PRÓLOGO

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Cristina virou o volante para conduzir o carro à rua de sua casa. Falava com sua mãe no viva-voz do celular.

— Ele tá com a mochila pronta e vai esperar a senhora no final do treino. Tá ansioso pra brincar com o Marquinhos.

— E o que você pretende fazer hoje, filha?

— Acho que vou preparar uma surpresa pro Jonas. Faz tempo que não ficamos sozinhos.

Dona Rita fez um barulho desagradável com a boca. Deixava claro para quem quisesse ouvir que não gostava do genro, ainda que sua filha estivesse casada com ele há mais de uma década e com um filho maravilhoso de dez anos. Juliano era o orgulho de seus avós.

— Espero que ele pelo menos reconheça a mulher que tem. Divirta-se, querida.

Cristina revirou os olhos, imaginando a careta de sua mãe.

— Obrigada, mãe. Cuide bem do Juliano.

— Eu sempre cuido — a mais velha resmungou. — Fiz até o bolo de chocolate que ele adora. Amanhã você come um pedaço. Agora vai relaxar, você teve um dia cheio demais. Vai acabar tendo um troço com esse estresse, menina.

— Eu sei, mãe. Não se preocupe. Te amo.

— Também te amo.

A chamada foi encerrada enquanto a mulher estacionava na frente da calçada de casa. Decidiu não guardar o automóvel porque pretendia tomar um bom banho e convidar Jonas para ir a um restaurante assim que ele chegasse. Franziu o cenho ao ver que o carro dele já estava em sua vaga na garagem.

— Ele chegou cedo hoje... — murmurou antes de pegar sua bolsa e abrir o portão.

Estranhou que a cortina da janela da sala estava fechada e a luz acesa era a mais fraca, só dos abajures perto do sofá grande. Destrancou a porta e entrou, sentindo seu corpo gelar da planta dos pés até a raiz do cabelo. Deixou a bolsa cair ao ver a cena à sua frente e demorou um segundo para captar os murmúrios que preenchiam sua sala de estar.

Então arfou, chocada.

Uma Paixão InesquecívelOnde histórias criam vida. Descubra agora