CAPÍTULO 4| SOMEDAYS I HATE MY JOB

417 26 9
                                    


(POV BRIANNA GRACE)

O final de semana passou rápido e finalmente a segunda-feira chegou, e eu estaria mentindo se dissesse que não estou ansiosa para vê-lo. Mal consegui dormir por causa do nervosismo de ter que olhar para Hank Voight e fingir que nada aconteceu quando aconteceu, e, que não significou nada quando significou.

Respiro fundo e entro no 21° distrito. Mal piso os pés no recinto e já dou de cara com meu sargento. O cumprimento educadamente – talvez até de mais – e vou para a minha unidade logo em seguida. Assim que chego no último degrau encontro todos trabalhando.

— Bom dia garota! — Olinsky me deseja quando passo por ele a caminho da copa. Dou um leve sorriso e aceno com a cabeça.

Deixo para tomar café no trabalho como uma estratégia para ficar acordada enquanto leio, revejo ou escrevo relatórios de casos ou sobre meus informantes. Pego minha xicara e despejo o liquido negro na mesma.

Logo volto para minha mesa, porém antes que eu me sente Erin anuncia um novo caso:

— Tiros disparados em South Side!

Deixo a xícara na mesa, e juntamente com meus colegas saio apressada da delegacia.

O trajeto até a cena do crime é silencioso e incomoda, tendo em vista que estou em um espaço pequeno com o mesmo homem que há algumas noites estava na minha cama. Umedeço os lábios várias vezes e tento relaxar, entretanto, manter a calma com o perfume que Hank exala é extremamente complicado.

Desde que entrei na Inteligência nunca tive um parceiro fixo. Normalmente eu revezava entre andar com Sheldon Jin – quando suas habilidades eram necessárias em campo – ou com meu sargento. Mas depois da morte de Jin passei a andar mais com o Sargento Hank Voight, o que não era incomodo. Pelo menos não até agora.

O silêncio constrangedor persiste até chegarmos na cena do tiroteio. Burgess, Roman e outros patrulheiros já estão na cena, que obviamente está cheia de enxeridos.

— O que temos? — Voight pergunta ao policial mais próximo.

— Um vizinho ouviu os disparos e chamou a polícia. — O oficial responde apontando para o parceiro que pegava o depoimento de um senhor de idade. — Acho que está relacionado com gangues.

Passo pela faixa que impede civis de entrarem no perímetro da cena do crime, e me dirijo à porta da casa. Logo que ponho meus pés no primeiro cômodo sinto a bile subir com a cena à minha frente.

— Meu Deus — Sussurro incrédula.

Um garoto, com no máximo 16 anos, caído no chão e com um tiro na cabeça e dois no peito. O chão em volta do corpo está pintado de vermelho pelo sangue. Viro de costas para a cena e fecho os olhos respirando fundo.

—Precisa de um minuto? — Abro os olhos ao som da voz de Alvin e balanço a cabeça negando — Ok. O chefe quer saber se já temos o nome das vítimas.

— Vítimas? No plural? — Arregalo os olhos — Achei que Mark Denville — indico o garoto — era o único.

— Infelizmente não, Grace. — Adam diz passando pela porta dos fundos da casa. — Temos mais duas fatalidades, Cindy Decker e Enrique Santiago, e um sobrevivente em estado crítico, Michael Delgado.

Solto o ar em um lamento. Quem seria capaz de matar a sangue frio três adolescentes?

— Odeio quando nosso trabalho envolve crianças. — Suspiro cruzando os braços.

— Todos nós odiamos. — Me viro ao som da rouca voz de Hank. Sinto um arrepio percorrer minha espinha — Al, quero que você e Ruzek falem com o proprietário da casa — Os dois assentem e vão em direção a porta, assim deixando eu e Hank sozinhos. Sustentamos o olhar um do outro por alguns segundos até que ele se dirige a Erin e Jay que estão a alguns metros de nós — Erin, você e eu vamos falar com os pais de Cindy.

Bleeding Love Onde histórias criam vida. Descubra agora