CAPÍTULO 02

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Pov: Narradora


A morena observa a sala de jantar da primeira classe cheia, as diversas conversas preenchem o local, os assuntos entretanto são semelhantes, egos sendo inflados, pessoas se gabando de suas riquezas, dizendo tolices do tipo que o Titanic deveria ser um navio apenas para a alta classe, sua mãe concordava com aquilo, seu noivo também, todos naquela mesa concordavam.

Ela se perguntava se aquelas pessoas enxergavam um palmo à frente do próprio nariz, que aquelas pessoas só estavam em busca de uma vida melhor e que tinham tanto direito de estar naquele navio quanto eles. Ivy olhou para o prato a comida já não parecia mais tão atrativa, o caviar embrulha seu estômago, todo aquele ambiente a enjoa naquele momento.


– Com licença, eu irei me retirar - a jovem avisa colocando o guardanapo sobre a mesa e se levantando -


– Já vai se deitar querida? - Brooke pergunta a noiva que assente - bom é melhor, já está quase na hora do brand.


– Boa noite - ela se despede e ignora o olhar de sua mãe -


Ivy deixa o salão de jantar, pegou o elevador e subiu até o convés B, quando desceu e deu a volta em direção ao corredor dos camarotes a morena cessou os passos, Ivy olhou para o corredor a frente e depois para o lado em direção a porta que dava acesso ao convés de passeio.

Ela então decidiu seguir para o convés de passeio, ao atravessar a porta o ar gélido lhe atingiu, mesmo com luvas que iam até um pouco acima dos cotovelos, ela podia sentir o frio nas partes expostas do braço e colo. Mas ela não se importou e seguiu seu caminho, queria estar o mais longe das pessoas, mesmo sendo irônico já que ela estava em um navio.

Ivy seguiu por um bom pedaço do convés B até às escadas que dava acesso ao convés baixo, que dividia a proa dos conveses e também dava acesso ao espaço aberto da terceira classe. A jovem desceu as escadas, atravessou o pequeno espaço e subiu as escadas que davam acesso à proa.

Ela ergue um pouco o vestido para que a cauda de tule não enroscasse em nada e nem nas enormes correntes das âncoras, Ivy caminhou até a ponta da proa, soltou o vestido e segurou em um dos cabos de aço que atravessavam toda a extensão do navio e que estavam ligados ao mastro.

Ivy fechou os olhos e sentiu a brisa gelada da noite, enquanto uma das mãos segurava no cabo de aço e a outra segurava na balaustrada, podia ouvir o farfalhar de seu vestido e a sensação de liberdade a atingiu momentaneamente.


- Cuidado - a voz, a mesma voz que ela ouvira horas mais cedo -


- Não sou uma donzela em perigo - respondeu irritada o olhando por cima do ombro rapidamente - saia daqui!


- Não achei que fosse - o rapaz fala dando de ombros mesmo que ela não pudesse ver e ignora sua ordem - de toda forma só... não acho que seja muito seguro estar tão perto da balaustrada a essas horas e com tão pouca iluminação, pode acabar caindo - ele dá alguns passos em direção a jovem -


- O que o senhor acha que sou? Uma estúpida? Sei exatamente o que estou fazendo - exclama enfurecida, parecia que todos a viam como uma bonequinha de porcelana -


- Ei calma ai, eu não quis dizer nada disso e muito menos te ofender - Landon respondeu surpreso com a reação da garota, mas sorriu, um pequeno arquear de lábios - só que acidentes acontecem, você pode acabar escorregando e com todo respeito, usando saltos e vestidos longos com cauda isso é um tanto mais fácil de acontecer. - ela o olhou novamente dessa vez de forma fixa - e teria que torcer para a queda te matar...

TITANIC: The Ocean In Your EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora