CAPÍTULO 2 | YOU CAN TAKE ME HOME TONIGHT

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(POV BRIANNA GRACE)

Viro a chave na fechadura e abro a porta de casa encontrando minha filha em frente à televisão comendo um pedaço de pizza. Coloco a bolsa em cima da mesa de jantar.

— Achei que fossemos jantar juntas — me escoro em uma das cadeiras e cruzo os braços.

— Foi mal – Sam vira a cabeça em minha direção — Eu ia perguntar como foi a volta ao trabalho, mas a sua testa e o seu...— Ela para de falar e tenho certeza de que percebeu a marca em meu pescoço — Meu Deus — levanta em um salto e vem até mim- mãe o que aconteceu?

Sam com quatorze anos consegue ser a filha mais preocupada que eu já vi, porém não tiro a razão dela, não deve ser fácil a mãe trabalhando como policial, ainda mais quando vocês cuidam uma da outra. Samantha não conhece o pai, e ele não sabe sobre ela, ou assim eu espero. Não falo muito sobre o motivo de termos terminado, para falar a verdade a única pessoa que sabe é minha melhor amiga Natalie Manning, nem mesmo minha mãe sabe o que ocasionou nossa separação.

— Estou bem, querida! — Bagunço o cabelo loiro dela — Pelo menos pegamos o cara — falo indo para a cozinha e torcendo para que o assunto seja deixado de lado.

— Mãe, eu achei que fosse sair com o pessoal da unidade — Sam se senta na bancada da cozinha — deveria aproveitar pelo menos um dia da semana para se divertir

— Andou falando com sua tia?— Arqueio a sobrancelha.

— Não, mas tia Nat tem razão e você sabe — cruza os braços em frente ao peito — Quando foi a última vez que saiu com alguém? E não vale aquela vez que fomos no shopping.

Abro a boca para responder, entretanto a fecho ao perceber que minha filha tem razão — Desde que Sam nasceu evito sair muito, principalmente a noite — Não que eu seja uma completa reclusa, mas minha casa e minha filha me trazem uma sensação de segurança.

— Já fez seu dever de casa? — Respondo com outra pergunta.

— Não tenta mudar de assunto — Faço bico em resposta a sua fala — mas respondendo à pergunta — dá um sorriso de lado — Sim, eu fiz.

Reviro os olhos e abro a geladeira para pegar a embalagem de suco de laranja; despejo o líquido num copo e levo a boca. Sam continua a tagarelar sobre eu não sair muito, e em parte ela tem razão, mas como eu vou sair e deixar minha filha sozinha? Samantha é a coisa mais importante na minha vida, e mesmo quando ela sai com alguma amiga eu fico em casa.

O que estou fazendo da minha vida? Halstead está certo, sempre digo que vou na próxima, mas nunca vou.

— Tá certo, Sam! — Pouso o copo na pia — vou sair amanhã já que você vai dormir na casa de sua tia. — Me dou por vencida.

Ela levanta de bancada dando gritinhos de alegria e batendo palma:

— Isso! — A loira me aperta em seus braços — E eu vou escolher a roupa! — Lanço um olhar reprovador — Que foi? Vai que conhece alguém — abre um sorriso — que faça você sentir borboletas no estômago?

Dou uma leve risada ao ver o olhar sonhador de minha filha; é reconfortante saber que ela ainda acredita em histórias de amor verdadeiro, mesmo que eu já não pense mais assim.

Após comer o que havia sobrado da pizza e assistir um filme com Sam, decidimos dormir já que ambas teremos que acordar cedo amanhã. Deitada na cama reflito sobre o dia que tive: minha vida ficou nas mãos de um sociopata, minha filha e meus amigos acham que não me divirto e,para completar, meu corpo reage de uma forma inexplicável quando meu chefe está perto.

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