(POV BRIANNA GRACE)O final de semana passou rápido e finalmente a segunda-feira chegou, e eu estaria mentindo se dissesse que não estou ansiosa para vê-lo. Mal consegui dormir por causa do nervosismo de ter que olhar para Hank Voight e fingir que nada aconteceu quando aconteceu, e, que não significou nada quando significou.
Respiro fundo e entro no 21° distrito. Mal piso os pés no recinto e já dou de cara com meu sargento. O cumprimento educadamente – talvez até de mais – e vou para a minha unidade logo em seguida. Assim que chego no último degrau encontro todos trabalhando.
— Bom dia garota! — Olinsky me deseja quando passo por ele a caminho da copa. Dou um leve sorriso e aceno com a cabeça.
Deixo para tomar café no trabalho como uma estratégia para ficar acordada enquanto leio, revejo ou escrevo relatórios de casos ou sobre meus informantes. Pego minha xicara e despejo o liquido negro na mesma.
Logo volto para minha mesa, porém antes que eu me sente Erin anuncia um novo caso:
— Tiros disparados em South Side!
Deixo a xícara na mesa, e juntamente com meus colegas saio apressada da delegacia.
O trajeto até a cena do crime é silencioso e incomoda, tendo em vista que estou em um espaço pequeno com o mesmo homem que há algumas noites estava na minha cama. Umedeço os lábios várias vezes e tento relaxar, entretanto, manter a calma com o perfume que Hank exala é extremamente complicado.
Desde que entrei na Inteligência nunca tive um parceiro fixo. Normalmente eu revezava entre andar com Sheldon Jin – quando suas habilidades eram necessárias em campo – ou com meu sargento. Mas depois da morte de Jin passei a andar mais com o Sargento Hank Voight, o que não era incomodo. Pelo menos não até agora.
O silêncio constrangedor persiste até chegarmos na cena do tiroteio. Burgess, Roman e outros patrulheiros já estão na cena, que obviamente está cheia de enxeridos.
— O que temos? — Voight pergunta ao policial mais próximo.
— Um vizinho ouviu os disparos e chamou a polícia. — O oficial responde apontando para o parceiro que pegava o depoimento de um senhor de idade. — Acho que está relacionado com gangues.
Passo pela faixa que impede civis de entrarem no perímetro da cena do crime, e me dirijo à porta da casa. Logo que ponho meus pés no primeiro cômodo sinto a bile subir com a cena à minha frente.
— Meu Deus — Sussurro incrédula.
Um garoto, com no máximo 16 anos, caído no chão e com um tiro na cabeça e dois no peito. O chão em volta do corpo está pintado de vermelho pelo sangue. Viro de costas para a cena e fecho os olhos respirando fundo.
—Precisa de um minuto? — Abro os olhos ao som da voz de Alvin e balanço a cabeça negando — Ok. O chefe quer saber se já temos o nome das vítimas.
— Vítimas? No plural? — Arregalo os olhos — Achei que Mark Denville — indico o garoto — era o único.
— Infelizmente não, Grace. — Adam diz passando pela porta dos fundos da casa. — Temos mais duas fatalidades, Cindy Decker e Enrique Santiago, e um sobrevivente em estado crítico, Michael Delgado.
Solto o ar em um lamento. Quem seria capaz de matar a sangue frio três adolescentes?
— Odeio quando nosso trabalho envolve crianças. — Suspiro cruzando os braços.
— Todos nós odiamos. — Me viro ao som da rouca voz de Hank. Sinto um arrepio percorrer minha espinha — Al, quero que você e Ruzek falem com o proprietário da casa — Os dois assentem e vão em direção a porta, assim deixando eu e Hank sozinhos. Sustentamos o olhar um do outro por alguns segundos até que ele se dirige a Erin e Jay que estão a alguns metros de nós — Erin, você e eu vamos falar com os pais de Cindy.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bleeding Love
FanficA unidade de inteligência, comandada pelo Sargento Hank Voight, tem uma ríspida regra sobre qualquer tipo de relação amorosa entre seus integrantes. Entretanto a detetive Brianna Grace, que vive por sua filha e seu emprego, acaba por se apaixonar nã...