Pov 4 - Porchay

153 19 0
                                    


Porchay não fazia terapia, mas pensou em começar depois do que Kim lhe disse no gramado. Pensou em como queria alguém para contar os seus problemas, como queria que uma pessoa lhe dissesse o que fazer, pois sua mente estava uma confusão. Sentiu vontade de rir da sua situação, já que sua mente inconscientemente procurava o mais velho para falar do ocorrido. O único para quem Chay confiou a ponto de contar muita coisa.

Decidiu ignorar Kim o máximo que podia, o evitou na faculdade. Pediu para o porteiro avisar quando o outro estava em casa para não se encontrarem e não atendeu quando ouviu a campainha tocar diversas vezes. Porchay não sabia como agir, por um lado parecia que tinha sido traído, como o amigo lhe escondia esse tipo de sentimento. Porém, por outro lado, como Kim ia se declarar se Porchay namorava?

Depois de uma semana ele já começa a sentir falta de Kim, da preocupação do mais velho, das brigas pelo controle do videogame. Era estranho se acostumar com a presença de alguém por dois anos e do nada não ter a pessoa ali. Estava deitado na cama quando recebeu uma mensagem do mais velho, pedindo para ir buscar algo na porta. Abriu, encontrou um pote de sorvete de seu sabor favorito. Flocos. Junto de uma carta, Porchay leu e não se deu conta das lágrimas que caiam dos olhos.

Não sabia se era por saudade ou porque era a primeira vez que recebia uma carta, mas pode sentir o carinho nas palavras de Kim e a forma como o mais velho nunca esquecia os detalhes das coisas que Porchay mais gostava, sempre achou que fosse zelo pela amizade, porém agora sabia que era algo além. Por isso decidiu entender o lado de Kim e conversar com ele. Mandou uma mensagem e esperou até as 20h para o encontro.

20h

A campainha tocou, não tinha porque o mais velho se atrasar, os dois eram vizinhos. Porchay estava nervoso com suas mãos suadas, abriu a porta e deu de cara com Kim, o coração do mais novo apertou um pouco, não imaginava que seu corpo ia reagir com a saudade do outro. Kim sempre foi lindo, Chay sabia disso, só nunca tinha reparado tanto no amigo.

- Oi, eu posso entrar? - Kim sorriu de forma envergonhada e ansiosa. Porchay acenou com a cabeça e deixou o outro passar, fechando a porta atrás de si. Não sabia o que falar, então foi até a cozinha e colocou sorvete de flocos para o mais velho, que já estava sentado no sofá. O mais novo sentou do lado, ainda um pouco afastado e usando toda sua coragem disse:

- Obrigada pelo sorvete e pela carta, nunca recebi uma antes. Mas eu preciso saber P'Kim, sério que você gosta de mim, quando isso começou e por que nunca me contou ? -

- De nada, você merecia muito mais que só uma carta. E sim, é sério, eu gosto muito de você, não só como amigo, mas de um jeito romântico - Kim respirou fundo antes de continuar - Acho que começou desde a confusão com as cartas, quando você bateu na minha porta com uma cara envergonhada, senti algo que não sabia explicar. A gente foi se aproximando, mas você namorava e eu nunca cruzaria essa linha. Então me acostumei com a sua amizade. Só de te ver feliz, já me deixava bem - Kim buscou o olhar de Porchay para continuar a falar, o mais novo continuou em silêncio.

- Mas o tempo foi passando e eu percebi que você não estava bem, que seu namorado gritava com você e não te dava atenção. Você passava mais tempo comigo do que com ele. E eu via como isso te deixava mal e não conseguia entender como alguém tem a opção de estar com você e desperdiçava dessa maneira. Eu nunca te contei por medo, eu não posso te perder Chay, essa semana foi a pior de todas, não poder te ver ou saber de você - O mais velho parou de falar e Porchay pode ver as pequenas lágrimas que desciam por seu rosto.

- Eu não sabia que você me via dessa forma. P'Kim não sei o que responder, ou como me sentir, você é muito importante pra mim, mas eu me sinto traído como se você estivesse sendo meu amigo por interesse - Chay respondeu ainda com o coração apertado.

- Chay, por favor, eu te imploro. Acredita em mim, quando digo, eu nunca trairia você. Sou seu amigo porque gosto de tudo em você e como temos infinitas coisas em comum, mas se você me der uma chance de ser algo mais, juro que não vou estragar tudo - Kim respondeu de forma ansiosa e cheia de esperança.

- Que tipo de chance? - Porchay perguntou

- Me dê três encontros, eu vou te mostrar como levo a gente a sério. Se no final, você não quiser mais nada comigo, nem amizade. Eu juro que até mudo de apartamento - "a gente" Porchay ouviu aquilo e sentiu um leve arrepio pensando nele e Kim saindo não só como amigos, era possível?

- Não precisa se mudar, mas eu não quero estragar nossa amizade. Mas eu terminei um relacionamento recentemente, não sei se me sinto pronto - Porchay respondeu de forma insegura.

- Você não vai estragar nada e eu nunca vou te pressionar. Mas eu sei que se você se permitir, eu posso te mostrar um mundo de coisas boas. Então vou te deixar pensar e se você topar, me encontrar às 14h na portaria do prédio amanhã - Kim disse e se levantou em direção a porta e antes de sair deu um último sorriso para Porchay.

O mais novo nem teve tempo de responder, mas sentiu um leve vazio com a saída do mais velho, pensou no sorriso que recebeu e na verdade que sentiu na voz de Kim quando expressava seus sentimentos. "Um mundo de coisas boas", será que Porchay merecia isso? Ele se deixaria viver isso ao lado de Kim? 

----------

E ai??? Será que vai rolar???? E sim Chay, você merece isso e muito mais!!!

I could be a better boyfriend than him - KimChay StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora