarto iluminado apenas pela luz da Lua que adentrava pela varanda. Tudo parecia surreal e misterioso. Estou usando um hanbok azul claro e meus pés descalços sentem a textura do piso de madeira levemente frio. Sinto alguém se aproximar e fico feliz em saber de quem se trata. Ele me abraça gentilmente por trás e então apoio minha cabeça em seu peito. Eu me sinto segura e protegida em seus braços, como se nada pudesse me machucar ali.

Ele sussurra algo no meu ouvido, mas não consigo entender o que é. Sua voz também era familiar, mas eu não conseguia associar de onde a conhecia, só sei que me deixava ainda mais confortável. Eu me virei para encará-lo, mas apenas consigo focar em seus olhos, que brilhavam como estrelas. Antes de eu conseguir dizer algo, ele me beija.

O beijo foi tão intenso que me fez esquecer de tudo ao meu redor. Era como se eu estivesse flutuando, em um mundo só nosso.

- Não sabia que iria voltar hoje. - Ouço minha própria voz dizer contra seus lábios enquanto permaneço de olhos fechados, aproveitando o calor de seus braços.

Sweet Nightmare - Tomorrow 내일 (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora