Medo Bobo - Rosattaz

Capítulo 13

- Desculpa se eu te incomodei, eu realmente só queria te devolver isso aqui mesmo – Carol pigarreou incômoda estendendo a mão na esperança de Rosamaria pegar o boné logo e ela poder escapulir dali o mais rápido possível. A mais nova o fez no segundo seguinte.

Carol já estava de costas caminhando, mais bem quase correndo, em direção ao elevador quando se surpreendeu com o que passou a seguir.

- Carol, não! Espera – o tom de voz de Rosamaria parecia meio desesperado, como se Carol fosse desaparecer da face da terra se entrasse naquele elevador – Espera, não vai embora. Entra...

A mais velha parou em seco e virou seu corpo lentamente no corredor se encontrando com uma Rosamaria que parecia tão pequena e frágil que fez seu coração disparar. Com passos lentos, como conseguiu, ela fez o caminho de volta até ter a de olhos verdes em sua frente. Ela as guiou para dentro do apartamento fechando a porta em seguida e ficando parada por ali.

A tensão era tão grande que chegava a ser palpável.

- Eu nem percebi que tinha deixado isso no teu carro, não precisava ter se preocupado e trazer pra mim à essas horas da noite – Rosa falou em tom baixo tentando iniciar uma interação normal.

- Ah, eu não sabia se cê ia precisar aí resolvi trazer – Carol respondeu tentando camuflar o nervosismo crescente em seu peito e, já que já estava ali, resolveu arriscar um pouco pensando na conversa com Macris mais cedo – e também queria ver como cê tá, hoje a tarde cê foi embora de repente e eu fiquei preocupada.

- Eu to bem – a resposta curta e grossa da mais nova indicou pra Carol o oposto.

Rosamaria passou pela mais velha e foi em direção a cozinha onde pegou um copo d'água e se apoiou na borda da pia. Ela nem ofereceu pra Carol, o que deixou ainda mais claro pra ela que a mais nova estava afetada por alguma coisa.

Carol tinha uma noção do que era, mas não queria estressar a de olhos verdes. Fechou os olhos enquanto passava uma das mãos pelo rosto tentando achar uma maneira de abordar o tema sem passar dos limites de Rosamaria. E o que ela falou em seguida causou exatamente o contrário.

- Eu sei o que você viu e eu não posso falar que não rolou nada antes, mas quero que saiba que a Natália já foi, é passado, e eu não tenho nenhuma intenção de ter nada com ela.

- Olha, tu não me deves satisfação nenhuma – Rosamaria respondeu, dessa vez menos curta e mais grossa – Tu podes fazer o quiser, sair ou ficar com quem tu quiser. Eu não tenho nada a ver com isso.

A mais velha ficou paralisada por alguns segundo tentando absorver as palavras e o tom da outra.

- Eu sei que não devo, só achei que devia te avisar sobre isso – Carol estava tentando se manter calma – Mas tudo bem se essa informação não fizer diferença pra você. Acho que é melhor eu ir embora.

- Ah, tu lança essa e agora quer ir embora? Nunca muda né, tu sempre tem que sair com a última palavra – a mais nova falou em tom acusatório e logo em seguida descarregou toda a sua frustração acumulada a tempos – Agora é minha vez de falar. Tu tá me confundindo Caroline, eu nunca sei quando to passando do limite ou sendo tonta. Tu me dá umas brechas às vezes e no próximo segundo tá me chamando de amiga e reforçando a "amizade" tão linda que temos e eu fico que nem besta sem entender o que tá acontecendo.

- Uai, mas cê é minha amiga e a gente tem uma amizade linda, quer que eu fale o que? – Carol tentou desviar o assunto.

- Caroline, tu sabe do que eu to falando, não se faz de sonsa que não combina contigo. Eu preciso que tu seja mais clara ou se afaste de vez, eu não aguento mais lidar com isso.