The Truth about us - Chaennie

Chapter 19: Please

Duas horas depois eu continuava no sofá, Jennie provavelmente estava no quarto, talvez contando pra alguém sobre tudo... Mas parte de mim prefere acreditar que ela não faria isso, a outra parte me lembra de como eu posso estar sendo idiota, ajudando ela enquanto talvez ela conte tudo.

- Rosé - Jennie me chama vindo até mim - Vamos dar um passeio? A noite tá super estrelada

- Não - Falo

- Fala sério - Ela fala com um leve biquinho

- Tô falando - Falo

- Eu queria sair - Fala

- Sai ué - Falo

- Eu achei que essa viagem seria pra gente relaxar e descansar antes de voltar a trabalhar - Fala - Sei que tudo isso é difícil pra você, mas não pode ao menos conversar comigo? Já fez isso uma vez - Diz e fico calada - Não pode contar por que não confia nas pessoas?

- Não é da sua conta - Falo

- Okay... - Diz e senta ao meu lado - Não é da minha conta mesmo, mas se quiser desabafar com alguém eu tô aqui

- E por que eu confiaria em você? - Pergunto

- Porque, você também sabe bastante sobre mim, eu sou assediada por um dos meus chefes, meu pai é um viciado em jogos que me apostou e eu quase fui abusada... Enquanto isso, sua mãe tem problemas com drogas, mas ela te ama mais que tudo e nunca te prejudicaria, seu padrasto é terrível, mas você é uma boa pessoa, mesmo que esconda isso as vezes, Acho que estamos em pé de igualdade - Diz - Não sei quem te magoou assim e nem o que a pessoa fez, mas espero que essa ferida cicatrize

Não sei o que ela tem, gosto de estar com ela e apesar de não conseguir confiar, sempre tem algo em mim querendo contar tudo pra ela, querendo a abraçar e sentir o cheiro suave de seu perfume, ou o cheiro doce de seu shampoo.

Me levanto com a minha bolsa que estava ao meu lado e caminho até a porta.

- Aonde você vai? - Escuto a voz de Jennie e olho pra trás

- Achei que quisesse passear - A morena arregala os olhos e sorri

- Eu já volto - Diz e corre em direção ao quarto

Saio de casa na frente e começo a andar pela calçada, devagar pra ela me alcançar quando sair de casa. Eu estava na metade da rua quando a baixinha chegou ofegante ao meu lado e abraçou meu braço.

- Podia ter esperado - Fala

- Agradeça por eu estar saindo - Falo

- Obrigada - Fala e a encaro

- Não era literalmente

- Eu sei, mas obrigada mesmo assim - Diz e dou de ombros - Onde vamos?

- Uma praça, tem comidas pra vender e você vai poder ver as estrelas - Falo

- E o que vamos fazer amanhã?

- Talvez sair com a minha mãe pra fazer compras durante o dia - Falo

- Legal - Diz

A noite foi tranquila, Jennie estava feliz, comeu bastante, eu não comi muito e também não falei muito, ela não pareceu se importar e conversava mesmo assim. De volta a pousada, tomei banho primeiro e me deitei, ela fez o mesmo logo depois.

No dia seguinte, após o café da manhã fomos até a casa da minha mãe, buscá-la. Os sinais de abstinência continuavam, ela provavelmente não usou ou usou pouco nesse meio tempo em que estávamos longe. Jennie e ela conversaram sobre nossa ida ao parque ontem a noite.