Capítulo 12

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Alguns minutos depois de Rosamaria ter saído, Carol viu Macris retornando de onde quer que ela tenha ido com uma cara meio estranha. A mais velha foi até a amiga confusa com intenção de obter mais informações sobre o que tinha acontecido.

- Sério mesmo, Carol? A Natália de novo? – Macris nem deu chance pra mais velha abrir a boca pra falar nada e já a alfinetou.

- Como que de novo? Eu não fiz nada, ela que apareceu do nada e tava me cercando. Não sabia mais o que falar pra conseguir sair dali – Carol respondeu rápido e de fato parecia meio incomodada com a situação enquanto a vegana estudava sua expressão – Cadê a Rosa?

- Ela foi embora, disse que tava tarde e precisava descansar – a morena respondeu.

Carol achou estranho o fato da mais nova simplesmente ir embora e franziu a testa.

- Mas são só 4h da tarde... Será que ela tá bem? – perguntou preocupada a Macris que a olhou com uma sobrancelha levantada, logo olhando pra onde estava Natália e voltando a olhar Carol que de repente pareceu perceber o que tava acontecendo – Ah...

- Pois é, acho que ela não deve estar muito bem, não... – Macris respondeu depois de perceber que o cérebro da amiga começava a trabalhar.

- Eu só dou mancada – comentou meio aérea e deixou os ombros caírem enquanto passava as mãos pelo rosto – Macris, eu não sei o que tô fazendo.

A vegana percebendo um pouco de desespero na última fala da amiga as guiou para se sentar em uma mesa perto do bar e acenou pedindo uma água para o garçom. Respirou fundo.

- Ca, o que cê tá sentindo? – Macris segurou suas mãos por cima da mesa fazendo um carinho de leve – Cê quer me contar?

- Esse é o problema, eu não sei o que to sentindo porque tá tudo uma bagunça. Eu achei que queria mesmo só amizade, mas quando eu percebo já estou flutuando ao redor dela e minhas ações saem tão natural e involuntariamente que eu não controlo – a mais velha suspirou e esperou o garçom se afastar pra continuar seu desabafo – eu não consigo ficar longe, não consigo não confortar ela quando vejo ela pra baixo, eu quero saber como ela tá e ter ela por perto toda hora.

- E como isso te faz sentir?

- Apavorada – Carol apertou as mãos da amiga – Completamente apavorada, porque eu sei que to arriada por ela de novo e se ela estralar o dedo eu volto e isso me assusta muito porque eu não sou capaz de aguentar mais mágoas. Eu to arrumando toda e qualquer desculpa na minha cabeça pra justificar o que eu to sentindo e tentar reprimir isso de alguma maneira, mas no fundo, bem lá no fundo, eu tenho plena noção de que eu to fracassando feio.

Macris olhou dentro dos olhos de Carol por alguns segundos e com o semblante sério começou a falar.

- Sinceramente, vocês duas vão me deixar maluca e comprometer a minha paciência inesgotável – a vegana sorriu – Carol, eu duvido muito que a Rosamaria tenha intenção de te magoar depois de tudo o que já aconteceu. Eu não tiro sua razão de estar com medo, mas acho que você precisa deixar isso pra trás. Eu imagino o quanto você tá tentando reprimir o que tá sentindo, mas às vezes tudo o que a gente precisa é se libertar e dar uma chance pro nosso coração.

- Macris, você já é maluquinha por jogar no Minas, esse é um dos pré-requisitos – a loira riu e se levantou pra conseguir abraçar a amiga – Eu vou trabalhar isso dentro de mim, prometo. Obrigada, viu?

- Só toma cuidado pra não demorar muito – ela voltou a falar com tom de humor na voz e Carol se separou um pouco pra poder olhar pra ela com cara de confusão – Cê é tão cabeça dura que daqui a pouco a menina desiste. E para de falar em amizade pra lá e amizade pra cá porque isso não tá convencendo nem você e nem ninguém.

Medo Bobo - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora