𝗖𝗲𝗻𝗮́𝗿𝗶𝗼𝘀 𝗱𝗲 𝗨𝗻𝗱𝗲𝗿𝘁𝗮𝗹𝗲 𝗲 𝗨𝗻𝗱𝗲𝗿𝗮𝘂'𝘀

O assobio da morte

(Esse cenário se passa com o Reaper!Sans, e na minha cabeça foi algo genial misturar o assobio do Lobo, do novo filme do Gato de botas, com esse Sans).

Voltando a sentir o tecido do cobertor da sua cama, do seu colchão, o seu travesseiro, você estava acordando aos poucos.

Pelo o que o relógio do hospital dizia, você havia acordado numa plena madrugada.

02:25

Duas e vinte e cinco da manhã?! Isso porque você tentou mudar sua rotina e voltar a dormir cedo...Você ironizou esse fato, e deitou-se de novo, tentando deitar-se confortavelmente e voltar a dormir.

Virou para um lado e para o outro, mas sem sucesso algum no seu objetivo. Certo, você falhou.

Aceitando que havia acordado, você preguiçosamente passou a mão no rosto, e se levantou da sua maca, para dar uma caminhada pelo hospital, cogitando em passar pelo jardim de rosas que você gostava.

Você lembrou-se de ouvir a sua médica dizer que dar caminhadas pelos corredores do hospital, fazia bem para você, e ajudava você a melhorar mais rápido, além de que era bom distrair sua cabeça vendo o jardim que você tanto gostava.

Você balançou seu rosto, espantando de vez a sensação preguiçosa que estava em você. Você foi ao banheiro fazer suas necessidades e arrumar o cabelo, que estava um pouco bagunçado.

Após terminar tudo o que você tinha a fazer, você finalmente se dirigiu até a porta do quarto e saiu, dando de cara com um dos corredores da imensa área do hospital.

Os corredores estavam completamente vazios, as luzes continuavam acesas, mas estava tudo vazio e silencioso.

Você nunca havia previsto ou imaginado uma situação como aquela, sempre haviam médicos de plantão ou pacientes por ali. Você optou por ignorar isso, não havia sido alertado de nada, então, provavelmente não era nada demais.

Continuando sua caminhada até o jardim e passando por mais e mais corredores vazios e silenciosos, cujo a única coisa que poderia ser escutada era o som de seus passos, uma sensação de medo começou a subir e crescer em você.

Involuntariamente, a sensação permanecia com você e crescia, a cada corredor que você passava. Apesar do medo, lhe subiu a vontafe de querer continuar caminhando até o jardim, chegar até o seu objetivo, ao invés de voltar.

Finalmente. O jardim. O jardim estava bem a sua frente, faltava apenas atravessar a porta para chegar até a área repleta de flores.

Apesar de ainda achar todo o sumiço dos pacientes e dos médicos, algo assustador e suspeito, você suspirou de alívio, por pelo menos ter chegado em um lugar onde poderia esvaziar sua mente e se tranquilizar.

Atravessando a porta que separava o hospital do jardim, um peso saiu de suas costas, você começou a se sentir mais tranquilizado. Sua mente teria se relaxado mais se de repente, não sentisse uma forte presença logo atrás de você.

"O medo. Eu adoro o cheiro do medo. Você estava sentindo ele, não?" - Uma voz rouca saiu de trás de você, logo atrás de você, do seu lado direito. Você instantaneamente paralisou e lentamente virou sua cabeça para ver de onde estava vindo essa voz e quem diabos era o dono da voz.

Enquanto você olhava para trás, tentando encontrar o dono da voz, um assobio começou a vir do jardim.

Você estava tendo um pesadelo, não é? Foi o que você questionou a si mesmo, quando viu de quem vinha o assobio.

Um esqueleto encapuzado e com uma foice, sentado no chão, apreciando uma única rosa, a única flor viva ali, enquanto assobiava. Imediatamente você reconheceu o que estava a sua frente, não era alguém qualquer, não era um paciente estranho, não era um médico estranho, era a Morte.

Você lentamente perdeu o controle da respiração, um arrepio forte subiu dos seus pés até sua cabeça, o estado de choque estampado em seu rosto, seus olhos arregalados.

Ele continuou assobiando por mais alguns segundos, até olhar para traz, fincando os olhos em você.

"O cheiro do medo, novamente o cheiro do medo. Eu já lhe disse que eu adoro este cheiro, não?" - Ele levantou-se e começou a caminhar até sua frente. A cada passo que ele dava na grama, as folhas esverdeadas morriam, construindo um rastro de seus passos.

Perto o suficiente de você, ele encostou a sua foice em seu queixo, levantando um pouco ele, e assim, olhando seu rosto. Os olhos dele fitados com o seu, lhe causavam uma sensação indescritível de pânico. Você não pensava em outra coisa além de querer correr e fugir, mas tamanho era o medo, que não lhe permitia se mover.

"Pensei que você fosse morrer. Mas aparenta permanecer forte. Meus parabéns." - Ele retirou a foice de seu queixo, fazendo sua cabeça voltar a mesma posição de antes, e simplesmente caminhou, indo numa direção atrás de você.

Antes que você pudesse dizer algo ou tentar voltar a se mover, ele soltou um comentário.

"Aproveite a sua vida, pois saiba que ainda vamos nos ver um dia. Nem que seja quando você escapar de mim...Por pura sorte." - Ele voltou a percorrer seu caminho, enquanto assobiava, e antes mesmo que você pudesse vê-lo, ele já havia desaparecido, porém o assobio continuava.

Você levantou rapidamente, sua respiração ofegante e o desespero. Dando glória que você conseguiu voltar a se mover normalmente.

. . .

Aos poucos, você olhou ao seu redor e se viu dentro do seu quarto. Viu as enfermeiras assustadas do seu lado, o sol na janela, a claridade lá fora.

Questionando-se diversas coisas, você foi interrompido por uma das enfermeiras.

"Acalme-se!" - Ela exclamou, colocando a mão em seu ombro numa tentativa de lhe acalmar, o que felizmente deu certo.

"Céus, você nos assustou. Achávamos que você havia morrido e de repente você levantou assim!" - Ela lhe disse, o que fez você pensar e finalmente encaixar algumas das peças.

Por fim, você recebeu alta. E tudo não passava de um sonho. Você se convenceu disso, e estava pronto para sair do quarto e ir embora do Hospital.

Até ouvir um assobio.

Numa última olhada a janela, você viu a figura que havia visto no seu pesadelo. Lá estava ele, no jardim, olhando para você, de volta, enquanto assobiava.

(Espero que esse tenha ficado bom, pois fiz na pressa, então não tenho certeza se a leitura realmente está agradável. Claro, eu irei corrigir quando eu conseguir).